IRLANDA
Nossa guia Lorraine |
Fizemos um passeio de dia inteiro pelos arredores de Belfast. Nossa guia Lorraine é uma ruivinha simpática que fala um espanhol bem fácil de entender. Seguimos pela orla e passamos por várias cidades pequeninas.
CARRICKFERGUS
Em Carrickfergus paramos no cais onde tem um castelo muito bem preservado, que funcionou como uma fortaleza na defesa dessa região. Um calçadão com uma mureta vai acompanhado o mar que bate nas pedras negras da praia. Tiramos algumas fotos, pegamos um pouquinho de sol, que é sempre bem-vindo por aqui, e seguimos viagem.
Castelo de Carrickfergus |
Carrickfergus |
GLENARM
Paramos em frente ao Castelo da cidade de Glenarm que é a casa de um Visconde. Esse castelo pertence à família McDonnells há mais de quatrocentos anos. Pena que não está aberto à visitação. Somente em algumas datas durante o ano os jardins estão liberados para: exposições, jogos, festival de música.
Castelo de Glenarm |
Demos uma volta pela cidade, pequena e bonitinha, passamos por uma igreja muito antiga e seguimos em frente para fazermos um lanche antes de seguir para a atração principal desse passeio. Comi um sanduíche de salmão com salada e pão preto. O salmão daqui é delicioso, bem diferente do que comemos no Brasil, que quase sempre é importado do Chile.
Seguimos por uma estradinha que vai margeando a praia e, sobe e desce, sobe e desce e, enfim, chegamos a Carrick-a-Rede. O frio aumentou e o vento também e para chegarmos até as falésias temos que andar mais ou menos um quilometro por um caminho meio irregular, com algumas pedras escorregadias e para completar, uma chuvinha fina.
Embrulhadas em casaco, cachecol, luva, capa de chuva, lá fomos nós até o local. Foi duro, mas valeu a pena.
Embrulhadas em casaco, cachecol, luva, capa de chuva, lá fomos nós até o local. Foi duro, mas valeu a pena.
CARRICK-A-REDE
O lugar é liiiindo!!!! Imagino isso aqui num dia de sol. As falésias em tons de cinza, contrastando com o mar azul claro, são um espetáculo. Atravessamos por uma pontezinha estreita com cordas nas laterais, que liga uma falésia a uma rocha, o que nos permite chegar bem perto do mar.
Algumas pessoas não tem coragem de atravessar a ponte por causa da altura, porque balança e, pra completar, o mar está batendo forte lá embaixo. Jussara precisou de ajuda, mas acabou atravessando.
A vista é deslumbrante!!!!
GIANTT'S CAUSEWAY
Giantt's Causeway |
Saímos dali e seguimos por mais onze quilômetros até o destino mais popular dessa região, Giant’s Causeway ou a escada do gigante. Esse lugar é repleto de rochas recortadas como se fossem degraus de uma escadaria. A guia nos explicou como as rochas adquiriram aquele formato peculiar. Bem, até onde foi possível entender, é o resultado da lava resfriada depois de erupções vulcânicas que aconteceram a milhões de anos atrás. Acho que é isso, mas fico pensando porque não ocorreu o mesmo em outros lugares que também possuem rochas vulcânicas. Talvez por isso surgiu uma lenda sobre essa escadaria.
Reza a lenda que havia aqui nesse local um gigante irlandês e lá adiante, depois do mar, um gigante escocês (é possível avistar a Escócia daqui). Eles queriam briga e como não havia barco suficientemente grande para transportar um gigante, o irlandês resolveu construir uma escada de pedras que ligasse os dois países. Quando chegou mais perto da Escócia o gigante irlandês percebeu que o gigante escocês era muito maior e mais forte do que ele. Correu de volta pra casa e contou o ocorrido a sua esposa e ela teve uma ideia para salvar o marido. Vestiu o marido como um bebê e ele se deitou num berço gigante. Quando o escocês chegou à casa do irlandês e viu aquele bebê enorme, pensou: “se o bebê é desse tamanho imagine o pai”. E fugiu.
De casaco para passear na praia.Rssss |
Retornamos a Belfast. Nossa guia ruiva durante toda a viagem foi nos falando sobre a questão religiosa e política na Irlanda. Nada como viajar para entender realmente as histórias que ouvimos apenas através das mídias. Eu achava que depois do declínio do IRA (exército republicano irlandês) essa questão estivesse mais bem resolvida na Irlanda. Mas não. Há vinte anos não há mais conflitos entre protestantes e católicos, mas é uma situação parecida com um braseiro já quase apagado. Se abanar o fogo reacende.
