28 outubro, 2022

Olímpia - São Paulo

Graça e Valdea me convidaram para uma viagem a Olímpia em outubro. É a segunda vez que elas vão a essa cidade durante um evento da "Feliz Idade" (feliz coisa nenhuma). Topei,  estou precisando mudar de ares por uns dias.

Parque Aquático e Hotel Thermas de Olímpia

16.10.2022

Graça marcou nossa saída para 05h. Ás 04:45h pedi um Uber e em seguida liguei para Valdea pois combinei de pegá-la em sua casa. Valdea não atendia. Liguei mais umas duas vezes e nada. Cancelei o Uber e acordei Vilson para nos levar. Achei estranho ela não ter atendido, se estivesse dormindo teria acordado com o toque da chamada.

- Será que ela enfartou ? - Perguntou Vilson

- Não fala bobagem. - Respondi.

- Não é melhor ligar pra filha dela? Ele insistiu.

- Cê tá doido? Laura tem um treco se eu ligar pra ela perguntando alguma coisa desse tipo.

Quando já estávamos a caminho Valdea ligou. Estava tomando banho e desligou o telefone porque o despertador não parava de tocar e a barulhada iria acordar o prédio inteiro.

Ufa! Que alívio, nada de enfarto.

Quando chegamos no ponto de encontro todos já estavam no ônibus. Partimos. A viagem é longa, faremos um pit stop em Campinas, e no dia seguinte seguiremos para Olímpia. 

No ônibus encontramos uma turma já bem conhecida de outras viagens. São boas companhias, não teremos problemas, com certeza. 

Gostei principalmente de encontrar nesse grupo, a minha amiga de infância, Elisa. É certo que vamos lembrar de muitos momentos passados, memórias que partilhamos ao longo da nossa vida, boas lembranças.

Cheguei em Campinas com a coluna arrebentada, tive logo que tomar um remédio pra tentar aguentar melhor a viagem de amanhã.

17.10.2022

Dormimos em Campinas e logo depois do café da manhã seguimos para Olímpia, que fica distante daqui uns trezentos e poucos quilômetros.

Viagem rápida e tranquila, mas a coluna continua doendo. Antes de irmos para o resort, almoçamos em um restaurante no centro da cidade de Olímpia. A cidade é pequena, mas parece bem estruturada. Essa é a região da agroindústria, deu para perceber isso olhando a paisagem ao longo da estrada na viagem para cá, mas acredito que o turismo também tenha um papel importante para a economia local. 

Que lugar quente e abafado, nem um ventinho. Quem nasce e vive em cidades praianas, sente muita falta da brisa do mar quando vai para cidades mais quentes. 

O Thermas de Olímpia Resort fica ao lado do Parque Aquático Thermas dos Laranjais. Esse Parque de águas quentes é o mais visitado da América Latina, uma área bem grande com várias atrações e boa infraestrutura. Acho que o programa aqui se resume assim: shows do Encontro da Feliz Idade, música na piscina no final da tarde, comer muito (é sempre assim quando saímos pra relaxar) e curtir todas as atrações do Parque Aquático. Curtir TODAS as atrações é exagero meu, não me arrisco nem em metade delas. Muito radical pra mim, fiquei mais medrosa com o passar dos anos, nem pensar em correr riscos desnecessários. Lembrei de uma senhora, Dna Hilda, que viajou com esse grupo algumas vezes. Ela gosta de uma cachacinha e não tem medo de correr riscos, aproveita tudo. Em Gramado ela desceu de tirolesa e achou ótimo.

Deixamos as malas no quarto e já fomos para a piscina do hotel, as piscinas do Parque só amanhã. Depois do jantar fomos para o quarto descansar.

18.10.2022

Nos empanturramos no café da manhã e fomos em seguida para o Parque. Dentro do parque fica o Centro de Convenções onde ocorre o Encontro da Feliz Idade. Passamos por lá para ver o local e a atividade que acontece pela manhã, para todos os participantes, do Encontro.

