05 junho, 2010

MADRI, TOLEDO, AVILA, SEGOVIA, VALENCIA, ALICANTE, VALÊNCIA, GRANADA, SEVILHA, BARCELONA


16.09.2005

Saímos do Rio às 17:20 h. Logo no início da viagem aconteceu o primeiro “mico”, outros virão com certeza. Uma das companheiras confundiu um pacote com o fone de ouvido que a comissária de bordo estava entregando. Pensou que fosse um pacote de jabuticabas. Trocamos de aeronave em Lisboa e partimos para Madri.

17.09.2005                    TOLEDO


Toledo
Chegamos ao hotel pela manhã, deixamos a bagagem no quarto e fomos para Toledo, cidade medieval próxima a Madri. Essa cidade, que já foi capital da Espanha, não é muito diferente de outras tantas cidades medievais que já visitei. Não me agradam essas visitas curtas sem a presença de um guia, principalmente nesse tipo de cidade. A história do lugar, muitas vezes, é a parte mais interessante do passeio, pelo menos pra mim.

Toledo
Chegamos de ônibus na parte mais baixa da cidade. Olhamos a cidade lá no alto e resolvemos subir a pé. É sempre bom caminhar, para ir conhecendo o lugar aos poucos, mas essa não é a melhor opção para quem está cansado de uma longa viagem. De uma coisa não vou esquecer. Depois de muito andarmos rua acima, rua abaixo, paramos para comer num pequeno restaurante. Pedimos uma sopa siciliana que estava simplesmente horrível. Toledo merecia ser lembrada por algo melhor.

A primeira impressão de Madri também não foi boa. As pessoas são muito grosseiras, a começar pelos empregados do hotel, e a cidade me pareceu muito bege, sem cor. Pode ser o cansaço da viagem, amanhã pode ser que eu veja a cidade com outros olhos.

18.09.2005
Madri
Fomos a dois museus. O primeiro, Reina Sofia, homenagem a Rainha Sofia da Espanha, possui um acervo de pintores e escultores modernistas. Pablo Picasso, Salvador Dalí, Miró, os melhores espanhóis estão todos lá. E a mais famosa obra de Picasso que eu imaginava que veria no museu do Prado, surge na minha frente não mais que de repente, como diria o poeta. “Guernica” é uma obra imponente, sem dúvida, mesmo sem levar em consideração toda a história que ela representa. O prédio austero do museu contrasta com uma feira de artesanato que fica em frente.

Museu do Prado
Em seguida fomos para o museu do Prado. Lá encontramos todos os outros espanhóis: Goya, Velásquez (e a profusão de pinturas de vestimentas com detalhes rendados que Adélia tanto admira), 
El Greco, etc...É um belíssimo museu, o segundo maior do mundo. Não conseguimos visitá-lo integralmente, seria necessária uma manhã inteira só para ele.

Museu Reina Sofia
Passamos pela estação Atocha onde ocorreu o atentado terrorista tempos atrás. É uma estação bem grande próxima ao hotel em que estamos hospedadas.
Tínhamos programado um tour para a tarde. Estávamos no quarto quando Goretti e Alê nos informaram sobre o cancelamento do passeio porque um “ciclista havia sido atropelado” e o ônibus não conseguia chegar até ao hotel. Teríamos que nos dirigir até a agência de viagem para pegar o ônibus. Resolvemos cancelar e quase fomos “escorraçadas” pela recepcionista do hotel quando solicitamos a devolução do dinheiro. Ô povo grosso!!! Depois descobrimos que ciclista nenhum havia sido atropelado. Havia um “passeio ciclístico” pelo centro da cidade e o trânsito em frente ao hotel havia sido desviado para outra rua. Probleminhas de tradução. Aliás, tem sido engraçada a dificuldade com a língua. Graça buscando informação sobre transporte repetia “ônibus, bus, buzu” e nada do espanhol entender. Alê ficou muito preocupada quando a guia disse que o “tráfico” em Madri era muito intenso. - “Não imaginei que tinha tanto tráfico aqui na Espanha” ela falou. –“ Não Ale, não é tráfico de drogas, ela está falando sobre o tráfego de automóveis”.
Palácio Real

À tarde fomos a “Plaza Major” onde tomamos sol e almoçamos ao ar livre, sob o sol de final de verão. Fizemos as pazes com a culinária local, o almoço foi muito bom.