Existem bairros católicos e bairros protestantes, e são separados por muros de alvenaria e alguns de grade. Nos bairros protestantes tem uma bandeira do Reino Unido e nos bairros católicos a bandeira que representa os católicos. Os ônibus não atravessam de uma zona para outra, cada zona tem suas escolas, seus cemitérios, bares, etc. O centro da cidade é zona neutra. Esses muros tem portões que são fechados as 19:00 h e alguns as 22:00. Então ninguém atravessa para o outro lado após as 22:00 h.
Os muros são pintados com os ideais de cada grupo, seus heróis, sua história. Pintados com grafite, os muros se tornaram uma mistura de arte com protesto. Virou ponto turístico.
Hoje a proporção de católicos e protestantes na Irlanda do Norte é quase igual, mas no passado o número de protestante era bem maior. A Irlanda do Norte continua pertencendo ao Reino Unido e a República da Irlanda (ao sul), de maioria católica, se tornou independente em 1949.
Bem, eu entendo que essa rixa não começou por causa da religião, o motivo é político. O sentimento de nacionalismo foi exacerbado pela ocupação territorial e pela repressão feita pelos ingleses. A religião apenas passou a fazer parte do conflito e, manter a religião católica se tornou uma forma de protestar contra a ocupação inglesa. Acho que é mais ou menos isso que ocorre em outros conflitos ao redor do mundo, a religião é apenas um componente da questão política. Perguntei a guia porque se mantém os muros se já não há conflito. Ela disse que a situação hoje é muito melhor do que há vinte anos, mas que é uma paz muito frágil e que o muro tem contribuído para diminuir os atritos. Nossa guia é católica e uma de nós perguntou se ela aceitava bem os protestantes. Ela respondeu que sim e que a irmã dela casou com um protestante. Perguntei se a família aceitou. Ela disse que sim, que eles aceitaram, mas ninguém fala com o marido dela. Morremos de rir.
A noite jantamos no restaurante Love Fish. Comi um risoto de champignon e de sobremesa um brownie com sorvete e gengibre. Jantar delicioso. As companheiras gostaram tanto que fizeram questão de cumprimentar o Chef Michel Deane.
13.06.2015
Mercado St Jorge |
Compramos o ticket do ônibus de turismo e fomos percorrer os principais pontos da cidade. Não tinha áudio guia em espanhol (fomos enganadas), então descemos no centro e entramos em algumas lojas. Depois fomos almoçar no Mercado St.Jorge.
O mercado ficou aquém da nossa expectativa. Apenas um restaurante no mercado e o cardápio não agradou.
Museu do Titanic |
Fizemos um lanche e fomos para o Museu do Titanic. Já comecei a gostar do museu pelo prédio, que faz lembrar um navio. No térreo estão as lojinhas e restaurantes. A partir do segundo piso, tudo sobre o navio mais famoso do mundo. Em se tratando de fama, acho que só perde para a arca de Noé. A história começa antes da própria construção do navio, passa pela tragédia do naufrágio e termina na descoberta dos destroços do navio, no fundo do mar. Réplicas dos botes salva-vidas, dos camarotes de 1ª, 2ª e 3ª classe, as plantas do navio, fotos da época, um vídeo que mostra todo o navio em telas enormes tipo 180 graus, dos porões até o deck. Dá uma sensação de estar dentro do navio. Tem também um carrinho parecido com um trem fantasma, que sobe e desce por um lugar meio na penumbra de onde se pode ver imagens de homens reproduzindo o trabalho no navio como era feito naquela época. Muito bom, gostei da experiência.
Eu e Adélia resolvemos retornar ao hotel e o restante da turma partiu para as compras. Eu estou cansada, com o pé doendo da caminhada da véspera, mas quando chegamos ao hotel e vimos o movimento no Pub Empire, resolvemos entrar e conhecer um bar tipicamente irlandês.
O Pub esta lotado, tivemos dificuldade para encontrar uma mesa. Nos telões espalhados pelo bar, está passando o jogo Irlanda x Escócia. Acho que deve ser algo parecido com um jogo Brasil x Argentina. Tomamos nossa cerveja, o que não falta é cerveja boa por aqui, ficamos olhando o movimento e assistindo ao jogo. De repente a Irlanda faz um gol. Preparei-me para uma comemoração daquelas, mas que nada, apenas um burburinho e pronto. Ninguém comemora um gol como os brasileiros.
Recomendações:
Restaurante Love Fish
28-40 Howard Street
Belfast BT 1 6PF
Northern Ireland
PUB The Belfast Empire
42 Botanic Avenue, Belfast BT7 1JQ,
Irlanda do Norte
PUB The Brazen Head
20 Brigde Street Lower, Dublin 8, Irlanda
PUB The Brazen Head
20 Brigde Street Lower, Dublin 8, Irlanda