No primeiro piso, que dá acesso ao piso inferior onde tem o palco e o espaço para o público, ficam os stands de venda de produtos variados: roupas, joias, bijoux, doces, artesanato, e aparelhos elétricos que massageiam a coluna vertebral (que delícia).

A palestra já estava acontecendo e então optamos pelas piscinas. Nosso primeiro mergulho foi na piscina onde estava acontecendo a aula de hidroginástica. Encontramos nessa aula outras companheiras de viagem: Elisa, Graça e Jaudea. Depois fomos a uma outra piscina que tinha pedras no fundo (acho que isso é coisa de japonês, que gosta dessas mudanças de piso para massagear os pés). Em seguida fizemos uma pequena caminhada para conhecer o parque e terminamos na piscina de ondas. Em frente a piscina tinha uma aula de dança e Valdea foi pra lá balançar o esqueleto.

Passamos a manhã no Parque e depois do almoço fomos descansar um pouco. Mais tarde engrenamos um papo na piscina até o jantar e no final da noite, o show de Altemar Dutra Júnior. Eu e Valdea adoramos a voz de Altemar Dutra, o pai do moço que vai cantar hoje. Valdea gosta principalmente porque o pai dela era fã desse cantor e cantava todas as músicas dele. Ela também gosta de cantar. Tal pai, tal filha.

Quando chegamos o teatro já estava quase lotado, mas algumas amigas reservaram alguns lugares pra gente. 

Ficamos observando o "desfile'' das misses da terceira idade, cada uma mais linda que a outra😢. SQN. Quando iam descendo a escada para o salão, íamos dando as notas, algumas bem baixas, mas tinham muitas senhoras estilosas e elegantes. Bobagem, era só brincadeira, o que importa nessa faixa de idade é a alegria e disposição pra aproveitar tudo de bom que nos é oferecido, e isso tem de sobra nessa turma.

''🎵Se eu tivesse o coração que dei, tivesse ainda a ilusão nem sei, coragem pra recomeçar no amor, bobagem pois amor assim só um.🎵"

Altemar entrou no palco cantando essa música. A voz é a igual a do pai, de olhos fechados é difícil identificar qual dos dois está cantando. Fisicamente também é muito parecido, mas é mais alto e mais bonito. Não é lindo, mas diga-se de passagem, tem borogodó.

Cantou músicas do repertório do pai, como era de se esperar, mas não se limitou a elas. Gostei especialmente da interpretação pra Yesterday, dos Beatles. Com esse vozeirão ele pode cantar qualquer coisa.

As véias ficaram animadas e foram para perto do palco dançar e cantar, eu inclusive. De repente o moço resolve tirar o paletó e descer para a pista. Foi um rebuliço. 

- Só não pode morder, sou casado. - Ele avisou, sorrindo.

A mulherada se assanhou de tal maneira que eu acho que ele deve ter corrido um sério risco de sair dali arranhado, rasgado, amassado... Ele encontrou uma certa dificuldade para andar pelo teatro porque a fila de idosas com os poucos hormônios que ainda tem, entraram em ebulição e elas não desgrudavam do cara. Confesso que eu estava nessa muvuca. Com muita dificuldade ainda consegui tirar uma foto com ele e, apesar do meus 1,77 m, foi difícil vencer aquela barreira de idosas taradas. Do nosso grupo a mais assanhada foi Maria Helena que conseguiu a melhor foto e ainda ouviu ele cantar a música que leva o nome dela.

Valdea falou que a fivela do cinto dele é grande (se é que vocês me entendem). Nossa amiga Elisa também percebeu e eu, que sou a mais bobinha, também notei. Vai ver que foi isso que as véias estavam querendo conferir. 

Que show ótimo! Saímos de lá cansadas e felizes. Gosto de show assim, que faz a gente ter vontade de levantar, de dançar, de cantar junto. Tem cantores que eu gosto apenas para ouvir. Milton Nascimento, Caetano, Paulinho da Viola...gosto de ouvi-los, mas não acho graça em vê-los no palco. Tem que ter aquilo que chamam de "presença de palco", desenvoltura, carisma, entrosamento com o público. Não basta apenas ter boa voz e cantar bem. É o que eu acho.