19.09.2005

Plaza de Toros
Fizemos um “recorrido” pela cidade no período da manhã. Achei muito bonita a construção da “Plaza de Toros” com seus arcos em formato de fechadura, bem estilo árabe. Todos os domingos têm touradas e no mês de maio (mês da padroeira)acontecem touradas todos os dias. Acho um espetáculo tão mórbido que não fiz questão de assistir. É interessante que nós, seres humanos, que nos dizemos mais evoluídos que os animais, encontramos prazer em espetáculos como lutas de boxes, touradas, brigas de galos, etc....Goreti e Cláudia foram assistir a uma tourada e também ficaram espantadas com a vibração dos espanhóis cada vez que o touro era atingido.

Fomos almoçar no bairro “Chueca”, o bairro gay de Madri . O restaurante La Bardencilla é moderninho e bem agradável. Nas paredes muitas fotos dos mais famosos toureiros da Espanha. Lembrei-me de um livro de Hemingway - Por Quem os Sinos Dobram -. Ele era um apaixonado pelas touradas e também tinha uma certa atração pela morte trágica. Comemos muito bem e o almoço foi divertido.

Rua do Centro
A noite fomos assistir a um espetáculo de dança flamenca no "Café de Chinitas". A casa é simples, o espetáculo não é luxuoso, mas bem autêntico. Foi muito bom. Goretti estava sem beber já há algum tempo, acho que por causa da enxaqueca, e nessa noite liberou geral. Chamou um dos cantores de “gostoso, lindo” (ou algo parecido) e quando procurávamos um táxi que nos levasse ao hotel, xingou um dos taxistas que não quis nos levar.

20.09.2005                       ÁVILA
Ávila
Ávila é uma cidade fortificada com muralhas ao seu redor. Suas ruas irregulares, sua arquitetura medieval muito bem conservada, dão uma visão bem nítida do que era uma cidade construída com uma estratégia militar. Visitamos a Catedral Del Salvador, em estilo gótico, rústica e inacabada. Fomos também ao convento de Santa Teresa. Aqui ela nasceu e iniciou sua obra 

Antes de entramos no convento a guia nos reuniu em frente à entrada e nos comunicou o horário e o local de onde sairíamos rumo a Segóvia. Na hora marcada cadê Graça e Alice? Resultado, ficaram para trás. Guia aqui não fica esperando os atrasados, segue em frente. Ainda procuramos por elas nos locais mais próximos, mas acho que as duas foram atrás de uns famosos pastéis dessa região e esqueceram da hora.

SEGOVIA
Segóvia











Chegamos a Segóvia pouco antes do horário de almoço. Achei a cidade lindinha com seu aqueduto grandioso. A catedral e o castelo também são muito bonitos. O castelo na verdade é um palácio em estilo árabe que fica no alto de um penhasco. O aqueduto é romano e o palácio árabe. Uma mistura de estilos, próprio de um país que já foi dominado por vários povos.
Aqueduto de Segóvia
Quando estávamos na catedral chegaram Alice e Graça, furiosas, reclamando da guia de turismo e dizendo que queriam o reembolso do valor que pagaram pelo táxi. Acho pouco provável que elas consigam o reembolso, até porque elas estavam erradas. Aqui não é como no Brasil onde a tolerância é bem maior. No final, tudo acabou bem e elas se acalmaram.


21.09.2005                          BARCELONA

Catedral da Sagrada Família
Partimos para Barcelona. A paisagem que víamos pelo caminho é monótona, pouca vegetação, parece um deserto. Além da boa qualidade do asfalto e do pouco movimento de veículos, nada mais é atrativo. Paramos na cidade de Zaragoza. A Basílica Del Pilar tem pinturas de Velázques na cúpula, muito bonita. Almoçamos e seguimos viagem.

Nossa guia nesse tour até Lisboa é a Paula, uma portuguesa baixinha, com roupas meio masculinas, bolsa pochete na cintura, ou melhor, no lugar onde haveria uma cintura. Não é de muito trololó, mas é educada. Os guias aqui na Europa são geralmente muito sérios, bem profissionais, parece que não misturam trabalho e diversão. Não posso dizer que estejam errados.
Próximo a Barcelona avistamos a montanha de Montserrat. Parece que foi recortada com tesoura, muito diferente das montanhas que já vi.

