Verso do cartão |
MOSCOU |
Universidade de Moscou - 1964 |
INFO INICIAL
O meu interesse em conhecer a Rússia começou ainda na infância. Dois amigos de meu irmão mais velho foram para a Rússia na década de sessenta, quando o comunismo ainda era um "sonho possível". Um desses amigos frequentemente escrevia cartas para meu irmão, enaltecendo o regime comunista.
Junto com uma dessas cartas ele enviou a foto acima, da Universidade de Moscou. Guardei a foto e agora vou conferir "in loco". A partir de 1969 nenhuma carta foi enviada, ou se foi, não chegou ao destino. Não era muito conveniente, naqueles anos, receber correspondência vinda da Rússia.
Nesta viagem só iremos eu e Andréa. Adélia também iria, mas desistiu.
Fui na véspera para o Rio – o voo para São Paulo sairá as 06:00 h – e dormi na casa de Andréa. Logo que me levantei comecei a sentir muito enjoo. Estranho, isso nunca me acontece. No caminho para o aeroporto pensei que iria "chamar Raul" mas felizmente o enjoo passou antes de embarcar. Ainda bem, já me basta o medo de voar.
07.09.2008
Catedral de Milão |
Gustavo - Dono da Tchwayka |
08.09.2008
O hotel Cosmos é enorme, tem muitas lojas, um casino e um teatro. Não havia ninguém da agência de viagem nos esperando e Andréa teve um pouco de dificuldades em se fazer entender pelo pessoal da recepção que, diga-se de passagem, não é muito receptivo. Acho que os russos ainda não estão muito preparados para receber turistas.
No trajeto do hotel para o centro passamos por vários prédios com arquitetura típica do período soviético. A guia nos informou que nesses prédios três ou quatro famílias dividiam o mesmo apartamento. Cada família tinha o seu quarto e a cozinha e banheiro eram utilizados por todos. Os imóveis hoje são caros e os bem localizados são caríssimos. Quem não pode pagar continua dividindo apartamentos.
A Guia Alexandra |
Igreja Ortodoxa |
Universidade de Moscou |
Mc Donalds |
O ônibus nos deixou na Praça Arbat, uma rua para pedestres no centro da cidade. É uma rua de comércio, mas nada de lojas de grife. Restaurantes, livrarias, bancos e lojinhas que vendem os souvenirs mais comuns aqui na Rússia: matrioskas (aquelas bonequinhas que se encaixam umas dentro das outras), chapéus de cossacos, pashiminas, etc.... Tem também um Mc Donalds, que paga um aluguel irrisório numa das áreas que tem o metro quadrado dos mais caros da cidade. Mutretas do início do capitalismo na Rússia. Imagino que Lenim e Stálin devem se revirar no túmulo caso consigam ver no que essa cidade se tornou.
Caminhando por essa rua paramos em frente a uma mansão. Alexandra nos contou que o livro "O mestre e a margarida" de Mikhail Bulgakov, escrito na década de 20, conta a história de uma visita que o Diabo fez a Rússia num certo verão. A história é ambientada em Moscou, numa época em que os russos não acreditavam em Deus e muito menos em Satanás. Nessa mansão, conta a história, o Diabo fez uma festa de arromba. Por ironia, hoje funciona nesse local a Embaixada Americana.
Restaurante My-My |
Estação do Metro |
No nosso grupo tem algumas senhoras mexicanas. Todas muito animadas, gostam de cantar, e tem a maior disposição. Uma delas tem um problema nas pernas e bastante dificuldade em andar. Apesar disso não deixa de participar de nada, vai andando devagar, mas acaba sempre acompanhando o grupo. Nesse passeio no metro ficou evidenciado uma das características do povo russo. A senhora mexicana que arrasta uma das pernas levou um tombo quando entrava no vagão do metro. Nenhum dos russos que estavam a sua volta se mexeu para ajudá-la. As mexicanas e os brasileiros que estavam mais distantes é que se dirigiram até ela e a levantaram. Os russos não são nada solidários, pelo menos com os estrangeiros. Pelo resto da viagem vários episódios confirmaram essa nossa impressão.
Algumas paulistas fazem parte do nosso grupo. Uma médica aposentada que divide o quarto com uma mulher bem excêntrica, magrela e inconveniente. Uma outra aposentada que trabalhou num órgão público (não me lembro qual)e uma senhora meio desmemoriada. Acho que ela começa a sofrer de Alzheimer. Ontem à noite, no hall do hotel ela se aproximou de nós e disse que não conseguia fazer o elevador parar no andar dela. Ela não havia percebido que havia elevadores específicos para cada grupo de andares. Ficou um tempão falando em português com um segurança do hotel que, é claro, não entendeu nada. Quando nos viu chegar correu até nós e pediu ajuda. Levamos a senhora até o seu andar, que era o mesmo nosso. Chegando lá começou a procurar o quarto e se perdeu novamente. Vixe !!! Acho que o guia terá problemas.
À noite assistimos a um espetáculo tipicamente russo, no teatro do próprio hotel que é excelente. Um balé (como eles são bons nisso) com ótimos figurinos, coreografia idem. No meio do espetáculo identificamos 2 bailarinos que estavam no aeroporto de Milão. Um deles é muito bonito e por isso nos chamou a atenção. A noite foi ótima!!!
09.09.2008
Até agora o tempo está quente, não parece em nada com a Rússia gelada que imaginei. Alexandra disse para não nos animarmos muito porque hoje à tarde a temperatura deve cair. Hoje começamos o dia visitando o Kremlin. A palavra Kremlin significa fortaleza. Dentro dessas fortificações encontramos várias Igrejas, Museus, Armarias, etc...Entramos em uma igreja cujo interior é belíssima. Começou a chover e as pessoas se aglomeravam na porta da igreja sem querer sair. Lá se foi o bom tempo. Em seguida fomos ao Museu da Armaria. O museu abriga uma enorme coleção de tesouros da história russa: joias, pedras preciosas, armaduras, roupas de época, tronos e carruagens.
Encerramos nosso tour na galeria “GUN”. Esse local foi um grande mercado público durante o regime soviético, onde os russos trocavam seus vales por comida ou produtos nacionais. Depois da queda do governo esse lugar foi transformado em uma espécie de shopping. É uma construção muito bonita e hoje, um lugar cheio de lojas das marcas mais famosas do mundo. Tudo aqui faz lembrar aquilo que os comunistas mais detestam. Enfim, um símbolo do mundo capitalista. Éh! Parece que o povo russo capitulou.
Interior da Galeria Gun |
Catedral Cristo Salvador |
Catedral de São Basílio |
Catedral de São Basílio |
Brasileiro é danado para achar que não encontrará outros por aí...Daí passa vergonha....Eu tb dormiria bastante!
ResponderExcluirBjs,
Gerlane.