17 setembro, 2017

TIRADENTES-2017

Há uns três meses atrás minha amiga Thayz disse-me que iria, junto com Carlos, ao festival gastronômico de Tiradentes. Perguntou se eu gostaria de ir também. Pensei um pouco...já fui lá umas cinco vezes, mas nunca na época do Festival. Aceitei o convite. Thayz me passou o telefone de Renato e Magali, os organizadores desse passeio. Liguei e Renato informou que não havia mais vagas. Que pena! Faltando uns quinze dias para a viagem o Renato me ligou dizendo que houve uma desistência e que eu poderia ir, se quisesse. Topei.



24.08.2017

Cheguei ao local marcado para a saída do ônibus às 06:00 h. Não tinha a menor noção de quem fazia parte do grupo nem de quem iria dividir o quarto comigo. Gosto de surpresas.
As pessoas foram chegando e vi que conhecia a maioria. Antigos colegas de trabalho, todos aposentados como eu, conhecidos de infância e outros que eu conhecia “de vista”. Josânea e Marcus, Lurdinha , Soraia, minha prima Lídia e Armando, Gripp e Carmem Lucia, Fátima e Marcus, Dna Hilda, Paulo, e meus amigos Thayz e Carlos, que me convidaram para esse passeio gastronômico.
Dna. Hilda
Magali me comunicou que vou dividir o quarto com Dna Hilda. Eu já conheço essa senhora de outras viagens e sei que é boa companheira: alegre, destemida e boa de copo. Apesar dos oitenta anos, topa qualquer programa. Uma vez, lá em Gramado, eu não quis descer de tirolesa e ela, apesar dos oitenta anos, não arregou, se jogou na tirolesa e deslizou morro abaixo na maior alegria. Ô véia doida!!!
Chegamos no final da tarde. Viagem demorada e cansativa, mas eu dormi um pouco o que ajudou bastante. Alguns reclamaram que o motorista é muito lento. Também achei, mas é melhor assim do que viajar com algum apressado irresponsável. 
Marcas Mineiras

Deixamos as malas no hotel e partimos para a primeira loja, Marcas Mineiras, recomendação de Lourdinha que conhece bem o artesanato local. A loja 
tem coisas maravilhooooosas. Peças bordadas com perfeição, trabalhos em patchwork, toalha de banho lindíssimas, cristais, cerâmica, essências, etc....Tudo de muito bom gosto. Atrás da loja, numa grande área verde, tem uma pequena loja de “coisas de antigamente” e ao fundo uma cafeteria coberta com um grande telhado de vidro, que permite tomar o café ao ar livre protegido da chuva, mas sem perder de vista o movimento das árvores acima do telhado. Que lugar simpático! Vamos ter que voltar aqui porque hoje a cafeteria estava fechada.
Marcas Mineiras















