08 junho, 2013

CHAMPAGNE

INFO INICIAL
Vou a França em abril. Fui a Paris há alguns anos, mas fiquei menos tempo do que gostaria. Dessa vez faremos um passeio por três regiões da França e depois retornaremos a Paris onde ficarei alguns dias.
Planejar uma viagem de férias é uma delícia, mas como tenho pouquíssimo tempo livre e como confio demais na habilidade de minhas amigas, me senti liberada dessa etapa. Espero que elas me perdoem.
O nosso grupo  quase o mesmo da viagem a Toscana em 2011. Jussara não irá dessa vez e uma nova integrante fará parte do nosso grupo, minha amiga Valdéa. Espero que ela goste da turma e que minhas antigas companheiras também gostem dela.
Uh, uh, férias!!!! Tem coisa melhor?

19.04.2013
Eu e Valdéa saímos de Macaé por volta do meio-dia. Nosso voo é a noite, mas com o trânsito infernal da BR-101, melhor não bobear. Logo que chegamos ao aeroporto, encontramos com o restante da turma. Espero que Valdéa goste das “tigronas”. É sempre mais confortável viajar com velhos conhecidos, mas isso não garante que essa será sua melhor companhia para uma viagem. Eu, particularmente, prefiro viajar com pessoas com interesses iguais aos meus ou, pelo menos, parecidos. Nesse grupo tenho a sorte de ter bons amigos e ótimas companheiras de viagem.
Seremos seis nessa viagem: Andréa, Adélia, Kátia, Fatima, Váldea e eu - as tigronas. Pensando bem, seremos sete mulheres porque a Juliete (nosso GPS que tem voz feminina) é praticamente uma companheira de viagem. Dizemos que ela é irmã de sangue de Andréa porque o GPS pertence ao pai dela. Mete-nos em algumas roubadas, como por exemplo, ruas estreitas demais para o nosso carro. Adora uma estrada “bianca” (estrada branca para os italianos) e às vezes parece que está na TPM, fica muda por um tempo ou então repete seguidamente a mesma informação. Reclamamos dela, mas sentimos sua falta quando se mantem calada por muito tempo. E sejamos justas, ela está sempre certa.

20.04.2013 
    ETÓGES

Chegamos a Paris as 12 h. A mala de Valdéa custou a chegar. Temi que tivesse extraviado, seria muito azar. Enquanto esperávamos pela mala, Kátia ofereceu alguns ovinhos que sobraram da Páscoa. Andréa mais que depressa comeu um deles. Sentiu um gosto meio estranho e só então percebeu que Kátia estava descascando os ovinhos. Tinha comido o ovinho com papel e tudo. Ô fome!!! É compreensível depois de tantas horas de voo e uma noite mal dormida.
Pegamos o carro alugado lá mesmo, no aeroporto, e seguimos para o sul, em direção à cidade de Etoges onde nos hospedaremos em um castelo, o Chateau D’Etoges, na região de Champagne.
Chateaux D'Etóges
No caminho passamos por várias cidadezinhas. Todas lindas, floridas, limpas e...vazias. Parecem cidades fantasmas, nem um cachorro vadio encontramos pelas ruas, nem uma janela aberta. Será que os franceses dormem o sábado inteiro?
Resolvemos parar num lugarejo e fazer um lanche antes de chegarmos a Etoges. Não encontramos nada aberto, só uma pequena boulangerie (padaria). Arrematamos os poucos pães que estavam na vitrine e deixamos para trás a cidade fantasma.
Chateaux D'Etóges







Chegamos ao hotel no finalzinho da tarde. O Chateau, que já foi residência dos reis da França, fica numa cidadezinha pequena e antiga. É imponente, uma bela construção.
Tínhamos feito uma reserva para o nosso primeiro jantar nesse hotel e o jantar foi exceleeeeente! Começamos bem.




21.04.2013   
REIMS
Chateaux D'Etóges
O dia estava frio, por volta de 8 graus. Nos agasalhamos e saímos para iniciar nossa peregrinação pelos "caminhos santos", as caves. Adélia caprichou no chapéu, uma graça. Adoro chapéu, mas fico parecendo um abajur.
Reservamos o dia para conhecer duas cidades próximas: Epernay e Reims. No caminho avistamos uma pequena multidão. Pensamos – “é domingo, podem ser fiéis que estão saindo de uma igreja”.  Alguém sugeriu que poderia ser um enterro. Por via das dúvidas, paramos para conferir. Era uma feirinha de antiguidades. Acho que a cidadezinha inteira, por falta de algo melhor para fazer naquela manhã de pouco sol, foi passear na feirinha. 

Olha o modelito para ir a Feira!