Quando saímos do teatro, Valdea, muito empolgada, perguntou a uma senhora que caminhava ao nosso lado:

- Que homem bonito é esse, gente! O que a senhora achou, gostou do show?

- Não conheço essas músicas que ele cantou e não achei ele bonito. - ela respondeu fazendo cara de pouco caso.

Seguimos em frente e Valdea me falou baixinho:

- Quase que eu respondi pra ela "Ah, tá! E a senhora é linda, né?" Onde já se viu uma mulher nessa idade não conhecer nem uma música de Altemar Dutra.



Ficamos na área da piscina, próxima aos quartos, para conversar um pouco antes de dormir: Valdea, Elisa, Maria Helena, Graça, Denisia, Patrícia e eu. 

Enquanto comentávamos sobre a noite, o show, o artista... uma senhora muito bonita e elegantérrima (não lembro o nome dela), se aproximou de nós e começou a participar da conversa, falou sobre sua vida, as cidades onde morou, etc. Muito simpática e esperta, nos disse que tem 82 anos, teve três filhos, mas perdeu um deles para o Covid, recentemente. Falou da tristeza e da superação. Se despediu e foi para o seu quarto. 

Ficamos vigiando, de longe, para saber se ela iria encontrar o Bloco certo. Ela estava sozinha, as amigas já tinham ido para o quarto, e são vários blocos, todos iguais, é fácil se perder. Não deu outra, se perdeu. Fui até onde ela estava e a acompanhei até o prédio correto. Ficou nossa amiguinha.

Alguns minutos antes dessa senhora chegar, estávamos falando sobre alguns momento difíceis que todas nós passamos, ou passaremos, em nossas vidas.  Uma delas falou sobre problemas com a filha, outra sobre o casamento desfeito, outra sobre a perda do marido, e por aí vai. Depois que aquela senhora nos falou sobre a morte do filho, todos os nossos problemas ficaram pequenos. Acho que nada é pior do que perder um filho. Alguém comentou que ela não parou ali à toa, tinha um propósito. Pode ser.

19.10.2022

Tomamos nosso café da manhã e partimos Parque Aquático Thermas dos Laranjais, que fica ao lado do nosso hotel. Estamos sentindo falta de algumas companheiras que estão meio ausentes. Patrícia está ocupada ajudando Graça a resolver alguns problemas, Leise está resfriada e Maria Helena também está meio sumida, alguém falou que ela deve ter conhecido algum gato. 

Começamos pela Hidroginástica, movimentar o corpinho e se refrescar. Num dia quente como o de hoje nenhum programa pode ser melhor que estar dentro d'água. 



Ganhamos ontem uma camiseta e uma bolsinha, tipo mochila, com a logo do evento. Todas trouxeram essa mesma bolsinha para a piscina com seus apetrechos. Ah! Isso é um prato cheio para minhas "distrações". Quando resolvemos ir para outra piscina, peguei minha bolsa na mesa que estávamos dividindo com as companheiras do nosso grupo e coloquei no ombro. A bolsa tinha um espaço reservado para colocar nosso nome. Vi então que tinha uma bolsa com o nome "Jaldea".  Imediatamente pensei "escreveram errado o nome de Valdea". Peguei a bolsa e disse:

- Toma sua bolsa, Valdea, mas tá com o nome errado.

- Não é minha não, garota, a minha tá aqui.

Vixe!!! O nome está correto, tem uma Jaldea no nosso grupo. Eu ainda não gravei o nome de todas.

- Acho melhor você dar uma olhadinha na bolsa que você pegou, Ângela. É a sua mesmo?

Conferi...e não era a minha. Lá ía eu carregando a bolsa de outra pessoa. Não é a primeira vez que isso me acontece e provavelmente não será a última, a tendência é ficar pior.