Chegamos à cidade de Gaudí no final da tarde. Logo na chegada percebemos a diferença no tratamento que o povo catalão nos dispensava. Os funcionários do hotel foram muito amáveis e em todos os lugares o povo nos tratou com cordialidade sempre que solicitados. Fomos até a Rambla, lugar movimentado, cheio de turistas. Passamos pelo mercado municipal e ficamos conhecendo algumas frutas diferentes, totalmente desconhecidas para nós. Tomamos algumas cervejas , jantamos, rimos muito. Rimos tanto que Cláudia foi assaltada no metro e não percebemos. Isso causou algum transtorno para ela, mas nada grave. Tudo foi resolvido e a viagem seguiu seu curso.

22.09.2005

Montjuic
Fizemos um tour pela cidade. Fomos ao parque Montjuic que fica nas montanhas que circundam a cidade. É bem bonito esse lugar e a vista da cidade é maravilhosa. Em seguida fomos para a região do porto. Por todo lugar vemos monumentos em estilo bem moderno e acho que essa é a principal característica da cidade - a modernidade.

Paramos na catedral da Sagrada Família, obra prima de Gaudí. Está inacabada, mas que importa? É liiiiiiiinda. Me apaixonei por Guadí. Acho que ele não foi apenas um arquiteto. Foi um artista bem à frente do seu tempo. Visitei a casa Milá (La Pedrera) e ainda iremos ao parque Guell, ambos obra de Guadí. A casa Milá não tem quinas – ângulos formados pelo encontro de paredes - todas as formas são arredondadas. É muito diferente. Alguns móveis também foram projetados por ele. Muito interessante. Passamos pela Casa Batllo mas não vai dar tempo de visitá-la. É bem colorida e me parece mais bonita que a casa Milá. Que pena, fica para a próxima vez.

À noite voltamos a La Rambla.
Casa Batlló

23.09.2005

Hoje pela manhã visitamos alguns pontos turísticos e em seguida fomos passear na Rambla e também tentar ajudar Cláudia no bloqueio de seu cartão de crédito que foi roubado. Hoje almoçamos num restaurante de comida brasileira "La Vaca Paca". Matei o desejo de comer feijão. À noite assistimos a um espetáculo de luzes em frente ao Palácio Real. O lugar estava cheio de turistas. O show é razoável, nada de muito surpreendente. Em seguida fomos a um bar na Rambla, comemos, tomamos cerveja e papeamos. Pensamos em encerrar a noite em uma casa noturna. Fomos até a “La Paloma”, uma casa noturna na Rambla que toca salsa. Desistimos porque nessa noite só tocavam “disco” e a clientela era a garotada. As jovens há mais tempo resolveram voltar para o hotel.
Parque Guell

24.09.2005

Começamos o dia visitando o Museu Picasso, no bairro gótico. Nesse museu pude ver obras de Picasso de uma fase que eu não conhecia. A Catalunha gerou Gaudí, Picasso e ainda tem Miró. Essa terra é fértil em artistas geniais.

Em seguida fomos ao parque Guell. Tivemos que subir uma ladeira para chegar até ao parque. Ale se arrastou rua acima, quase não aguentou a subida. Ela precisa melhorar o condicionamento físico. Tá pensando que só sexo é suficiente? Não é não companheira, depois dos 40 (que é o meu caso) vida sedentária é um perigo.

Casa de Gaudí
O parque é muito interessante. O estilo Gaudí é a marca da cidade. Visitei a casa onde ele morou por 20 anos. Fica dentro do parque Guell e hoje é um museu.



Bar no Pueblo Espanhol
Á noite fomos a um lugar bem interessante, o “Pueblo Espanhol”. É uma área restrita onde paga-se para entrar. Muitas lojas, restaurantes, bares, museu e casa de show. Estava meio vazio nesta noite e fiquei imaginando esse local no verão, cheio de gente jovem, deve ser bem legal. 

Jantamos em um restaurante, cuja garçonete brasileira nos deu algumas informações sobre a cidade.

25.09.2005                        VALÊNCIA

Valência
Partimos para Alicante. No caminho paramos em Valência, cidade histórica muito antiga. Fizemos um passeio de charrete e ficamos encantadas com os vários tipos de “sacadas”, todas de ferro, cada qual com um desenho diferenciado.
 