Procurávamos um lugar para tomar o café da manhã. Compramos alguns pães numa boulangerie, que não serve café, atravessamos a rua e fomos para um bar. É difícil achar algum lugar aberto num domingo nessas pequenas cidades. Acredito que na alta temporada mais estabelecimentos fiquem aberto, mas agora... O café quente e gostoso me aqueceu a alma. Não me dou bem com o frio, fico meio travada.
Reims

Reims

Chegamos a Reims e fomos conhecer a Catedral de Notre Dame de lá. Antigamente os reis da França eram consagrados aqui nessa cidade. Por isso, essa catedral tão grande e tão bonita. Rodamos pela cidade vazia olhando as construções e as praças com alguns canteiros já bem floridos. Seguimos para a Maison Pommery, uma das mais famosas produtoras de champanhe da França. Visitamos as caves subterrâneas, quilômetros de corredores escuros e úmidos. Um lugar meio lúgubre.

Jardim da Maison Pommery

A guia que nos acompanhou só falava inglês e, sendo assim perdi parte da história, mas entendi que a viúva Madame Pommery depois da morte do marido, foi  a grande responsável pelo sucesso dessa casa. Depois de beber algumas doses do     champanhe fica fácil de entender porque essa bebida é sinônimo de luxo e sofisticação.

Já era noite quando chegamos em Epernay. Caminhamos pelo centro da cidade a procura de um restaurante. Essa tarefa é fácil por aqui, não tivemos dificuldade. Amanhã retornaremos, a peregrinação está só começando.

22.04.2013   REIMS

Antes de ir para Epernay fizemos nosso petit dejeuner (café da manhã) num pequeno restaurante em Etóges, lugar aconchegante com um grande fogão a lenha.
 
Nessa região existem várias caves de marcas importantes, escolhemos a mais famosa delas, a Maison Moet Chandon. A produção dessa casa começou em 1743 com a família Moet que mais tarde juntou a marca o nome Chandon, nome do marido de uma das herdeiras Moet. A parceria prosperou e tornou-se o sucesso que é hoje. Um de seus produtos mais conhecido é a champanhe Dom Perignon.
Lembrei-me de quando criança lia livros de bolso que eram do meu irmão, com a história de “Gisele, a espiã nua que abalou Paris”. Eram histórias de espionagem do pós-guerra e a bebida predileta da belíssima espiã Gisele era a champanhe Dom Perignon. Não resisti e comprei uma garrafa de Moet Chandon para rechear a minha mala.


Notre Dame de Reims
Fomos passar o resto do dia em Reims. A cidade hoje estava animada, nem parecia a mesma que visitamos ontem. A praça central é cercada por bares e restaurantes, todos cheios de gente. Jantamos por ali, no centro do buchicho.
Sugestões:

Restaurante ‘Le Saint Julien” Rue Eugène Desteuque - Tel 03 26 88 32 38 – Reims

07 junho, 2013

BORGONHA



23.04.2013                              

Piquenique
Saímos cedo em direção a Beaune. No caminho paramos para um piquenique. Ao longo das estradas francesas existem vários lugares destinados a uma parada para descanso. São locais arborizados com mesinhas para piquenique e banheiros. Paramos em um deles, escolhemos uma mesa no sol, solzinho tímido, mas que ajudava a esquentar,  arrumamos os belisquetes, as bebidas e fizemos nosso piquenique.
Fome saciada, voltamos pra estrada e deixamos a região de Champagne. 
Piquenique

Entramos na região da Borgonha. Ao lado das estradas, vinhedos a perder de vista. As folhas estão começando a brotar. Em alguns vinhedos só vemos aqueles tocos pretos, sem uma folha sequer. Daqui há um mês deve estar tudo verdinho.

Ah! Os vinhos da Borgonha! Acho que por aqui não tem vinho ruim. Até o ruim é bom.

Paramos no Chateau  Du Clos de Vougeot para nossa primeira degustação. Normalmente chamam de chateau o castelo, que é a sede da propriedade, o vinhedo, a adega e a cantina. O Clos de Vougeot é um belo exemplo desse conjunto. Assistimos a um filme sobre um jantar da "confraria dos cavaleiros da Borgonha", que aconteceu nesse chateau. É a cerimônia de admissão de um novo confrade, uma festa linda! Adoraria participar de uma festa como aquela! Veja o filme com um pouquinho da festa.

http://www.closdevougeot.fr/fr/

24.04.2013                                 BEAUNE

A cidade é uma graça. Nosso hotel fica perto do centro histórico o que é bem apropriado nesse momento, visto que no Chateau D’Etóges ficávamos distantes da cidade. Sem precisar usar o carro pra tudo, ficamos mais independentes.
Hotel Dieu - Hospício de Beaune
Visitamos o Hospício de Beaune ou Hotel Dieu fundado em 1443. Na verdade, essa construção serviu como hospital para pessoas pobres, não exatamente loucas. Hoje é um museu, com salas que guardam o mobiliário da época e algumas figuras de cera que representam as freiras e pacientes daquela época. É interessante, e de certa forma assustador, constatar a precariedade dos instrumentos e dos métodos utilizados naquela época. Tudo era muito rudimentar, servia apenas para minorar o sofrimento das pessoas. Nada mais que isso.
A capela era praticamente uma continuação da enfermaria, o que possibilitava aos enfermos, ouvirem as missas. Acho que fazia parte do tratamento....

