06 fevereiro, 2021

Aristóteles e os Peripatéticos

Recentemente, enquanto tomava meu café matinal, a TV mostrava uma entrevista com uma secretária de educação de uma grande cidade do estado de São Paulo. Só depois de tomar o meu café é que saio do estado de letargia  que me domina depois que acordo pela manhã e foi nesse estado de lerdeza que ouvi a dita secretária falar de um projeto que estava sendo implantado em algumas escolas da cidade. Ele consistia, entre outras coisas que eu não cheguei a ouvir, em levar as aulas para fora das paredes das salas e das escolas, o que tornaria o aprendizado mais rico e realista e blá blá blá...

E ela ia falando como se tudo aquilo fosse algo novo, uma descoberta recente e importante. Esse é um hábito muito comum nos políticos, mas percebo que a nossa classe de educadores também peca nesse quesito.

No período que trabalhei na Petrobras, participei de muitos cursos interessantes. Em um deles, no início da década de noventa, chamado Curso de Criatividade, o professor utilizou uma sala de grande dimensão com colchões espalhados pelo chão e nesses colchões os alunos sentavam ou deitavam e ali discutíamos os temas desenvolvidos através de desafios, jogos e brincadeiras que realizávamos fora dessa sala, nos jardins que faziam parte desse hotel fazenda.

O curso foi muito bom a ainda hoje lembro de alguns ensinamentos que levei pra minha vida. No entanto me surpreendia o fato dele, o professor, achar que aquilo era uma método diferente, um jeito novo de ensinar.

Como faz falta o estudo da filosofia. Esse método didático é do tempo de Aristóteles da Grécia antiga. Talvez até anterior a ele, porque Sócrates já falava aos seus alunos nas praças de Atenas. Aristóteles dizia que o principal papel da educação é conduzir o homem à felicidade e que esse conhecimento deveria ser prático e útil. Ele fundou sua escola num local integrado a natureza e gostava de ensinar enquanto caminhava com os alunos por diversos ambientes, oferecendo a eles o contato direto com o mundo a sua volta, desenvolvendo neles a capacidade de observação e percepção. Recentemente, enquanto tomava meu café matinal, a TV mostrava uma entrevista com uma secretária de educação de uma grande cidade do estado de São Paulo. Só depois de tomar o meu café é que saio do estado de letargia  que me domina depois que acordo pela manhã e, nesse estado de semi lerdeza, ouvi a dita secretária falar de um projeto que estava sendo implantado em algumas escolas da cidade. Ele consistia, entre outras coisas que eu não cheguei a ouvir, em levar as aulas para fora das paredes das salas e das escolas, o que tornaria o aprendizado mais rico e realista e blá blá blá...

E ela ia falando como se tudo aquilo fosse algo novo, uma descoberta recente e importante. Esse é um hábito muito comum nos políticos, mas percebo que a nossa classe de educadores também peca nesse quesito.

No período que trabalhei na Petrobras, participei de muitos cursos interessantes. Em um deles, no início da década de noventa, chamado Curso de Criatividade, o professor utilizou uma sala de grande dimensão com colchóes espalhados pelo chão e nesses colchões os alunos sentavam ou deitavam e ali discutíamos os temas desenvolvidos através de desafios, jogos e brincadeiras que realizavamos fora dessa sala, nos jardins que faziam parte desse hotel fazenda.

O curso foi muito bom a ainda hoje lembro de alguns ensinamentos que levei pra minha vida. No entanto me surpreendia o fato dele, o professor achar que aquilo era uma método novo, um jeito novo de ensinar.

Como faz falta o estudo da filosofia. Esse método didático é do tempo de Aristóteles da Grécia antiga. Talvez até anterior a ele, porque Sócrates já falava aos seus alunos nas praças de Atenas. Aristóteles dizia que o principal papel da educação é conduzir o homem à felicidade e que esse conhecimento deveria ser prático e útil. Ele fundou sua escola num local integrado a natureza e ele gostava de ensinar enquanto caminhava com os alunos por diversos ambientes, oferecendo a eles o contato direto com o mundo a sua volta, desenvolvendo neles a capacidade de observação e percepção. Seus alunos eram chamados de peripatéticos -  lembro o nome mas esqueci o significado.

Todo professor deveria estudar os grandes filósofos, eu acho. Eu estudei menos do que eu gostaria e mais do que eu precisava para as funções laborais que eu exerci.  Continuo lendo a respeito mais minha memória HD quase não comporta nenhuma nova informação, infelizmente.

Todo professor deveria estudar os grandes filósofos, eu acho. Eu estudei menos do que eu gostaria e mais do que eu precisava para as funções laborais que eu exerci.  Continuo lendo a respeito mais minha memória HD quase não comporta nenhuma nova informação, infelizmente.

01 fevereiro, 2021

Um Frango Chamado Bebeto

Meu marido gosta de criar galinhas lá no sítio. Eu reclamo com ele porque algumas galinhas as vezes cagam na varanda, outras põe seus ovos dentro do fogão à lenha, dentro da pia da varanda de Vilson, e outros lugares inusitados. Quando eu reclamo ele responde:

- Você não gosta de ovo da roça? Então, galinha que é criada presa não bota tanto ovo e não fica com gema avermelhada porque elas só comem ração.

É verdade. Isso compensa a sujeira na varanda, é só lavar.

Tem galinha, tem garnizé, tem galinhola...e tem o frango Bebeto, o único que tem nome. Ele lembra um cara meio maluco que mora próximo ao sítio da minha sogra, e tem esse nome. O frango é grande, tem pernas compridas e é bonito, mas completamente doido. Dispara numa corrida repentina, briga com as galinhas por causa de comida, belisca quem dá milho pra eles, rouba o que a gente estiver comendo próximo a mureta da varanda e se deixar o copo de cerveja em cima da mureta, é bom ficar de olho porque ele vai querer beber sua cerveja. Todos que frequentam o sítio conhecem Bebeto e se divertem com as maluquices dele.

Meu marido vive dizendo que vai dar um fim no frango, porque ele não serve pra ser galo o destino dele é a panela. Eu perguntei pra Vilson:

- Porque ele não serve pra ser galo, acho que ele vai ficar um galo bonito. 

- Ele não sabe o que é galinha, é um abestado. O galinho garnizé que é miúdo não perdoa nem as galinhas grandes, é de arrancar as penas das costas das galinhas e Bebeto, que devia proteger as galinhas, fica disputando comida com elas. Não serve pra galo.

Nesse final de semana fomos pro sítio. Estava um calor dos infernos, passava o dia me molhando na cascatinha, lendo e ouvindo música. De vez em quando assaltava a geladeira e comia uns jambos, depois jaca e só ia preparar o almoço lá pelas quatro horas da tarde, quando o dia começava a refrescar.

Dei falta de Bebeto, não apareceu nem uma vez pra tentar bicar meu copo de cerveja. Perguntei a Vilson:

- Cadê Bebeto? Não apareceu por aqui.

- Desencarnou. Estava bicando os pintinhos que soltei do poleiro há pouco tempo. Dei ele pra Ivo e fizeram um frango ensopado com aipim.

Puxa vida! Ele não fazia isso por mal. Vou sentir falta do frango, era tão simpático.

Agora as visitas que vão ao sítio sempre perguntam por Bebeto e eu conto sobre o triste destino desse frango: a panela.

Lembrei-me do poema "Uma Galinha" de Clarice Linspector, onde ela conta a história de uma galinha que se tornou a rainha da casa, mas no final cumpriu o seu destino, virou canja.