                         ALICANTE
Chegamos a Alicante no final tarde. É um belíssimo balneário. Ficamos hospedadas no Hotel Meliá, em frente ao mar, ao azul profundo do Mar Mediterrâneo. Próximo ao hotel fica um passeio público cheio de bares, restaurantes e - um perigo para as mulheres - as “tiendas”. Muitos emigrantes africanos vendem seu artesanato por aqui. Devido a proximidade vários africanos migram para o sul da Espanha, a maioria que está em Alicante é ilegal. Comprei um quadro feito de asas de mariposa, muito bonito. O artista, do Congo, me garantiu que a mariposa troca as asas constantemente e que elas são recolhidas para fabricar esse tipo de artesanato. Será verdade ? Fiquei imaginando se eles não matam as mariposas para retirar as asas.
Escolhemos um restaurante simpático para o jantar. Sentamos num local envidraçado que nos permitia a visão do calçadão.
Rua para pedestres em Alicante
Vários idosos circulavam pelo passeio. Todos muito alegres e bem vestidos. Retornarmos ao hotel por volta das 22 horas. Encontramos na entrada do hotel uma banda, tipo fanfarra, e várias pessoas arrumadas para uma festa. Descobrimos que era uma festa de casamento. Sentamos no hall e ficamos apreciando, e dando nota, para o desfile de mulheres muito arrumadas, que se dirigiam ao salão de festas. Muito brilho nas roupas e acessórios. Tanto aqui como lá no Brasil, parece que a maioria não consegue equilibrar “brilho” com “elegância”. Mais tarde chegaram os noivos que entraram acompanhados pela banda. Coisa muito esquisita. Mais estranho ainda foram os noivos tirando fotos no meio do trânsito.

26.09.2005                         GRANADA

Seguimos para Granada.

“Granada, tierra sonada por mim, mi cantar se vuelve gitano, cuando es para ti. Mi cantar...”

Alhambra
Finalmente vou conhecer a cidade da música que tantas vezes ouvi na infância. Chegamos no início da tarde, fizemos um lanche e fomos conhecer Alhambra. Este local já foi o centro do poder do Império Árabe que dominou essa região por mais de 400 anos. Nossa!!! É quase o mesmo tempo que os portugueses estiveram no Brasil! Parte das muralhas que circundavam a cidade ainda estão de pé; ruínas da Medina (destruída por Napoleão); um palácio em estilo romano (herança dos reis católicos); um palácio árabe (o mais lindo de todos) e os jardins. Ah os jardins!!! São lindos.
Alhambra

E o palácio árabe ? Os entalhes em madeira, os azulejos pintados, os tetos decorados, tudo isso junto forma um conjunto incrível. O teto da alcova é lindo, pintado em azul escuro cheio de pequenas estrelas. A intenção era que a noite quando todos deitassem em suas camas (talvez um tapete, já que eram árabes) e olhassem para o teto, vissem um céu estrelado. Esse passeio já valeu a viagem. Alhambra é uma das maravilhas da Europa, sem dúvida.

Voltamos ao hotel. Tomei banho e fui passar minha roupa para essa noite. Quando terminei de passar me levantei e sem querer, me enrosquei no fio do ferro e dei um puxão na tomada. Na mesma hora ouvi um barulho e a luz apagou. As meninas vieram ao nosso quarto saber o que estava acontecendo pois todo o andar estava sem luz. Meu Deus, será que provoquei um curto circuito no hotel? Bateram na porta. Era alguém do hotel. Enfiei o ferro ainda quente em baixo da cama, abri a porta, e me fiz de desentendida. O empregado do hotel entrou, mexeu em uma caixa na parede (devia ser um disjuntor) e a luz retornou. Ele nos olhou com uma cara desconfiada e foi embora.
Alhambra

À noite, em Granada, assistimos à procissão de Nossa Senhora das Angústias. Nunca ouvi falar dessa santa, deve ser prima-irmã de Nossa Senhora das Dores. Muitos idosos seguiam a procissão, todos bem arrumadinhos, as mulheres muito bem penteadas. Os velhinhos por aqui parecem ter uma boa qualidade de vida.

27.07.2005                             SEVILHA

Estamos indo para Sevilha. Escrevo enquanto o ônibus roda pelas maravilhosas estradas desse país. Nem um buraco, é de dar raiva!

Já começo a sentir saudade de casa. Tenho sentido falta também de Adélia e Kátia, minhas antigas companheiras de viagem. Mantemos uma ótima sintonia nas viagens que fizemos. Imagino como seria bem legal fazer esse roteiro junto com elas. Mas não posso reclamar, minhas companheiras nessa viagem têm sido bem divertidas e a viagem, até agora, tem sido muito agradável.