Se o tratamento era rudimentar, outros detalhes, no entanto eram bem adequados, acho eu. Os médicos consideravam a água impura porque não havia nenhum cuidado na preservação dos rios. Sendo assim, eles recomendável que ao invés de água, os doentes tomassem vinho. Não é ótimo?
Hotel Dieu


Outro detalhe que achei interessante foi como o hospital tratava seus dejetos. Em uma das salas tem um vão no chão, que permite ver um riacho que passa embaixo do hospital. Para esse riacho eram direcionados todos os dejetos. Não é uma solução ecologicamente correta, mas considerando que se trata do século XVI, XVII e que os hábitos europeus de higiene não eram exatamente um modelo a ser seguido, foi uma solução razoável. Os povos do oriente médio eram muitos mais avançados, nesse quesito.

Os palácios europeus daquela  época não tinham banheiros. Os excrementos do Palácio de Versailles, por exemplo, ficavam armazenados nos corredores até que um decreto do rei determinou que eles deveriam ser recolhidos pelo menos uma vez por semana e descartados fora do palácio. Imagine, uma vez por semana! No restante do tempo aquele visitante indesejado ficava  exposto nos corredores.
Sempre que visito algum Palácio, procuro pelos banheiros e no máximo vejo uma latrina. Uiiiii, que nojo!!!! 

Conversando com Fatinha, que é enfermeira e professora, ela diz que provavelmente os doentes não iam para esse hospital a fim de serem curados. Iam para receberem algum conforto até morrer e apenas os muito pobres ficavam ali. Os ricos eram tratados em casa.

















































Em seguida fomos ao Museu do Vinho. Fico pensando em como o europeu tira proveito de coisas aparentemente insignificantes. Juntam umas peças aqui, um móvel ali, umas máquinas, algumas fotos antigas, um pouco de história e...Bum!!! Surge um museu. E algumas de nossas cidades no Brasil, com tanta coisa para contar deixa a história se perder. A minha cidade que vive em função da produção de petróleo já não poderia ter um museu do petróleo? Tem acervo pra isso, com certeza. Tão abandonada pelo poder público deixou toda sua história arquitetônica ir pelo ralo, ou melhor, ir para o bolso dos especuladores do ramo imobiliário.

"Oh! que saudades que tenho, da aurora da minha vida, da minha infância querida que os anos não trazem mais! Que amor, que sonhos, que flores, naquelas tardes fagueiras à sombra das bananeiras, debaixo dos laranjais! "  Casimiro de Abreu

Acho que me sinto um pouco saudosa, como o poeta, quando me lembro da minha cidade de tempos atrás. E uma certa tristeza quando vejo cidades com mais de quinhentos anos com tanto da sua história preservada.

Nada disso, porém, tira-me a fome. À noite, nos agasalhamos e saímos para saborear as delícias da Borgonha. O vinho é ótimo, mas a comida também não fica atrás.

Ovos en meurette, boeuf bourguignon, coq au vin e outros tantos pratos que não lembro o nome.  Esse ovo poche com bacon e pequenas cebolas roxas é de comer rezando. O ovo que comi era cozido num creme de aspargos frescos (Cocotte d'Oeuf au Lard et Crème d'Asperges, sucette de Parmesan), uma delícia! Depois do ovo poche ainda me arrisquei num risoto de camarão super apimentado (Risotto et Gambas poêlées aux Tomates, Basilic et Pétales d'ail). Como só uso pimenta malagueta no dia a dia, aquela pimenta foi forte demais pra mim. Senti certo mal-estar e não terminei o prato nem o vinho. Nada demais, logo em seguida melhorei.











Sugestões:

Restaurante “Le P’tit Paradis - Rue du Paradis, 25 – tel: 03 80 24 91 00 – Beaune – Leptitparadis@orange.fr

25.04.2013                               DIJON

Enquanto tomávamos o café da manhã no hotel conversávamos sobre o nome que davam para a casa de nossas amigas no Rio de Janeiro. Uma mora na Barra da Tijuca (PL – pousada longe.) outra mora no Recreio (PLPC – pousada longe pra caralho). O apartamento da que mora no Jardim Botânico poderia ser chamado de CDJ – Chateau D’Jardin. Pelo jeito, a minha casa que fica em Macaé seria a MFM- muquifo no fim do mundo.

Saímos para Dijon. Tivemos alguma dificuldade em encontrar a estrada certa e aí "Juliete" nos levou para uma estradinha. De um lado e do outro da estrada, um campo florido coberto de florezinhas amarelas (canola). Aproveitamos para nos enfiar no meio das flores e tirar muitas fotos. “Eu também quero!!!” Essa frase é muito dita e ouvida sempre que percebemos que uma de nós tirou uma foto num point legal.