Resolvemos almoçar por aqui hoje, variar um pouco da comida do hotel. Foi uma boa ideia, a comida estava gostosa e o preço foi justo. Enquanto esperávamos pelo almoço um casal que já conhecíamos do baile chegou e parou na nossa mesa para bater papo. São amigos de Elisa que já os conhece de outros Encontros anteriores. Ela tem mais de setenta anos e ele deve ter uns trinta e poucos. Ela parece ter boa situação financeira, é bem arrumada e vaidosa. Ele é um professor de dança meio gordinho, mas cheio de gingado. A véia tá podendo!!!

Aliás, Elisa toda hora encontra um conhecido e já conhece os organizadores do evento. Sugerimos que ela arranje um trabalho nessa equipe. 

No retorno pro hotel demos uma parada nas lojinhas do Centro de Convenções pra fazer algumas comprinhas. Uma senhora parou Valdea e disse que a tinha confundido com a cantora Ziza, da Canção Nova. Elas devem ser parecidas mesmo, toda hora alguém faz a mesma comparação. 

Enquanto eu olhava Valdea testando alguns produtos de maquiagem, uma mulher puxou a manga da minha roupa. Olhei pra ela e a mulher fez uma cara de espanto, disse que achou que eu era um manequim. Eu, hein? Se ainda fosse um manequim de passarela, eu ia gostar, mas era manequim de vitrine mesmo.

Em seguida um dos organizadores do evento parou pra conversar conosco. Apresentou pra gente sua tia (ou avó?), uma senhorinha muito arrumada que olhou pra mim e perguntou em voz baixa:

- Você é casada?

- Sim.

- Seu marido não quis vir?

- Não, ele não gosta de viajar.

Valdea desconfiou que ela estava achando que éramos um casal.

Primeiro uma me confunde com manequim de vitrine e outra me achou com jeito de sapata. É cada uma que me aparece!! 

A tarde resolvi dar uma caminhada pelo centro da cidade. A tarde está com uma temperatura ótima, boa pra andar à pé. Fui andando devagar, passeando e conhecendo a cidade. Notei que a terra aqui é bem avermelhada, igual a terra no norte do Paraná onde mora parte da minha família. Lembro-me que eles se chamavam de pé vermelho. Cheguei num supermercado e resolvi comprar água com gás e uma garrafa de vinho pra tomar no quarto, antes de dormir. Como já andei bastante e me distanciei muito hotel, resolvi retornar de carro. Perguntei ao caixa:

- Por favor, tem algum ponto de táxi aqui por perto ou tem Uber na cidade?

- Aqui tem Uber secreto.

- Secreto? Como funciona? É só baixar o aplicativo?

- Não precisa não. A senhora vai ali no vasilhame e pede pra eles chamarem um Uber Secreto pra senhora.

Lá fui eu de Uber Secreto pro hotel. Até agora não entendi porque é secreto. 

O show dessa noite é com Sidney do Cerrado, um grupo que toca e canta forró e moda de viola. O evento contrata alguns dançarinos pra animar a festa e colocar a mulherada pra dançar. Acho que noventa por cento do público é de mulheres. Ou os homens idosos preferem vestir o pijama e ficar em casa, ou morrem antes das esposas. 

Fomos pra pista dançar sozinhas, não esperamos pelo dançarinos que são muito disputados. De repente me aparece um dos dançarinos e me chama pra dançar. Ótimo, vou tirar o pé do lodo!! Triste engano, o cara era muito ruinzinho. Eu, que já não sou nenhuma dançarina, pego um traste desse. É mole? É só derrota. Logo de cara ficou tentando me ensinar um passinho e não satisfeito puxou Denisia pra dançar junto. Valdea falou:

- Agora ferrou!!! Ah se meu celular estivesse aqui, eu precisava filmar essa cena.

Valdea e Elisa estavam rolando de rir. Ufa!!! Ainda bem que o celular estava longe delas e a música acabou.

No retorno pro hotel Valdea veio me sacaneando, lembrando do dançarino. Encontramos um casal conhecido que adora dançar e dançam muito bem. Valdea falou sobre "meu" dançarino e a mulher perguntou se era um alto de calça branca, Valdea confirmou e ela disse:

- Ô dó!!! 😭😭😭😭😭

Pronto, essa pequena frase virou o bordão do dia, ou melhor, da viagem. Sempre surge um bordão em nossas viagens e pensei que nessa seria a frase "quer um cu pra comer e ainda quer um cu raspado'' (desculpe aí o palavreado) o que significa que a pessoa é muiiiiito exigente. "Ô dó" ganhou de lavada.