Saímos para caminhar, mas antes fizemos um “pit stop” em outra loja com cafeteria, Empório Maria Monteiro. Aqui também a tentação dos doces nos persegue. Resisti e tomei um cafezinho com pão de queijo, mas Carlos quebrou a corrente e me deu um bombom artesanal. Cai em tentação, a carne é fraca.
Seguimos pelas ruas de pedra, entramos nas lojinhas pra admirar o artesanato, os doces, aproveitar a cordialidade dos mineiros.
Já é noite e estamos cansados. Entramos no Mandalun para encerrar o dia com alguma comida quente porque a noite está muito friiiiiia. Depois de tomar um caldo de batata baroa e um copo de vinho, me senti pronta pra cair nos braços de Morfeu.
Vamos a duas cidades importantes para quem quer fazer compras: Santa Cruz de Minas e Resende Costa. Thayz e Carlos não irão. Disse Thayz que Carlos não queria ir porque tinha um encontro com Sueli. Acho que é um código, segredinho deles.
Saímos de Tiradentes seguindo pela Estrada Real até Santa Cruz, cidadezinha pequena ao pé da Serra de São José e banhada pelo Rio das Mortes. Aqui se faz muito móvel artesanal e artesanato em ferro, bem típico dessa região. Achei os preços melhores que em Tiradentes. 
Durante o trajeto o guia foi nos contando a história da Estrada Real que liga Diamantina, em Minas, ao porto de Paraty no Estado do Rio, construída para ser rota de transporte de ouro e diamantes. Hoje virou rota turística. O guia é um homem muito magro e alto, com uma bonita voz de barítono e com um vasto conhecimento da história daquela região e dos “causos” que justificam alguns ditados e costumes. Um bom desodorante e algumas aulas de gramatica o tornariam um guia quase perfeito. Eu, Lurdinha e Soraia, que estávamos sentadas nos primeiros bancos, fomos as que mais sofremos com a “inhaca” do guia falante. E lá foi ele contando histórias e estórias de escravos, padres, igrejas, etc.:
- Porque se diz  “fulano lavou a égua” quando alguém tem um grande lucro ou uma grande satisfação?  Os donos do garimpo juntavam as pepitas e o ouro em pó em cavalos para o transporte até a capital. Os escravos pegavam o ouro em pó e esfregavam no pelo do cavalo. Depois de descarregar a carga eles iam literalmente lavar a égua e pegar o ouro roubado do dono do garimpo. Foi dessa forma que eles conseguiram, por exemplo, colocar ouro na construção da Igreja do Rosário.
- Em Tiradentes foi construída a igreja dos brancos, a igreja dos mulatos e a igreja dos pretos. A igreja dos pretos é a Nossa Senhora do Rosário. Os brancos diziam que essa era a santa de devoção dos pretos porque o Rosário é composto originalmente por três terços, cada terço com cinco mistérios. Cada mistério recorda uma parte importante da história da salvação. Enfim, levavam mais de duas horas rezando, o que era bem apropriado porque os pretos tinham mais pecados, diziam os brancos.
- Porque Santo Antonio é conhecido como o santo casamenteiro? Porque Fernando de Bulhões, nome de batismo de Santo Antonio, quando decidiu seguir a vida religiosa achou por bem doar o seu patrimônio as moças da sua cidade que não tinham dote para se casar. Sem dote, nada de casamento, era ficar pra “titia” e pronto.
- O dote era colocado em baús de madeira. Os pais iam colocando ali joias, dinheiro, objetos de arte. As amigas vigiavam entre si os baús de cada uma, com o propósito de informar para os irmãos ou primos, a existência de algum baú que estivesse “bem recheado”. De posse dessa informação o rapaz se adiantava e pedia a moça em casamento, antes que outro o fizesse. Daí a expressão “deu o golpe do baú”.
- Como distinguir de longe a diferença entre uma igreja e uma capela? A igreja tem duas ou mais torres com sino e a capela pode ter uma torre ou nenhuma.
- Qual a diferença entre sobrado e solar? Sobrado tem um comércio na parte de baixo e um lar na parte de cima. O Solar é só lar, embaixo e em cima.
- Até 1802, em Minas Gerais, os mortos eram enterrados dentro das igrejas (só os mortos tá? Os vivos não). Perto do altar ficavam os mais ricos, que contribuíam mais para igreja. No meio do caminho entre o altar e a porta ficavam os pobres. Perto da porta de entrada da igreja ficavam os mais pecadores (os pretos, as adúlteras, os assassinos, etc), para que fossem “pisados” por todos que entravam na igreja.
Essa é uma pequena amostra das curiosidades que o guia apresentou. Sempre que ele perguntava “vocês sabem a diferença entre...”, ninguém sabia responder. Um passageiro levantou e disse:
- Cambada de ignorantes, ninguém sabe nada! Vão na igreja todo dia e não sabem nada de religião! O moço aí sabe mais do que o padre.
Em determinado momento, no meio de uma das histórias, o guia falou que antigamente as pessoas não tinham o hábito de tomar banho todos os dias. Soraia não se conteve:
- Esse hábito não acabou não, tem gente que ainda hoje leva diiiiiias sem tomar banho
Ela estava falando dele, mas com certeza ele não entendeu. Mais tarde Magali disse que a mulher o havia abandonado recentemente e que talvez por isso estivesse tão magro. Tá explicado!!! A maioria dos homens é muito dependente da mulher para os afazeres domésticos. Ele deve estar lavando a própria roupa, lavando muito mal, pelo visto.
O guia foi um intervalo cultural no meio de tantas compras. Viva a cultura! Abaixo o consumismo!
Resende Costa
Chegamos a Resende Costa, almoçamos e em seguida começamos a maratona das compras. O forte do comércio aqui é arte têxtil. A maioria das lojinhas e oficinas fica concentrada numa única rua onde se encontram: redes, colchas, conjuntos americanos, almofadas, mantas, tapetes, bonecos de tecido, etc.
Já estava cansada de tanto andar, comprei rapidamente o que necessitava e voltei para o ponto de encontro. Só encontrei os maridos, a mulherada estava enfiada nas lojinhas. A tarde estava bonita e ensolarada, perfeita para uma bebida gelada. Do outro lado da rua tinha um barzinho que está vazio naquele momento. Entrei no bar e pedi uma cerveja. Sentei numa mesinha na calçada, fiquei bebericando a cerveja super gelada e tomando um solzinho. 
Algumas pessoas que trabalhavam em frente ao bar ficaram me olhando com curiosidade. Acho que não estão acostumadas a ver uma mulher, ou melhor, uma senhora bebendo sozinha numa mesa de bar.
De repente alguém grita o meu nome. É Amós, meu amigo maluquinho. Ele veio com a família e alugou um imóvel em Tiradentes. A esposa e as noras estão comprando, ele e os filhos vieram pro bar. Ficamos papeando e aguardando que as compras acabassem ou que o dinheiro acabasse, ou os dois juntos.
Retornamos a Tiradentes e próximo ao hotel encontrei meus amigos Carlos e Thayz numa sorveteria. Thayz contou que aproveitou para conhecer alguns ateliês, a cidade tem vários, e em um deles conheceu o artista. Ficou encantada com o trabalho dele. 
Resolvi acompanhá-los no sorvete e escolhi o de café. Gostei, mas sorvete não faz parte dos meus doces favoritos, nem lembro a última vez que tomei um. Ouvimos uma cantoria vindo lá da rua e saímos para a calçada para ver o que se passava. Era um grupo de jovens, alguns usando roupas folclóricas, carregando estandartes e bandeirolas. Parece uma Folia de Reis, mas não sei do que se trata.
Resolvemos voltar àquela loja linda que visitamos no primeiro dia e usufruir daquela cafeteria ao ar livre, cercada de verde. Tomamos um café e compramos um pedaço de bolo de chocolate com recheio de doce de laranja. Levamos o bolo pra comer depois porque precisamos preservar nosso apetite para o jantar. Fizemos reserva no “Tragaluz”, um bom restaurante que eu já conheço. A noite promete.