Pegamos a rota dos vinhos (estrada N-74), região de Vosne-Romanée. Paramos em uma Cave e compramos alguns vinhos da Borgonha. A uva Pinot Noir é a única uva usada na produção do vinho dessa região, não misturam com nenhum outro tipo de uva. O vinho é um pouco mais claro e mais suave. Eu gosto.

Continuamos na rota dos Grand Crus (a mais alta categoria) e o Romanée Conti é o mais cobiçado deles. Iniciamos uma missão quase impossível, achar a Maison do vinho Romanée-Conti. Se o Renato Machado (da Globo) teve dificuldade, imagine nós, seis mulheres desorientadas. Não há uma placa, uma seta, nada....nada que indique onde fica esse lugar. Pedimos informações, mas elas não eram precisas. Parece que o Romanée Conti não quer ser encontrado.

Romanée Conti
Enfim chegamos o mais perto que é possível chegar da Maison Romanée: o vinhedo com um muro de pedra e uma pequena placa com o nome do famoso vinho. Quanto à garrafa do Romanée Conti que vem junto com outros 11 vinhos Grand Cru, é preciso pelo menos um ano na fila e pelo menos 3.000,00 euros para adquirir uma delas.  Imagine quanto custa se embebedar com esse vinho? Lula pode, nós não. Fatinha, apreciadora de um bom vinho, fala indignada: “ele nem sabe distinguir o Romanée Conti de um Sangue de Boi (sangue de boá, com pronúncia francesa)”.


Paramos para almoçar na cidade de Fixin. Surpreendeu-nos o serviço de um restaurante de uma cidade tão pequena como essa. Realmente os franceses não descuidam do ritual. Eles seguiram todo o procedimento que os melhores restaurantes cumprem à risca. Entrada, primeiro prato, queijos e sobremesa, tudo servido com capricho e certo requinte. Os franceses realmente nunca misturam a entrada com o prato principal, como nós fazemos, e comem o queijo antes da sobremesa.
O garçom que ajudou a servir nossa mesa era bem novinho e foi muito educado. Quando estávamos no estacionamento, próximo ao restaurante, o jovem garçom em trajes usuais, passou por nós fumando um cigarro. Estava quase irreconhecível sem a roupa de trabalho. Fatinha o reconheceu e chamou-o pelo nome. Disse-lhe que era feio fumar, ele riu e seguiu em frente.

 DIJON 

Dijon
Caminho das Corujas de Dijon






Dijon


























Em meio aos vinhedos, seguimos para Dijon.
Das cidades que visitamos até agora, essa é a mais cosmopolita. As construções antigas são bem conservadas e muito bonitas. 
Visitamos alguns pontos turísticos, tudo no centro histórico. São várias catedrais, museus e casas bem antigas. O roteiro pode ser feito acompanhado as corujas coladas no chão. A coruja é o símbolo dessa cidade. O dia estava bem quente, a maior temperatura que pegamos até agora. Sentamos em um restaurante numa sombra gostosa. Tomei uma cerveja, a única que tomei até agora. Depois comprei algumas mostardas, é claro, não poderia sair de Dijon sem levar algumas de suas famosas mostardas.
Já era noite fechada quando chegamos em Baune, o que significa dizer que já era mais de 22 horas. Estávamos sem disposição para caminhar até o centro, que é perto, mas a preguiça era grande. Resolvemos ir de carro e, quando entramos em uma rua depois do hotel, descobrimos um lugarzinho cheio de bares e restaurantes, bem próximo do hotel.

Entramos em um pequeno restaurante, e nos arrumaram uma mesa numa sala cheia de jovens que comemoravam o aniversário de uma menina. Fiquei com medo que começassem a fumar. A garotada fuma muito e, até pouco tempo atrás, aqui na França era bem comum fumarem dentro dos locais fechados. Acho que isso está mudando, até agora não vi ninguém fumando dentro dos restaurantes.

É o seguinte: boa aparência não é garantia de comida de qualidade, e vice-versa.
O restaurante simplesinho não “prometia”, mas a pizza estava deliciosa e o vinho também.

Sugestões:

Restaurante Chez Jeannette 
Rue Noisot , 7 – Fixin – tel 03 80 52 45 49 

Hotel Ibis Styles Beaune Centre 
7, Boulevard Perpreuil - Beuane

04 junho, 2013

PROVENCE

26.04.2013                           AVIGNON

Hoje o dia foi puxado, trem para Avignon e com conexão em Lyon. Ninguém merece!!!!!