Paramos em Córdoba para visitar sua mesquita. Ela é hoje uma mistura de catedral e mesquita. É uma obra de arte, uma mistura perfeita da cultura islâmica e cristã. O imenso altar católico, todo em ouro, é deslumbrante. Goretti ficou emocionada, ameaçou rolar umas lágrimas. Olhando para esse altar, não posso deixar de pensar que provavelmente todo esse ouro veio das colônias espanholas na América. Quantos não morreram trabalhando nas minas para enfeitar esse altar?

Chegamos em Sevilha à tarde. À noite fomos a um espetáculo de dança flamenca. Não foi grande coisa. O show de Madri foi melhor, mais autêntico eu acho. Depois de ter visto Joaquim Cortes, o maior dançarino de flamenco da atualidade, no municipal do Rio de Janeiro, fiquei exigente demais. Aliás, não é de se admirar que a Naomi Campbell tenha se encantado com ele.

28.09.2005

Fizemos um tour pela manhã. Fomos ao parque que foi construído para a Exposição Mundial de 1929. A exposição foi um fiasco porque, devido a quebra da bolsa de Nova York, muitos países por estarem passando por dificuldades financeiras, não compareceram. De qualquer forma a exposição deixou como herança um belíssimo prédio onde hoje funcionam repartições públicas. Antes de sair do parque comprei umas castanholas para dar de presente a alguma amiga, não sei bem qual delas. 

Fomos conhecer a catedral de Sevilha, a quarta maior do mundo, atrás apenas da Basílica de São Pedro no Vaticano, a igreja de Saint Paul em Londres e de uma igreja recém construída na Costa do Marfim.
Fizemos um passeio de barco pelo rio Guadalquivir. Enquanto esperávamos na fila pela saída do nosso barco, Goretti avistou um nosso colega de trabalho. Pensamos em ir cumprimentá-lo, mas vimos que ele estava com uma mulher que não era a esposa. Desistimos.

Sevilha é famosa também pelas suas pontes. São muitas, algumas bem modernas, todas muito bonitas. Mais tarde fomos ao “alcazar”, mas não nos detivemos muito neste palácio. Depois de visitar Alhambra este outro palácio, também em estilo árabe, perdeu a graça.
A noite, no hotel, Ale bateu em nossa porta. Estava vestida apenas com uma roupa de dançarina. Ficou ensaiando uma dança do ventre no corredor enquanto nós apreciávamos a performance. Está se preparando para o reencontro com Jairo. Os hormônios estão a todo vapor.

04 junho, 2010

ESTORIL,CASCAIS, SINTRA, QUELUZ


30.09.2005

Hoje fizemos um passeio a Cascais, Estoril, Sintra e Queluz. São quatro lugares próximos a Lisboa cuja população, na sua maioria, trabalha em Lisboa.
ESTORIL

Esta é uma pequena localidade, acho que nem é uma cidade, mas é famosa pelo seu Cassino e pelo Grande Prêmio de Fórmula 1. Tem uma praia repleta de espreguiçadeiras, um convite a preguiça. Imagino que a população de Lisboa deve migrar pra cá no verão.

Estoril fica bem pertinho de Cascais, não se percebe onde acaba uma e começa a outra.


CASCAIS 



Cascais
Essa cidade é um balneário e logo percebe-se essa atmosfera marítima, pela descontração e pela animação estampada no semblante dos muitos turistas que circulam entre os bares e pelas ruas estreitas do centro histórico. Paramos no Largo de Camões e caminhamos pelo seu entorno. A noite aqui deve ser bem interessante. Existe também uma cidadela medieval e algumas fortalezas. O tempo não foi suficiente para conhecermos tudo.


SINTRA

Essa cidade merecia um passeio de dia inteiro ou até mesmo dois dias.
Passamos por inúmeras ladeiras, cercadas por bosques. Em meio ao verde, vez por outra, avistamos algumas mansões luxuosas. A guia nos mostrou uma casa que, segundo ela, pertence ao cantor português faz sucesso no Brasil, Roberto Leal. 

Vários estilos arquitetônicos se identifica por aqui. Fica evidente a influência árabe em várias construções.

Gostei especialmente de Sintra, com suas ladeiras, um belo artesanato, muitas árvores e flores. Pareceu-me mais requintada do que as outras duas. Tive vontade de comprar alguma porcelana, mas não quero levar muita bagagem e o dinheiro também está curto. Então comprei uma plaquinha de louça com o nome "Família Passos".