Fomos bater ponto nas cadeiras no entorno da piscina; todo dia ficamos por aqui conversando até mais tarde. Demos boas risadas, rimos das nossas derrotas e da desgraça alheia. 

Quando chegamos no quarto ainda fomos tomar um vinho e continuar a conversa. Já é um pouco tarde, mas sem preocupação, podemos acordar a hora que der vontade. Já fiz muita viagem com programação intensa. Hora pra acordar e hora pra dormir, um monte de ponto turísticos, restaurantes, museus, shows, passeios, mudança de uma cidade pra outra,  etc, etc, etc,...nada de descanso, não dá pra descansar pagando em euro, dólar e muito menos em libra esterlina. Já não tenho o mesmo pique e quero é mais leveza, menos correria.

Fomos dormir mais de duas da manhã. Eu na cama já cochilando e Valdea dizendo, "Ô dó" e caía na risada.




20.10.2022

Hoje o tempo amanheceu cinzento, choveu na madrugada, e ainda chove um pouquinho. 

Acordamos tarde, tomamos café e fomos pro Centro de Convenções aproveitar um pouco da programação da manhã. 

A tarde fomos até ao centro comprar fralda geriátrica e outros produtos pra doação. Resolvemos matar a vontade de tomar um cafezinho da tarde com pão de queijo. Meu corpo pede um

 café no final da tarde, pode estar o maior calor, não tem problema, o café é bem vindo. Achamos um lugar bem gostoso, pequeno e arrumadinho, pra tomar nosso café. Em seguida, subimos a rua até a praça principal e sentamos no ponto do ônibus, até que nosso transporte chegasse. 





Enquanto esperávamos o ônibus ficamos conversando. Terezinha começou a lembrar de um tempo antigo quando nossos pais compravam feijão à granel, não havia sacola plástica, somente sacola de papel, o pão e a carne vinham embrulhadas em papel. Lembrei que não havia papel higiênico pra se limpar, usávamos papel de embrulho. Todo dia o papel do pão ía pro banheiro. Valdea chegou e lembrou que na fazenda Itapebussus, onde ela passava as férias, usavam sabugo de milho pra se limpar. Absorvente para mulheres ainda não existia, pelo menos na cidades do interior, e as ''toalhinhas" eram lavadas, clareadas, e secavam nos varais. Pareciam bandeirinhas de festa junina. Hildeberto, que estava sentado perto e ouvia conversa, falou:

- Vocês são antigas, hein? Não me lembro de nada disso.

- Sei, me engana que eu gosto.

Pode parecer que era um tempo ruim e difícil. Quem disse? Que nada, era bom a beça!

De volta ao hotel, paramos no bar da piscina para ouvir os seresteiros. Quanta música boa! Se não tivesse show à noite, ficaríamos até tarde aqui na cantoria e na cerveja.

Hoje o show é

 de Giliard.

''🎵Pouco a pouco foi que eu pude perceber, Que gostar é diferente de querer. E agora pelo muito que você gosta de mim, Não é pouco o que eu gosto de você🎵 ''

Acho que essa é a música mais conhecida dele. Lembro dele bem novinho, carinha de garoto. O tempo fez um estrago, mas podia ser pior. Não conheço a  maioria das músicas dele, mas incluiu no repertório músicas de outros autores, bem conhecidas. Perde longe pra Altemar, no quesito voz e presença de palco, mas foi legal. A mulherada também não deu trégua ao baixinho, todas querendo tirar uma casquinha.

21.10.2022

Hoje é dia de partir e a viagem é longa. O dia amanheceu chuvoso, espero não pegar temporal na estrada. Vamos tomar café e descer as malas.