A estação de Beaune não tem rampa de acesso a plataforma, nem elevador, nem carregador de malas, nem mesmo um daqueles meninos desgarrados à espera da oportunidade de ganhar alguns trocados. Nos encarregamos dessa tarefa ingrata, escada abaixo, escada acima e finalmente nos acomodamos para esperar o trem. Ufa!!! 
Chegamos a Lyon há poucos minutos da partida do outro trem. Por conta de uma informação mal entendida, quase perdemos o trem. Foi um corre-corre para enfiar todas aquelas malas dentro vagão. Depois atravessamos vagão por vagão até encontrar o nosso, kms de distância de onde ficaram as malas. Realmente, trem é para mochileiro jovem e com pouca bagagem. A idade média das tigronas não permite grandes acrobacias.
Palácio dos Papas
Chegamos, enfim, ao hotel D'Horloge que fica  ao lado de uma grande praça com o mesmo nome, deixamos rapidamente nossas malas e fomos para a praça. Escolhemos um dos restaurantes entre os muitos que estão ao redor da praça, fizemos um lanche reforçado e saímos para nossa habitual caminhada.

Chegamos ao Palácio dos Papas e a Notre Dame daqui. Em frente a esses importantes prédios há um grande largo onde um grupo de adolescentes estava batendo uma bola, uma "pelada", fazendo uma grande algazarra. Vejo que são italianos, daí a barulho. Adolescente normalmente é agitado, barulhento, mas os italianos, e também os brasileiros, me parecem um pouco mais "alegres" que os demais.

Subimos até a parte alta onde fica a Notre Dame. Ao lado da igreja, o Palácio dos Papas e atrás da igreja um grande jardim. Lá embaixo, as muralhas que cercam a cidade e a ponte de Avignon sobre o rio Ródano. Ao longe, sobre uma colina, um castelo. A maioria das casas é de pedra e todas tem uma cor bege com telhados um pouco mais escuros. Todas as construções tem o mesmo tom, cor de areia. De vez em quando vemos uma janela lilás ou azul, pra não esquecer que estamos na Provence. E muito verde em volta, nas colinas que circundam a cidade fortificada. Uma cidade romântica, uma belezinha de lugar.

Descemos até o largo em frente à igreja e pegamos um trenzinho para passear pela cidade. O segundo trenzinho do dia. Tô legal de trem, não quero saber de outro nem tão cedo.

27.04.2013            
O dia amanheceu frio e chuvoso. Enfiei-me no casaco e na capinha de chuva e saí para a praça. Antes precisei tomar um chocolate bem quente num Café próximo ao hotel. Frequentemente tenho que pedir o adoçante porque não encontro disponível na mesa. Parece-me que os franceses não têm problemas com obesidade ou diabetes.
Tínhamos programado um passeio até o rio Ródano, mas com esse tempo, achamos melhor começarmos o dia pelo Palácio dos Papas. 

Esse Palácio foi por um século, a residência dos Papas. Depois voltaram para Roma. O áudio-guia é excelente e em português o que torna  possível fazer uma visita bem legal mesmo sem um guia local. Em algumas salas, telões exibem um filme com a história do palácio e é fácil acompanhar usando o áudio-guia. Esse palácio é enorme e percebe-se os delírios de grandeza dos antigos moradores. A cada novo Papa algo novo era acrescentado a imensa construção: uma nova torre, um novo salão, uma nova capela, etc...Tornou-se essa construção grandiosa. E visto de longe, do outro lado do rio e fora dos muros da cidade, fica ainda mais imponente. Realmente, os poderosos mesmo quando são religiosos não diferem dos demais, se comportam do mesmo modo em qualquer lugar do mundo.

Mercado de Avignon
A chuva e o frio continuavam. Fomos ao mercado que é ótimo, como é comum aqui na Europa. A vontade de levar um monte de coisas é grande. Temperos, queijos, terrines, embutidos, vinhos. Na minha mala já tem champanhe e vinho, mas aumentei um pouquinho o peso com a terrine e alguns temperos.

Tomei vários copinhos de vinho que acompanhavam uma degustação de nhoque com foie gras grelhado e molho branco. Uma delícia!!! Minhas amigas se fartaram de ostras e como dizem que é afrodisíaco vai ser um perigo, somos 6 damas e nenhum valete. Esse negócio de ficar tirando o bicho da concha não é muito minha praia. Ostra, marisco e escargot, só como se já estiver preparado sem a concha.

Carrosel na Praça L'Horloge
Do mercado fomos andar pelas lojas, na esperança que a chuva desse uma trégua. Entramos em uma pequena loja e começamos a experimentar um monte de roupas. Pensei que a dona da loja fosse perder a paciência com aquelas brasileiras faladeiras, mas ela resistiu bem. No final, todas nós compramos alguma coisa.

Eu e Valdéa nos separamos do grupo e fomos tomar um café em um lugar quentinho. Ficamos olhando o carrossel que girava com algumas crianças e o movimento de pessoas que passavam pela praça, apesar da chuva. Pelo visto todas as cidades tem um carrossel na praça. Acho que é o equivalente ao coreto nas nossas praças das pequenas cidades do interior.