QUELUZ

Saímos de Sintra e fomos a Queluz visitar o palácio onde nasceu e morreu D.Pedro I. O palácio está meio abandonado, o jardim mal cuidado. Merece uma boa restauração pois ainda conserva muita beleza. Acredito que a maioria dos turistas que aqui vem, são brasileiros.  

Foi interessante conhecer uma parte da história do Brasil, aqui em Portugal. Em uma das salas foi pintada uma floresta na parede. É a nossa mata atlântica, com as plantas e animais característicos da nossa região. Disse-nos a guia que D.Pedro I sentia muita falta do Brasil e para aplacar a saudade fez um travesseiro com folhas de uma planta (não lembro qual) cujo perfume lembrava-lhe o Rio de Janeiro. Pelo visto D.Pedro se adaptou muito bem ao nosso estilo tropical. 






03 junho, 2010

FÁTIMA, BATALHA, NAZARÉ, ÓBIDUS

01.10.2005
FÁTIMA


Em Fátima visitamos uma fábrica de imagens de Nossa Senhora, Cristo, o Menino Jesus e outros. Achei bem interessante o trabalho realizado ali. Comprei alguns terços para as tias de Vilson e para minha sogra. Em seguida fomos para o santuário onde minhas amigas, todas católicas, rezaram.

A igreja estava lotada. Talvez por isso algumas pessoas ficam por algum tempo numas tendas que se encontram na grande praça em frente a igreja. Ali também rezam.



BATALHA



Seguimos para a cidade de Batalha onde visitamos a catedral da cidade. É uma igreja em estilo gótico que me lembrou um pouco, na sua parte externa, a catedral de Notre Dame. É enorme e imponente.
Almoçamos por lá. Comi uma posta de bacalhau frito no azeite com muita cebola, por cima tomates e batatas cortadas redondas, bem fininhas, e fritas. Uma delícia. Ontem também comi bacalhau “à nata” na cidade de Cascais. Esse parecia um pouco com o nosso escondidinho sendo que a batata cortada em cubinhos e misturada com um molho branco, substituía o nosso aipim. Enquanto estiver em Lisboa só vou comer bacalhau.

NAZARÉ

No caminho para Nazaré nosso guia José, um português bonitinho e muito simpático, colocou uma música brasileira para tocar – bunda lê lê de Latino – e fizemos uma “disco” na Van. O carro balançava perigosamente de um lado para o outro.
Exagerei um pouco no “perigosamente”. 
Chegamos a Nazaré e ficamos surpreendidas com a beleza do lugar. Nunca tinha ouvido ou lido nenhum comentário sobre essa cidade que foi uma vila de pescadores. A cidade fica debruçada sobre um penhasco e lá embaixo o mar é forte, ondas grandes e lindas.

Algumas mulheres se vestem com uma roupa típica daqui. É um vestido com sete saias sobrepostas que, segundo reza a lenda, as esposas usavam quando os maridos iam para o mar. Nesse período, que às vezes era longo, o vestido atrapalhava as mulheres que queriam pular a cerca. Será ? Conhecemos uma Maria Sete Saias numa barraca que vende salgados e doces da região. Ela se mostrou muito simpática conosco, tirou fotos, etc... Quando descobriu que não pretendíamos comprar muitos doces, despejou um repertório de xingamentos. Lá se foi o bom-humor da portuguesa.

ÓBIDOS


Fomos para Óbidos e logo na chegada passamos por um aperto. Numa ladeira daquelas, ao chegarmos ao final da rua encontramos com outro carro que vinha descendo. O nosso guia precisou parar, e daí para subir foi um sufoco. No piso de pedra, molhado, o carro patinava e não conseguia subir. Cada vez que o carro descia, se aproximava mais da parede das casas. Parecia que ele ia escorregar ladeira a baixo. Comecei a ficar com medo. O José, que parecia um pouco nervoso, olhou para nós e disse “acho que vocês terão que saltar”. Pulei por cima dos bancos e saltei pela porta do motorista, numa rapidez que eu mesma me surpreendi. Sem o nosso peso, ficou mais fácil e a van subiu normalmente. Ufa!!!!




A cidade fortificada de Óbidos é uma gracinha. Suas vielas de casinhas brancas e muito bouganvilles de cores variadas, me fez lembrar a cidade de Santorini, na Grécia. Caminhamos pelas ruas, subimos na muralha que circunda parte da cidade e, em seguida o José nos levou para tomar um aperitivo típico da cidade, o licor “Ginja”. Muito bom.