Houve algum desencontro na hora de descermos as malas e levá-las para o ônibus, mas as coisas se resolveram. Quem queria assistir a missa, foi, e Patrícia ficou tomando conta das malas até o ônibus chegar. Ela ajudado bastante a Graça.

A viagem até Campinas foi mais demorada, pegamos muito trânsito perto da cidade. Chegamos no hotel somente com uma bolsa de mão, as malas já estavam arrumadas no bagageiro do ônibus e lá ficaram, jantamos e fomos descansar pra longa jornada de amanhã.

22.10.2022

Saímos após o café. 

Descobri que ao invés de reclinar a cadeira e deitar pra tentar dormir, devo me debruçar na cadeira da frente e alongar minhas costas. Desse jeito consigo descansar sem sentir dor. Só não pode ter ninguém sentado nessa cadeira, senão vou fungar no cangote da pessoa o tempo todo.

Juntou um grupinho no fundo do ônibus e ficamos conversando ali por boa parte da viagem. Maria Helena nos contou sua história, seu amores, e Valdea fez o mesmo. As histórias de Valdea eu conheço bem, mas ainda me divirto com elas. Cada uma tinha uma história pra contar e rimos muuuuuuito! Fomos também costurando um encontro dessa turma na casa de Graça, no Frade, provavelmente em dezembro. Tomara que se realize, faz tempo que não fazemos uma noite do pijama ouvindo a água do riacho e o galo cantar. Com essas histórias, algumas bem divertidas, o tempo passou e quando vimos já estávamos chegando em Rio Bonito, no Sabor Rural, onde paramos pra comer alguma coisa.

Cheguei em Macaé resfriada. Ainda bem que não recebi essa visita indesejada durante o passeio.

Nos links abaixo você pode ver fotos e vídeos dos shows, hidroginástica, palestras, dança no Parque, etc...feitas pela equipe do evento.

Encontro Feliz Idade em Olímpia (clique sobre o texto para ver 

Fotos e Vídeos (clique sobre o texto para ver fotos)


                                     MAIS FOTOS













ALGUNS VÍDEOS






 





23 março, 2022

CANCÚN

 Essa viagem à Cancún foi uma odisseia.  

Em dezembro de 2019 minha amiga Tânia me perguntou se eu gostaria de ir a Cancún em abril/2020. Ela iria com um grupo de amigos e precisava de uma companheira de quarto para dividir as despesas de hospedagem. Eu nunca tinha viajado com essas pessoas e não conhecia a maioria delas, exceto Tânia e Beto. A maioria desse grupo trabalhou na Petrobras, então não eram pessoas estranhas para mim. Com Tânia já viajei uma vez e com Beto já trabalhei na mesma Unidade, o GEPEM. São duas Tânias nesse grupo. Tânia Farias, que podemos chamar de Tanuxa ou Tantan,  e Tânia Mussi que é esposa de Carlinhos.

Aceitei o convite, estava precisando mesmo sair da rotina. Já tinha uma viagem programada para a França em outubro/2020, mas pra Cancún são doze dias então não vai pesar tanto no bolso.

Jamais poderia imaginar que dois meses depois um furacão chamado Covid chegaria para virar tudo pelo avesso. Os transtornos que tivemos a partir daí foram inéditos pra todos. Carlinhos, nosso companheiro e agente de viagem informal, foi o mais afetado pelas mudanças que tivemos que fazer na programação da viagem. Ele teve o maior trabalhão. Em alguns momentos pensei em desistir, mas como os valores de passagem aérea e hospedagem não seriam devolvidos, resolvi seguir em frente.

Depois de inúmeras mudanças em voos, hotel, espera nas tentativas telefônicas e em sites das companhias, finalmente a Pandemia deu uma amenizada e resolvemos arriscar. Marcamos para fevereiro/2022, mais de dois anos após o início do planejamento dessa viagem. Ela deverá ser muuuuuuito boa para compensar o desgaste e a espera.

Oxalá!!!!!