De repente vimos um grupo de homens sem camisa, e com o rosto coberto como aqueles caras da Klu Klux Klan. Não identifiquei de imediato o que eles gritavam,  mas depois vi nas faixas que carregavam frases contra o casamento gay. Fiquei surpresa, embora soubesse dos protestos que tem acontecido aqui na França, não imaginava que os franceses fossem tão conservadores.
A chuva deu uma trégua e resolvemos caminhar até a ponte de Avignon. Meia ponte, na verdade, porque ela vai até a metade do rio. As sucessivas enchentes destruíram várias vezes partes da velha ponte. Resolveram construir uma nova ponte mais resistente e deixaram a antiga como estava. O rio é largo e com muita correnteza, acho que se alguém cair ali e escapar de ser tragado pela água certamente vai morrer muito rápido de hipotermia.

O vento em cima da ponte estava muito forte e o frio aumentando. Voltamos para o hotel caminhando rápido para esquentar.
À noite, criamos coragem e saímos para jantar num restaurante não muito longe do hotel. Acho que a temperatura estava perto de zero, mas a comida valeu a caminhada. O restaurante era pequeno e simples mas a comida. Ulalalá!!! Comi um foie gras com salada verde e uma tortilha de batata (Filet de bœuf Parmesan aux copeaux de bloc de Foie gras). Katia comia e fechava os olhinhos, como sempre faz quando gosta muito do prato.
Voltamos para o hotel quase correndo, tiritando de frio.

28.04.2013                       ARLES

Hoje o dia não foi produtivo. Saímos para a cidade de Arles embaixo de chuva. A vontade era ficar no hotel, embaixo da coberta quentinha, mas fazer o que, não dá para desperdiçar um dia inteiro.
Hospital onde Van Gogh foi interno
Fomos atrás do rastro de Van Gogh, queríamos ver os locais que ele retratara em quadros tão famosos: o quarto da sua casa, a cadeira, o bar com o céu estrelado. Não imaginávamos que teríamos tanta dificuldade. Estacionamos perto do centro e subimos a pé em busca de um centro de informações. Na caminhada, por acaso, deparamos com o Bar que inspirou a tela “Café La Nuit”. Assim, durante o dia, o amarelo das paredes não é tão brilhante quanto na pintura, mas está preservado como deve ser.
A partir daí, não encontramos mais nada do que queríamos ver. O centro de informações não estava aberto. Não havia nenhum tipo de sinalização, ninguém nos dava informações precisas.

Fomos até o hospital onde ele esteve internado. Vimos o jardim do pátio interno retratado por ele em uma tela, mas o restante do prédio estava fechado. Apenas algumas lojas de souvenir estavam abertas.
Não conseguimos encontrar a “casa amarela” onde ele morou e pintou três versões do seu quarto. Passamos várias vezes pela Rua Stalingrado, mas não havia nenhuma placa que indicasse qual era a casa. A Fundação Van Gogh também estava fechada. Não encontramos o hospício onde ficou por algum tempo. Depois descobrimos que o hospício não fica em Arles, mas na cidade de Saint-Remy-de-Provence.

Passamos pelas ruínas romanas. Li em uma placa que esses monumentos são tombados pela UNESCO como patrimônio da humanidade. O anfiteatro romano e as termas estão muito bem conservados, tão conservados que me pareceram meio “fake”, maquiado para atrair turistas. Bem, maquiado ou não, é um belo patrimônio e parece-me que os cidadãos de Arles valorizam mais as ruínas que a história de Van Gogh. Ele merecia um pouco mais de atenção até porque, em se tratando de turistas, talvez Van Gogh tenha maior poder de atração.
Para completar, o cartão travel card de Adélia ficou retido num caixa eletrônico. Fizemos de tudo para arrancar o cartão, mas não conseguimos. É domingo e tudo está fechado, melhor ir embora.

Durante a madrugada, acordei e por algum tempo fiquei ouvindo o ronco da minha companheira de quarto, Valdéa. De repente, entre um ronco e outro ela fala:

- Aí meu Deus do céu!!!

O que é isso, gente? Será que ouvi direito? Daí ela repetiu:

- ...rruurr ai meu deus do céu romrrr zzzzzzz...

Esse ronco é novo para mim ou, como diria a própria Valdéa, novo “prrrraaaa mim”.

No dia seguinte ela me disse que tinha sonhado que a sobrinha lhe pedira para ser barriga de aluguel para um filho que gostaria de ter. Ela aceitou, mas depois ficou preocupadíssima. Daí, o ronco desesperado.

Sugestões:
Restaurante Le Brigadier du Théâtre
17, Rue Racine – Avignon 
Tel - 04 90 82 21 19  contactlebrigadier@gmail.com

Hotel de L’Horloge
1, Rue Félicien David – Place de L”Horloge – Avignon               
Tel - 04 90 16 42 00


29.04.2013                     GORDES 

Nossas malas
Está cada dia mais difícil acomodar as malas no carro. Tivemos a ajuda de um empregado do hotel, mas foi difícil encaixar toda a tralha. Tiramos foto para não esquecer a sequência da arrumação, mas não tem jeito, em cada cidade que nos hospedamos o espaço diminui, ou melhor, a bagagem aumenta. Ocupamos seis assentos e reclinamos o sétimo para ampliar o espaço. Adélia senta no último banco, cercada de malas por todos os lados. Brinco com ela e digo que aquele assento parece um bebê conforto.