Logo que anoitece a temperatura cai bastante. Saímos para uma curta caminhada até o restaurante, que fica na mesma rua do nosso hotel. Carlos estava todo encasacado e com um gorro:
- Podem me chamar de Carlos Down (por causa do gorro).
O restaurante tem móveis de madeira e uma parede de pedra. O ambiente é muito agradável, velas na mesa numa penumbra na medida certa, e a temperatura gostosa bem diferente do frio que faz lá fora. Tem uma aparência bem tradicional, mas não é antiquado.
O restaurante estava lotado, se não tivéssemos feito a reserva não conseguiríamos comer aqui. Ficamos numa mesa bem situada, num cantinho sem muita circulação de garçons. O garçom que nos atende é bem baixinho e tem um topete grande todo arrumadinho. Carlos gosta de brincar com os garçons que nos atendem, e perguntou:
- Você faz parte de alguma dupla sertaneja? Vc tem cara de quem sabe cantar.
- Sou só garçom mesmo e canto mal "dimais".
Thayz perguntou ao garçom se os cardápios poderiam ser comprados. Era o cardápio dos pratos do festival gastronômico e tinha um formato parecido com os livrinhos de literatura de cordel. 
-Não está à venda não senhora.
Carlos olhou o garçom e falou:
-Ela costuma levar sem avisar. Hoje ela resolveu pedir, é melhor vender, viu?
O rapaz do topete riu e continuou atendendo.
Carlos pediu um Badejo com molho de cachaça, purê de banana da terra e legumes grelhados. Aliás, o molho de cachaça ele dispensou. Thayz preferiu a tradicional galinha d'angola, símbolo dessa cidade. Eu escolhi costela de Angus prensada, com vagens cozidas e nhoque de ora pro nobis. E um bom vinho pra acompanhar essa comida deliciooosa!
Já nos sentíamos mais que satisfeitos, mesmo assim nos rendemos à tentação dos doces. Pedimos duas sobremesas bem conhecidas: Queijo com Goiabada e Doce de Leite Quente com Sorvete de Queijo Minas e uma farofinha de nozes