LISBOA

LISBOA


29.09.2005

" Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal"



Saímos de Sevilha pela manhã, rumo a Lisboa. Finalmente vou conhecer a terra de Fernando Pessoa.

No caminho muitas oliveiras e uma outra árvore, que não me recordo o nome, de onde se prepara a cortiça. Entramos em Portugal e já notei a diferença na paisagem. A aridez foi sendo substituída por uma terra com muito mais verde. Passávamos pela região do Algarve – novamente os árabes, que também estiveram por aqui – sul de Portugal. Parece-me que a região sul é mais pobre que o norte. A guia informou que o clima aqui é bom e que o turismo é a principal economia do lugar. Ela falou sobre o Algarve com muito entusiasmo e depois descobrimos que ela mora aqui.

Chegamos à cidade que fica sobre sete colinas e banhada pelo rio Tejo.
No hotel deixamos as malas e partimos para o shopping “Vasco da Gama” e em seguida fomos conhecer o oceanário de Lisboa, o segundo maior do mundo (o primeiro está na China). Graça não quis conhecê-lo, optou por ficar lá fora olhando a lojinha. Não sabe o que perdeu. Adoramos o oceanário!!!!

30.09.2010


Saímos bem cedo para conhecer alguns dos pontos mais famosos dessa cidade. Começamos pelo Mosteiro dos Jerônimos. O prédio enorme é lindo e imponente. Tem um estilo meio gótico, acho eu. Aqui estão enterrados, além de reis e rainhas, Vasco da Gama, Camões e Fernando Pessoa. Boa parte das esculturas são símbolos da navegação que demonstram a vocação de navegadores desse povo.

Perto do Mosteiro outra atração imperdível de Lisboa, os pastéis de Belém. Dizem que a receita jamais foi revelada. Então, todos os pastéis com esse nome que comemos por aí, são cópias aproximadas do original. Lembrei do pastel de nata que meu marido sempre traz de Quissamã. É uma versão grosseira do pastel de Belém, mas também é gostoso. Realmente é uma delícia esse doce polvilhado com açúcar e canela.

Em seguida fomos a Torre de Belém e o Monumento aos Navegantes. A Torre também tem influência do estilo mourisco, tão presente na arquitetura da Espanha e Portugal. O Monumento aos Navegantes faz lembrar uma caravela. Nas laterais, esculturas de vários personagens ligados à navegação, destacando na parte mais alta, a figura do Infante Dom Henrique, o Navegador, que segura nas mãos um barquinho.

Durante a viagem ouvi falar várias vezes do terremoto de 1755, que foi seguido de um tsunami e incêndio que destruiu grande parte da cidade. Mesmo tendo sofrido esse revés a cidade se recuperou muito bem. Ainda tem muitas construções antigas e históricas que, acredito, devem ter sido recuperadas. Li certa vez que vários mosteiro e igrejas foram destruídos nesse terremoto, o que abalou a fé dos portugueses, que por sua religiosidade e esforço de evangelização das colônias, imaginou que estaria imune as forças da natureza. Que ilusão, o ser humano tem a mania de achar que conhece Deus e o seus desejos. Delírio!

Partimos para conhecer Cascais Estoril e Cintra.

Á noite, já em Lisboa, fomos à boate “LUX”. No caminho o taxista nos contou que essa boate é frequentada por pessoas famosas e que o último famoso que lá esteve foi o Sean Cornery. Imaginei que, se for verdadeira a informação, só vamos conhecer a LUX por fora. Não deu outra, não é para o nosso bico. Na verdade, não ficamos nem sabendo o preço da entrada, fomos avisadas que só se entra com convite. É claro que perceberam nossa aparência de turista vira-lata. Depois ficamos sabendo que o convite custa 180 euros.

Fomos para as docas. O lugar é muiiiiiito legal. Cheio de bares animados, alguns com música, e muita gente bonita.

01.10.2005

O dia hoje foi para conhecer Fátima, Batalha, Nazaré e Óbidos.


Fábrica dos Pastéis de Belém

Mosteiro dos Jerônimos
























01.10.2005

O dia hoje foi para conhecer Fátima, Batalha, Nazaré e Óbidos.