“Luz na passarela e lá vem ela!!!” Fatinha, nossa motorista baixinha e arretada chega para dirigir o possante por essas estradas maravilhosas, sem buracos, bem sinalizadas e com uma paisagem linda por todo lado.
Seguimos viagem, a paisagem é muito agradável, diria que até relaxante. Plantações de um lado e outro da estrada: maçã, pera, pêssego. E uva, é claro. Subimos a montanha por uma estrada sinuosa e chegamos a Gordes, na região do Luberon. A cidade fica plantada no alto de um morro, à beira de um penhasco. Que maravilha!!! Ruazinhas estreitas, pedras pra todo lado: no chão, nos muros, nas casas. Será que tem pedra também nos corações? Caminhamos pelo centro, entramos nas lojinhas, tiramos muitas fotos. Comprei uma bolsa de presente de aniversário para minha sobrinha. Temos encontrado algumas coisas de qualidade e com bom preço, mesmo sendo em Euro.

Restaurante em Gord
Almoçamos num restaurante já um pouco retirado da cidade. A construção bem no estilo provençal é uma graça. A comida, deliciosa. Uma das empregadas do restaurante é uma francesa que se chama Iasmin. Ela morou um ano e meio no Brasil e namora um cearense. Fala um português perfeito com um pouco de sotaque. Diz que pretende vir morar no Brasil, mas que não pretende “ter menino” tão cedo (olha o Nordeste nessa fala).

FONTAINE DE VALCLUSE
Seguimos viagem, agora em direção à cidade de Fontaine de Vaucluse. A cidade é uma vila medieval, com um rio caudaloso com águas de uma cor verde quase florescente. Ao longo do rio, árvores frondosas, alguns moinhos, algumas pessoas pescando e outros fazendo canoagem. Aqui é um ponto de esportes radicais. Subimos por uma rua estreita cheias de lojas de souvenir e, no final da rua, uma trilha que sobe pela montanha escarpada. Tem também uma visita a grutas ao lado rio. Não quis conhecer. Já me fartei desses buracos embaixo do chão nas caves de vinho e champanhe. Nas caves, a recompensa vinha no final, na hora da degustação.

Fontaine de Valcluse
Depois da caminhada, sentamos nos banquinhos em frente ao rio, embaixo da sombra das árvores. Ficamos ouvindo o barulhinho do rio e vendo alguns pescadores. Apesar de pequenina a cidade tem uma fábrica de papel, que visitamos, e alguns museus bem interessantes: museus de santos (uma coleção de 2000 santos); museu da justiça e punição (instrumentos de tortura, etc), museu geológico (uma galeria subterrânea com informações geológicas); museu de cristais. Andréa me falou de um museu sobre o período da guerra, com fotos e histórias do período entre 1939 e 1945. Parece que essa cidade foi ocupada pelos alemães nesse período. Que pena, não ter visto antes, adoro histórias da segunda guerra.
Fontaine de Valcluse

ROUSSILLON

Seguimos em frente, agora para Roussillon a cidade da cor ocre. A cidade fica numa colina com falésias de cor avermelhada. As casas também tem a mesma cor, até mesmo as pedras usadas nas casas são da mesma tonalidade ocre das falésias. É linda!!!
Roussillon
Não ficamos muito tempo em Roussillon, já estava entardecendo e minhas companheiras de viagem já estavam cansadas.
Roussillon
Roussillon
















Chegamos em Aix en Provance quase 22:00 h. Estava cansada, dormi sem jantar e sonhei com as cores da Provence.
                                                 
Sugestões:
Restaurante L’Estellan 
Montée de Gordes – Les Imberts 
Tel: 04 90 72 04 90 – reservation@restaurant-estellan.com


30.04.2013                   AIX-EN-PROVENCE

As tigronas
Andréa acordou feliz. Hoje é dia de visita a fábrica da L’Occitane que fica na cidade de Manosque, bem perto daqui. Fizemos uma visita guiada pela área de produção da fábrica, assistimos a um vídeo sobre a empresa e tivemos um momento de apresentação dos principais ingredientes utilizados na fabricação dos produtos. Foi quase um momento de “degustação”. E durante todo o tempo um perfume pairando no ar.

Saímos todas de lá com alguma sacolinha na mão. Andrea, com um sacolão. Fatinha brincou dizendo que Andréa havia comprado as lembrancinhas para os convidados de sua festa de 50 anos, que acontecerá em maio. Oh meu Deus, o aperto no carro vai aumentar!!!

