05.05.2001 BUDAPEST
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Ponte das Correntes |
Saímos cedo em direção a Budapeste, capital da Hungria. Chegando lá, no caminho para o hotel, passamos por várias construções antigas com aspecto de abandono. A imagem que me passa é de decadência. Acho que a maioria dos países da Cortina de Ferro deve se encontrar na mesma situação. De vez em quando passamos por algumas áreas já recuperadas e a diferença é enorme. Acredito que daqui há alguns anos esta cidade será outra, muito mais bonita. Potencial ela tem.
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Ponte das Correntes |
O Hotel Taverna fica na Rua Váti, em uma área piatonal bem movimentada e próxima de vários pontos turísticos da cidade. O rio Danúbio, que separa a cidade em duas partes, fica bem próximo ao hotel. Estamos em Pest, que é uma planície e do outro lado do rio fica Buda na parte alta, sobre uma colina. Caminhamos um pouco pelo centro e em seguida fomos até a Basílica de São Estevão. As igrejas que conheci nessa viagem são de estilo gótico, meio escuras e tristes. Essa Basílica é o oposto disso. É bem clara, iluminada e chama a atenção pelo tamanho. No interior da igreja pode-se ver um tesouro importante para os húngaros: a mão mumificada do rei Estevão.
05.05.2001
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Funicular |
O rio é cortado por várias pontes. Uma das mais bonitas é a ponte Sissi em homenagem aquela tal imperatriz que vocês já conhecem. Atravessamos uma das pontes, acho que Ponte das Correntes, e fomos conhecer Pest. Subimos por um funicular até a colina do Castelo, paramos no Bastião dos Pescadores, local ideal para tirar algumas fotos. Daqui é possível ver toda a cidade baixa (Pest) e o prédio do Parlamento. Estou curiosa para ver esse prédio; daqui do alto ele parece magnífico. Depois fomos conhecer o Palácio Real que foi residência dos reis húngaros por vários séculos. Hoje funciona aqui a Biblioteca Nacional e vários museus. Não entramos no palácio, mas a área externa do palácio e a vista da cidade já valeram a caminhada. O dia está deliciosamente ensolarado, tirei o casaco pela primeira vez. Até agora, esse foi o dia mais bonito dessa viagem.
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Prédio do Parlamento |
Descemos à colina e fomos até a Termas de Gellert. Os banhos termais são tradicionais aqui em Budapest. É uma construção muito antiga e linda. Entramos apenas para conhecer. Algumas pessoas tomavam banho em uma enorme piscina aquecida. Vimos o preço dos vários tipos de massagens. O preço até que é razoável, ficamos tentadas, mas o tempo era curto. Tínhamos programado um jantar e um passeio de barco pelo Danúbio e precisávamos voltar ao hotel para tomar banho.
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Jantar e Festa Típica |
À noite fomos a um restaurante com música húngara. Subimos por uma estrada sinuosa até o alto de uma colina. Estava um pouco frio lá em cima. Um grupo de música folclórica nos recebeu na entrada e deu para alguns visitantes um pequeno adereço de percussão para que participássemos da música. Em seguida nos trouxeram um cálice com uma bebida - Tokaj - parecida com licor, para que já entrássemos no clima. A casa era bem grande e com um palco onde os dançarinos se apresentavam. O restaurante estava lotado. No final do jantar subi no palco e dancei junto com outros turistas que faziam um "trenzinho" pelo salão.
A guia nos informou que a maioria dos músicos e dançarinos são ciganos. Eles são muitos por aqui e a maioria trabalha com alguma forma de manifestação artística. Acho que não são andarilhos como os que vemos no Brasil, mas também são discriminados como toda minoria.
Descemos até o rio e embarcamos para um passeio pelo Danúbio. A noite estava mais fria agora e um pouco de névoa cobria o rio. A cidade iluminada parecia cintilar na escuridão. Passamos pelo prédio do Parlamento. Vocês não fazem ideia de como é lindo esse prédio à noite. É magnífico.
06.05.2001
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Estátua de Anonimus |
Hoje fizemos um tour pela cidade. Começamos pela Praça dos Heróis e em seguida entramos no Parque da Cidade. O parque é enorme, com vários monumentos, museus de Belas Artes, Jardim Zoológico, Banhos Termais etc... Achei interessante a estátua do Escritor Desconhecido “Anonimus”. Ela é enorme e não tem rosto, ou melhor, o rosto fica escondido por um capuz. Parece um fantasma. O tal escritor preferia permanecer incógnito; deixou seu legado para o povo húngaro, mas não se identificou. Interessante, ou melhor, estranho. Será alguém totalmente desprovido de vaidade?
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Vista do Bastião dos Pescadores |
Na saída do parque, atravessando uma ponte, vimos uma pequena ilha no meio do lago com um castelo. Esse lago no inverno fica congelado e se transforma em pista de esqui. A temperatura aqui chega a 20º negativos no inverno.
Continuamos o passeio até a cidadela, ou cidade velha. A parte antiga fica em uma das colinas de Buda. Mantêm ainda algumas características de cidade medieval, mas a maior parte das construções foi destruída nos bombardeios da segunda grande guerra. É gratificante constatar o esforço para manter viva a história do país. O pouco que restou está sendo muito bem conservado. A guia nos mostrou a fachada preservada de uma igreja muito antiga. O governo permitiu que uma grande rede de hotéis construísse um hotel nesse local, mas com a seguinte condição: teria que manter a fachada da igreja e não poderia construir nada que alterasse a paisagem em volta. A rede aceitou, construiu o prédio todo em espelho e a fachada da antiga igreja ficou inserida na parede frontal do hotel. Os espelhos refletem as construções do entorno e, sendo assim, não interferem na paisagem. Ficou ótimo!!! A guia nos disse que o governo está fazendo a mesma exigência com outras grandes redes internacionais que querem se instalar no país. O Mac Donald’s teve que manter toda a fachada de uma antiga estação de trens, só o interior é que é igual as outras lanchonetes da rede.
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Estátua do Anonimus |
Esta é uma iniciativa louvável. Preservar a cultura de um povo, nos dias de hoje, é uma dura tarefa visto que é quase impossível resistir ao poder da mídia. A nossa guia, uma mulher alta e corpulenta, demonstra de vez em quando sua aversão aos costumes americanos. Hoje ela reclamou que o mundo está “cocalizado”.
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