Não é uma goiabada qualquer. Goiabada cascão prensada na castanha de caju granulada, frita na manteiga, deitada em cama  de catupiry, acompanhada de delicioso sorvete de goiaba.
Ulalá!




Logo depois do café partimos para o distrito de Bichinho, reduto de artesãos, lugarejo muito conhecido nestas paragens. Pegamos um táxi que nos levou até lá por um preço justo, em mais ou menos vinte minutos. Atravessamos toda a rua principal, onde fica concentrado o comércio de artesanato, e fomos até a parte mais alta, onde estão a igrejinha e o restaurante famoso por aqui “Tempero da Ângela”. 
Resolvemos voltar caminhando, morro abaixo, entrando nas lojas e ateliês. Como a descida era longa, combinamos com o taxista Lanusse um valor para que ele ficasse a nossa disposição. Lalá (apelido que Thayz propôs para Lanusse) ofereceu um acordo para ficar por duas horas. Topamos. Carlos ficou batendo papo com Lalá, enquanto eu e Thayz vasculhávamos as lojas, olhando mais do que comprando, é claro. Não entramos nos lugares apenas para comprar, gostamos de admirar o trabalho bem feito, a originalidade das peças, o inusitado.
Ateliê Artes Flores Zezinho
Thayz estava à procura do Ateliê de Seu Zezinho, um artista na confecção de flores de papel. Quando finalmente encontramos o local, subimos os pequenos degraus num morrinho onde fica o Ateliê do Zezinho. A casa parece uma cabana: barro, tijolo, madeira, pedra, bambu....e flores de papel.
Realmente um artista o Seu Zezinho, as flores são lindas. O trabalho dele já fez parte de várias novelas e minisséries da Globo. Pena que ele não estivesse lá, gostaríamos de conhecê-lo. Tinha saído pra almoçar e quem nos atendeu foi uma mulher, comerciante e artesã também, dona da loja que fica em frente ao Ateliê. Muito legal essa solidariedade entre os artesãos, não há competição o que é bom e inteligente também. Quanto mais sucesso o seu vizinho faz, maior o número de turistas que virão conhecer o lugar, o que é bom para todos. 
Thayz ficou encantada com as flores e comprou algumas.


