16.08.2013
Consegui convencer meu marido a
fazer uma viagem de final de semana a Tiradentes/MG. Isso merece uma
comemoração, pois conseguir tirá-lo da sua rotina cotidiana é coisa rara. Meu
filho mais velho e sua esposa resolveram nos acompanhar.
Na sexta-feira, bem cedinho,
pegamos a estrada. Levei o GPS de uma amiga para que meu marido se
familiarizasse com o aparelho e, quem sabe, se animasse a comprar um. Sei não,
do jeito que ele é resistente a novidades tecnológicas vai colocar mil
defeitos. Já fomos outras vezes a Petrópolis e Itaipava de carro, que é parte
do trajeto para Tiradentes, mas acho que não fizemos a configuração mais
adequada do GPS e na ida ele nos indicou um atalho errado.
Embrenhamo-nos pelo interior de
Magé e pegamos uma estradinha sinuosa serra acima até chegar a Petrópolis. Haja
braço para manobrar aquela caminhonete por tantas e tantas curvas. Passamos por alguns vilarejos que parecem perdidos no tempo, ou melhor, com uma calma que se perdeu nas cidades um pouco maiores. E tome subida!!! Lá se vai
minha esperança que ele aceite o GPS.
Atrasou um pouco a viagem, mas
tudo bem, esses enganos fazem parte. Até que o “véio” foi bem, chegamos a
Tiradentes no início da tarde e Vilson não me parecia cansado.
Sempre que chego a Tiradentes
lembro-me da primeira vez que aqui estive há mais de 30 anos atrás. Quanta
coisa mudou! Eu fiquei mais velha e Tiradentes....mais nova. Naquela época
encontrei uma cidade antiga e histórica, mas com uma aparência decadente. Hoje
tudo é muito diferente. O turismo, que é a fonte principal de renda da cidade,
depende da boa conservação do seu casario e da preservação de suas
características de cidade colonial.
O ouro que deu origem a cidade,
acabou. Hoje o “ouro” é o turismo e não parece que vai acabar tão cedo.
Depois do almoço e de um cochilo pra descansar da viagem fomos, eu e Lívia, caminhar pela cidade. Subimos até a igrejinha Nossa Senhora das Mercês que foi construída pelos negros e pertence a irmandade dos pretos, segundo informação da funcionária pouco simpática que estava na entrada da igreja. É bem pequena e simples, mas tem a sua graça.
A cidade está lotada e é assim em
todos os finais de semana do inverno. Viemos preparados para muito frio, mas
nos surpreendemos com uma temperatura bem amena. Meu marido, com seu mau humor
costumeiro, reclamou das ruas de pedra:
- Isso aqui tem mais pedra do que
a rua das pedras de Búzios. Será que foi Dom Pedro que mandou colocar? Deve ter
sido pra sacanear os escravos.
Subimos até a Matriz de Santo Antônio. A subida cansou, mas a igreja vale a pena, mesmo estando já fechada. É pena que os três não a vejam por dentro, eu me lembro de como é bonita e quanto há de ouro nos seus ornamentos. A maior parte do ouro que saía daqui foi enfeitar igrejas da Europa e é mais do que justo que a Matriz de Tiradentes possa ostentar o ouro que estava tão próximo, na Serra de São José.
Percorremos as ruelas, subimos e descemos ladeira, entramos nas lojinhas e nos rendemos ao mais agradável dos pecados capitais: a gula. Descemos a ladeira e fomos passando por vários restaurantes. O que não falta nessa cidadezinha
é restaurante, alguns bem convidativos. Fomos caminhando e ouvindo o som das
músicas que tocavam nos bares: Bossa Nova, MPB, Música Latina. Até música
gospel, porém um gospel mais atual sem aquela influência do gospel americano.
Paramos no restaurante Mandalum, no Largo das Forras onde também fica nosso hotel. Tem várias sopas no cardápio. Lembrei da que comi na última vez que estive aqui e resolvi repetir a dose. Pedi um prato que minha mãe chamava de "péla égua": uma canjiquinha bem cozida com costelinha de porco. Pra acompanhar, uma caipirinha deliciosa.
À noite a temperatura caiu um
pouco mais. Ótima noite para dormir enroladinho.
17.08.2013
Fomos a Bichinho comprar algum
artesanato. Espero que o preço esteja melhor do que em Tiradentes. Os dois
impacientes, Vilson e Vicente, já queriam parar na entrada do lugar e ficar por
ali mesmo. Ô falta de curiosidade!
Na última loja da estrada
encontrei os tapetinhos que eu queria. Almoçamos no restaurante Tutu na Gamela,
comida caseira com preço justo.
No final da tarde pensei em ir ao
Museu da Liturgia, mas cheguei tarde, o museu fecha às 17 h. Fica para a
próxima.
À noite fomos assistir a uma
apresentação musical chamada “Alma Brasileira”. O evento faz parte de um
projeto cultural na área da música que leva essas apresentações a cidades do
interior de Minas Gerais. É um grupo legal: violão, violoncelo, piano, flauta,
clarineta e uma cantora lírica. O teatro do SESI não é grande, mas é
confortável e tem acústica excelente.
Notei que Vilson estava virando a
cabeça para um lado e outro com frequência. Não é que ele está gostando!!! Estranho...essa
não é a “praia” dele. Perguntei:
- Porque você está se mexendo
tanto?
- Estou fazendo uma fisioterapia
musical para minha artrose na cervical. Tá funcionando...
Ehhhh, logo vi.
Terminamos a noite comendo uma
pizza feita no forno de pedra no restaurante "Jardins de Santo Antônio". Hummmm, muito boa!!!
18.08.2013
Pensamos em sair mais cedo de
Tiradentes, mas dormimos demais. Passei boa parte da viagem pegando no pé de
Vilson para que ele não corresse demais. Sou medrosa quando se trata de
velocidade e ele exagera um pouco. Pra mim, entrar numa curva a 120 Km ou mais,
é impensável.
Ao passar por Barbacena avistei o restaurante "Cabana da Mantiqueira" e me dei conta que nunca mais voltei a essa cidade onde passei bons momentos da minha juventude. As vezes sinto vontade de entrar até a cidade, mas acho que vou achar tudo muito estranho. Sabe aquela música de Lulu Santos "....nada do que foi será, de novo do jeito que já foi um dia, tudo passa tudo sempre passará...". Pois é, acho que não vou encontrar a mesma cidade que está na minha memória. Melhor não ir.
A viagem seguiu tranquila e chegamos em Macaé no início da noite. Foi um fim de semana legal.
Ao passar por Barbacena avistei o restaurante "Cabana da Mantiqueira" e me dei conta que nunca mais voltei a essa cidade onde passei bons momentos da minha juventude. As vezes sinto vontade de entrar até a cidade, mas acho que vou achar tudo muito estranho. Sabe aquela música de Lulu Santos "....nada do que foi será, de novo do jeito que já foi um dia, tudo passa tudo sempre passará...". Pois é, acho que não vou encontrar a mesma cidade que está na minha memória. Melhor não ir.
A viagem seguiu tranquila e chegamos em Macaé no início da noite. Foi um fim de semana legal.