02.10.2005

Vista do Castelo de São Jorge

Pela primeira vez acordamos mais tarde nessa viagem. Fomos até a praça dos restauradores pegar um “elétrico” (bonde) para visitarmos o castelo de São Jorge. Logo na saída o bonde bateu em um carro e levamos o maior susto. Conceição e Cláudia ficaram cheias de caquinhos de vidro, mas não se machucaram.
O castelo é igual a outros tantos que já visitei. A vista daqui de cima é que é muito bonita. Lembra a baía de Todos os Santos vista da mureta ao lado do elevador Lacerda em Salvador. Definitivamente essa cidade e Salvador tem muitas semelhanças.
À tarde fomos ao Shopping Colombo, almoçamos por lá e fizemos as últimas comprinhas. O shopping é belíssimo, um dos mais bonitos que já vi.
Á noite não tivemos condições de sair. O cansaço era demais.

03.10.2005

Hoje é véspera da nossa partida. Já estamos desacelerando. Fomos visitar a estufa fria e estufa quente onde são cultivadas várias espécies de plantas de clima tropical. Em seguida visitamos o Museu Gulbekian. O milionário Gulbekiam, de origem turca, comprou ao longo da vida inúmeras obras de arte. Por conta dos impostos esse acervo ficou espalhado por vários países. O sonho do colecionador era juntar todas as obras de arte em um único museu. Isso só foi possível em Portugal. O museu é gostoso de visitar, não é tão grande e tem esculturas, pinturas, móveis, adornos, etc...
Almoçamos no Colombo. Mais tarde eu e Conceição fomos a um concerto para órgão na Sé Patriarcal de Lisboa. A noite arrumamos as malas e nos preparamos para o dia seguinte.

04.10.2005

Saímos de Lisboa as 10:00 h. Na fila de embarque encontramos os jogadores da seleção Adriano e Júlio Cesar (goleiro). Estavam vindo para o Brasil a fim de participar de um amistoso. Pedi ao Adriano um autógrafo para Bia, filha de Conceição. Chegamos no Brasil às 16:30 h. A van que nos levaria para Macaé foi pequena para tanta muamba. Viemos embolada no meio de toda aquela tralha. Mas, enfim, deu tudo certo. Agora é descansar e pensar na próxima viagem.

Considerações Finais

Les Bu Pardon de Bouveret









Guernica de Picasso 




















É sempre uma surpresa constatar que mesmo nos países mais ricos da Europa os sinais visíveis de pobreza estão presentes. Acho que é a mesma situação em todos os lugares do mundo.

Por outro lado, é bom conhecer uma cultura tão rica como a espanhola, com nomes tão importantes em todos os campos das artes. Um país que é a mistura de tantas culturas diferentes, tantas influências que resultaram num país que ainda não tem uma unidade, nem mesmo na língua. Tão diferente do nosso jovem Brasil com apenas 500 anos e um único colonizador, o que não significa que a nossa cultura seja mais “pobre”, é apenas diferente.

Gostei especialmente de Barcelona, acho que a cidade merece outra visita.

Em Portugal quase me sinto em casa, principalmente em Lisboa por sua semelhança com Salvador. Semelhança que se restringe a paisagem, ao relevo da cidade, ao casario. Quanto ao espírito camarada e alegre do baiano, não tem nem comparação.

No quesito comida, também adorei Portugal. Adoro bacalhau, comi vários pratos diferentes. Enquanto estive em Portugal comi bacalhau todos os dias. Os doces também são incomparáveis. Erramos na escolha do espetáculo de fado. Optamos por uma casa de fados no Bairro Alto, mas se tivéssemos escolhido uma casa em Alfama talvez tivesse sido melhor.

A culinária na Espanha não me encantou. A melhor paella que já comi foi em Bruxelas, inesquecível pelo sabor e pelo preço (carééérrima). As que comi na Espanha não foram excepcionais. Com certeza não escolhemos os restaurantes mais apropriados. Paciência, não se pode acertar sempre.

Não vou esquecer:

* de Alhambra;
* da emoção de Goretti em frente ao altar da mesquita de Córdoba;
* da cara de Conceição quando o garçom oferecia suco de molocotom;
* dos quadros "Les Bretonnes Au Pardon" de Bouveret (museu Gulbenkian) e "Guernica" de Picasso (museu Rainha Sofia);
* de Ale dançando a dança do ventre no corredor do hotel;
* da risada de Claudinha e Izabel ;
* da Igreja da Sagrada Família em Barcelona ;
* de Graça e Alice furiosas por terem perdido o ônibus em Ávila.