Passamos por outras lojas e terminamos o passeio visitando o ateliê Oficina de Agosto. Não lembro o nome do artista que é dono desse ateliê, mas me recordo que em outra viagem que fiz aqui falaram sobre a preocupação que ele tem com o meio ambiente e por isso trabalha sempre com materiais recicláveis. Tem muita coisa interessante aqui e realmente ele trabalha com uma grande diversidade de materiais.
Voltamos para almoçar em Tiradentes. As ruas estão apinhadas de gente, a cidade tranquila que não tem cadeia por falta usuário, parece ferver nesse final de tarde. Resolvi subir uma pequena ladeira que termina em uma igrejinha. Ou será capela? Esqueci o que o guia ensinou.
Em outras vezes que aqui estive também senti vontade de subir essa rua, mas nunca sobrou tempo. A subida é íngreme e eu sem preparo físico, sofri. Olhando lá do alto, a paisagem fica ainda mais bonita nesse final de tarde. O sol vai bordando de dourado as folhas das árvores, o telhado das casas, a igreja matriz... Na encosta do morro da igrejinha muitos jovens sentados na grama fazem piquenique, namoram, fumam maconha... tudo na maior tranquilidade, combinando com o pôr do sol.
Sentei na grama e descansei um pouco. Quase sempre, na hora de levantar do chão me arrependo de ter sentado. As pernas parecem pesar trinta quilos cada uma, uma merda. Vou para o hotel me preparar para o jantar dessa noite num restaurante que eu gosto muito, o “Atrás da Matriz”.
A noite estava muito fria, perfeita para um bom jantar e um vinho pra brindar. Iniciamos a subida e Carlos não demorou muito, reclamou:
- Isso não é uma caminhada, é uma via crucis! Onde fica esse restaurante, gente?
- Atrás da matriz – respondi
- Não é o nome do restaurante que eu quero saber, é onde fica.
- O restaurante fica atrás da matriz, por isso o nome dele é Atrás da Matriz – explicou Thaiz.
Chegamos. Ufa!!!

Restaurante cheio, pra variar. Ficamos na varanda lateral, lá dentro não tem lugar, mas a temperatura está agradável aqui fora, bem diferente da última vez que estive aqui, quando foi preciso colocar um aquecedor ao lado da mesa e uma manta para cobrir as pernas.
Uma moça nos atendeu e avisou que estava apenas começando a trabalhar nessa atividade. Morava em outra cidade e estava desempregada. Portanto, caso cometesse alguma falha, pedia nossa paciência.
Bacalhau com molho de amêndoas
Bacalhau é a especialidade desse restaurante. Então, escolhemos um lombo de bacalhau frito no azeite, com molho de amêndoas e arroz crocante. Thayz comia e suspirava, saboreando o bacalhau que estava divino. Carlos, como sempre, antes de escolher o prato principal já está pensando na sobremesa.  Comentei sobre isso:
- Carlos, você é uma formiguinha pra doce, né?
- Sou. Uma vez me perguntaram: “se lhe fosse oferecido uma mulher de perna aberta e um doce, o que você comeria primeiro?”. Não tive dúvida, respondi imediatamente “a mulher e em seguida comia o doce”.
Carlos gosta de contar “causos”. Lembra-me os irmãos do meu pai, todos gostavam de contar piadas, inclusive as irmãs. Meu pai, apesar de muito discreto,  não perdia uma oportunidade de contar um "causo" engraçado.
Como é bom comer uma comida gostosa com boa apresentação, num ambiente limpo e tranquilo. Sem música alta, sem pressa e se a bebida for boa e a companhia agradável, é perfeito. O preço pode até ser salgado, mas vale a pena porque esse breve instante ficará pra sempre gravado em nossa memória.
Fazendo o caminho de retorno para o hotel, fomos encontrando os muitos turistas que curtiam a noite de sábado. Em uma rua, um grupo de pessoas assistia a três homens de aparência humilde que tocavam e cantavam para arrecadar algum dinheiro. A música era boa, eles mereciam uns trocados.
Nossa última noite aqui, amanhã sairemos pela manhã. Já sinto vontade de voltar, sempre fico com a sensação que falta conhecer alguma coisa interessante. Quem sabe? Talvez na próxima vez essa sensação de incompletude se desfaça.