Quanto queijo!!!
Retornamos a Aix e procuramos por um restaurante que nos foi indicado. Fechado. Ainda não nos acostumamos com esse costume francês de fechar para o almoço as 14 h em ponto e só reabrir para o jantar. Encontramos uma brasserie que ainda servia almoço naquele horário. Sentamos nas mesinhas sob a sombra dos plátanos, cercado por outros pequenos bares. Muito simples e muito simpático. Comi um risoto de frutos do mar e bebi um vinho rosé, por um preço justo.

Aix em Provence
Fiquei meio decepcionada com a cidade, esperava mais dela. Achei mal cuidada e sem atrativos. Em compensação as pequenas cidades nos arredores são lindas. Durante a caminhada passamos por vários bares lotados de turistas. Pelo visto muitos turistas ficam hospedados por aqui e saem para visitar as pequenas cidades próximas. Como nós. Acho que se tivesse mais tempo talvez descobrisse os encantos de Aix.

Mais tarde fizemos um passeio de trenzinho (oh céus, novamente o trenzinho). Uma chatice. O áudio em espanhol era muito ruim e mal dava para ouvir o que era dito sobre os pontos de interesse  que, na verdade, não me pareceram tão interessantes assim.

Enquanto as companheiras faziam o circuito das lojas, eu e Váldea fomos tomar um chocolate quente no Le Deux Garçons, endereço que foi frequentado por vários artistas famosos, entre eles Cezane que nasceu aqui em Aix.

Macarons - biscoitos coloridos
Voltamos mais cedo para o hotel e dispensamos o jantar. Fizemos um piquenique no quarto de Fátima e Kátia. Kátia não participou do piquenique, estava zangada porque voltamos para o hotel sem ela. Nada demais, tenho certeza que amanhã ela já desfez a cara amarrada.






Sugestões:

Pizzeria Le four sous le platane...
Rue de Couronne, 31 - Place des Tanneurs - Aix-En-Provence
Tel 04 42 26 07 71

01.05.2013                       LOURMARIN 
Lourmarin
Começamos o dia por uma feira no centro da cidade de Aix. Depois fomos subindo a rua e passamos na Catedral de Saint Sauveur. A igreja é muito antiga, o batistério é do século VI e tem também um claustro. Gostei mesmo dos dois órgãos verdes com dourado, um de cada lado da nave principal. Imaginei o som que deve ecoar pela igreja quando os dois forem tocados ao mesmo tempo.
Entradinha de Escargot

Partimos para Lourmarin, mais uma cidadezinha linda da Provence. Paramos próximo ao castelo medieval que tem uma cave para degustação. Estava fechada. Caminhamos até o centro da cidade. Estava um solzinho gostoso, propício para a caminhada. 

Lourmarin
Escolhemos para almoçar, um restaurante com uma varanda no alto. Da mesa que escolhemos pode-se ver o movimento da rua. Hoje é feriado e a cidade está cheia de gente. O vinho rosé geladinho combina com a temperatura e o clima de férias. O almoço foi ótimo, o que não é nenhuma surpresa por aqui.

Olha o nome da cidade!



                                   MENERBES 

Olha o nome da cidade!
Seguimos para Menerbes. Essa cidade também fica no topo de uma falésia e lá de cima dá pra ver várias cidadezinhas nos arredores. É pequena, mas tem vários ateliers. Sentamos em um bar, tomei uma água com gás e fui ao banheiro, ou melhor, ao toilette (na França como os franceses). A toilette parecia a caverna do Batman, dentro da rocha, mas com muito charme. É impressionante o que se pode fazer com um pouco de criatividade.
Menerbes

Fico pensando que seria maravilhoso ficar por muito tempo nessa região, passando mais tempo em algumas dessas cidades. São pequeninas, é verdade, mas com muita coisa bonita pra apreciar. Andar pelas ruelas, pelos campos, conhecer melhor os pratos que comem no dia a dia. Enfim, fazer tudo com calma, saboreando sem pressa. É verdade que algumas coisas o dinheiro compra e na falta dele fazemos assim, várias cidades em um dia. Também tá bom!

CUCURON

Menerbes
Passamos pela cidade de Cucuron. Só passamos, realmente; é muito pequenina e com algumas voltas se conhece toda a cidade. Tipo: uma rua que vai, uma rua que vem e uma terceira que cruza as duas. Têm uma praça grande com um lago quadrado no meio, cercado de plátanos e restaurantes. Apesar de pequena essa cidade tem dois restaurantes com estrelas do Guia Michelin.  Não é pouca coisa.
Em volta do lago, vários idosos aproveitavam aquele final de tarde embaixo da sombra das árvores. Tranquilidade total.

Amanhã seguiremos viagem indo mais para o sul, rumo ao Mediterrâneo. Estico-me na cama alongando as costas, os braços, as pernas um pouco cansadas das tantas ladeiras que subi hoje. Do banheiro vem um  barulho de água batendo. É Valdéa nadando de braçada na banheira do nosso quarto.