Sou uma distraída incurável.
Erro data, troco nomes, já peguei objetos de amigas
pensando que eram os meus (óculos, bolsa, celular, máquina fotográfica,etc...). Já
fui a casamento errado e já velei morto desconhecido achando que era um amigo
falecido que estava em outra capela.
Nos últimos tempos tenho me
comportado razoavelmente bem, até que na última semana tive uma recaída.
Há uns vinte dias atrás recebi
por e-mail o convite de aniversário da netinha de minha amiga Rosani. Deixei o
convite na minha caixa de entrada para não esquecer. Na semana passada ligo
para Valdéa para conversar sobre um cruzeiro que faremos em fevereiro. No final
do papo Valdéa me pergunta:
-Vc vai ao aniversário de Thais?
- Vou. Que dia é mesmo?
- Sábado agora, as 17 h.
- Tá legal, nos vemos lá.
Liguei para minha nora e avisei
que no sábado levaria minha neta Maria Alice na festinha.
Conforme combinado peguei minha
neta e fui para o salão de festas. Maria, três aninhos, está naquela fase que
adooooora festa. Foi pulando pelo caminho até chegarmos ao local da festa.
Entrei e vi que apenas um casal de idosos ocupava uma mesa, todas as demais
estavam vazias. Maria disparou em direção ao pula-pula.
Quando uma mulher que trabalhava
no Buffet saiu da cozinha, perguntei:
- Estranho já passa das 18 h e até agora não chegou nenhum familiar?
- A festa está marcada para as 19.
- É isso! Enganei-me com o horário, achei que fosse as 17 h.
Culpa de Valdéa, filha da mãe, me informou a hora errada. Liguei pra ela:
- Estranho já passa das 18 h e até agora não chegou nenhum familiar?
- A festa está marcada para as 19.
- É isso! Enganei-me com o horário, achei que fosse as 17 h.
Culpa de Valdéa, filha da mãe, me informou a hora errada. Liguei pra ela:
- Valdéa, ainda está em casa? Estou aqui na festa e não chegou ninguém.
- Estou na casa de Valéria. Já tô chegando aí.
As pessoas foram chegando. Maria arrumou uma amiguinha e estava se esbaldando nos brinquedos. Reparei que o tema da decoração era o Batman, tudo preto e azul – que estranho, festa do Batman para uma menina de um ano?
Sento-me em
uma mesa, o garçom me entrega um copo de cerveja, e fico aguardando Valdéa. Uma
moça simpática se aproxima e me pergunta:
- Vc é mãe de alguma das crianças
da creche?
- Não, sou amiga da avó de Thais.
A moça se afasta com uma cara estranha.
Gente, e eu lá tenho cara e idade pra ser mãe de criança que ainda frequenta creche?
Meu Deus!!!! Thais não está em creche, à festa começava as 19 h, decoração do Batman. Tô no lugar errrraaaado!!!!! Ligo pra Rosani:
- Rosani, qual o local da festa de Thais?
- Num salão de festa na rua em frente ao salão M Beauty. Buffet da Fátima.
- Não, sou amiga da avó de Thais.
A moça se afasta com uma cara estranha.
Gente, e eu lá tenho cara e idade pra ser mãe de criança que ainda frequenta creche?
Meu Deus!!!! Thais não está em creche, à festa começava as 19 h, decoração do Batman. Tô no lugar errrraaaado!!!!! Ligo pra Rosani:
- Rosani, qual o local da festa de Thais?
- Num salão de festa na rua em frente ao salão M Beauty. Buffet da Fátima.
Pensei um
pouco – o salão fica numa esquina, a rua que estou fica em frente ao salão, mas
tem uma rua ao lado. Deve haver outro salão na rua ao lado.
- Rosani? Acho que já sei, tô indo pra lá.
- Hellooooo Ângela. O aniversário é amanhã. Tá maluca?
Puta que pariu!!!! Vou matar Valdéa!!!
- Rosani? Acho que já sei, tô indo pra lá.
- Hellooooo Ângela. O aniversário é amanhã. Tá maluca?
Puta que pariu!!!! Vou matar Valdéa!!!
E lá vem Valdéa
toda faceira. Saia de cintura alta, muitas pulseiras, sorriso até a orelha. No
caminho até a mesa pega um sanduíche e um refrigerante. Tenho uma crise de riso
e não consigo nem falar. Só consigo chorar, de rir. A dona da festa nos olha
meio espantada. Deve estar pensando “quem é essa outra estranha?” Valdéa não está entendendo nada. Quando enfim
consigo contar o equívoco, Valdéa arregala os olhos, olha para o sanduíche, olha
para a cara da dona da festa, olha pra mim.
- Que merda!!
E agora ?
Chamei a dona
da festa e nos explicamos, pedimos mil desculpas e disse que ia pegar minha
neta e no retirarmos. A mãe do aniversariante, um menino de quatro anos, foi
muitíssimo simpática. Convidou-nos para continuar na festa porque o que ela
mais queria era que houvesse muitas, muitas crianças na festa e como minha neta já
estava brincando, gostaria que ela permanecesse na festa. O pai do menino também
foi muito atencioso e reforçou o convite.
Fiquei meio sem graça e tentei tirar Maria da brincadeira. Quem disse que ela aceitou sair? Tinha arrumado uma amiguinha pra lá de levada. Queria ficar e dançar o funk das poderosas. É, não vai ser fácil arrancar ela daqui.
Fiquei meio sem graça e tentei tirar Maria da brincadeira. Quem disse que ela aceitou sair? Tinha arrumado uma amiguinha pra lá de levada. Queria ficar e dançar o funk das poderosas. É, não vai ser fácil arrancar ela daqui.
Resolvi ficar,
já tinha dado vexame mesmo, um pouco mais um pouco menos, não faria diferença.
Valdéa também ficou, acho que com pena de me deixar sozinha. Passou alguém na
mesa e perguntou:
– Quer que coloque os presentes na caixa?
– Quer que coloque os presentes na caixa?
- Nãããooooo! É
para uma menina de um ano.
Tivemos que explicar. O que esse pessoal vai pensar, quando formos embora levando os presentes? Duas loucas.
Rosani ligou:
- Ângela, onde
vcs estão?
- Na festa do
menino fã do Batman.
- Tá
brincando, vcs ainda estão aí? Vcs são malucas e eu sou ainda mais louca por andar
com vcs!!!
Saímos da festa depois dos “parabéns”. Maria ainda entrou na fila da lembrancinha e ganhou um monte de brinquedinhos e doces. Minha neta, estava suada, pé todo sujo de andar descalça, cabelo todo desarrumado. Valeu o vexame.
No dia
seguinte voltei ao mesmo local para a festa de Thais. A moça da cozinha me
olhou meio sem entender. Deve ter pensado:-
Essa mulher aqui de noooovo?????