03.02.2022

Chegamos cedo no aeroporto, o que foi a nossa sorte. Um agente de viagens de Cancún tem orientado Carlinhos sobre passeios, documentos de entrada no México, etc. Porém, ao chegarmos ao check-in da Gol, tivemos a desagradável surpresa de saber que faltava um documento exigido pelo México para entrar no país. A atendente nos enviou por email um link para que cada um pudesse acessar, preencher e enviar pra um endereço da Gol para que o documento fosse impresso. Foi um “barata voa”, um corre-corre, um quase desespero, porque essa viagem foi como um “parto difícil”. Quando será que vamos suspirar e dizer? :

- Acabaram-se os problemas, agora é só relaxar e se divertir.

Embarcamos para Brasília e depois para Cancún. Viagem tranquila, exceto para o vizinho de assento de Tânia Farias. Ela dormia um sono pesado e com frequência deslizava para o ombro do rapaz sentado a sua esquerda. Ele empurrava com o dedinho a cabeça dela para o acento correto. Eu puxava Tanuxa pro meu lado para que a cabeça tombasse pra direita, mas parecia que o avião tinha desnível e a cabeça voltava para o ombro do rapaz. ..... Ainda bem, para ele,  que foi somente no trecho Rio x Brasília.

Enfim chegamos ao nosso destino! O aeroporto fica próximo da cidade e logo estávamos passando pela avenida dos hotéis. Parece que a rede hoteleira fica concentrada nessa via, que deve ter uns sete quilômetros. Chegamos ao Hotel Empório Cancún e depois de tomarmos em “chá de espera” na recepção, deixamos nossas malas no quarto e fomos para o bar de uma das piscinas. 

Já encontramos lá o restante do grupo tomando cerveja e comendo Nachos Cargados. Cargados acho que significa “carregados”. Deve ser porque tem muitos acompanhamentos, dentre eles, uma pimenta grande cortada em fatias e bem picante. Gostei. Os meninos estão reclamando que não tem Heineken, somente a cerveja local Corona. 

Eu e Tanuxa fomos dormir mais cedo, somos as mais idosas desse grupo, precisamos de mais tempo pra recuperar as energias.

04.02.2022

Hoje é dia de descanso. Pela programação teremos três dias de descanso, ou seja, aproveitar o que o hotel oferece, ir ao centro almoçar e comprar algum “regalo”, caminhar na praia e admirar os hotéis maravilhosos dessa vizinhança. Dormir? Nem pensar!!! Com o dólar custando perto de seis reais, qualquer desperdício de tempo é um pecado grave.




Descemos para a praia em frente ao hotel. Os hotéis aqui nessa avenida têm fundos para a areia da praia, é como se fosse uma extensão do hotel. No seu perímetro da areia o hotel oferece cadeiras, espreguiçadeira, uma barraca para retirar toalhas e outra para pedir bebidas, etc. É uma vida boa! Sol, esse mar de um azul deslumbrante e morninho, uma cerveja ou uma marguerita...o único risco é um desses pássaros cagar na cabeça da gente, eles são muitos e atrevidos. São lindos, no entanto.

Depois do mar, um mergulho na piscina. Fui para o bar molhado para fugir um pouco do sol. Pedi uma marguerita de morango com pimenta na borda do copo. Não estava muito doce; uma delícia!

Hoje rimos muito com Tanuxa. Ela perde tudo: perdeu a chave do quarto, colocou a sua mochilinha preta dentro da bolsa de Tânia, pega a minha mochila preta pensando que é a dela. Consegue ser mais distraída do que eu, e olha que eu tenho uma longa lista de “gafes”. 

Um homem bem moreno nadava ao longo da praia, um pouco distante da arrebentação, parecia um peixe. Beto resolveu pegar no pé de Tanuxa : 

-Tânia, olha o tubarão!

- Onde? Vou lá pra ele me comer todinha!

No final da tarde fiz um cafezinho no quarto e tomamos com biscoito de polvilho. Esqueci de fazer a reserva para o jantar na Trattoria Bacoli, um dos restaurantes do hotel. Fizemos uma tentativa de conseguir uma mesa, mas não deu certo. Então fomos pra outro restaurante do hotel, de comida mexicana. Pedimos um prato de pescado, com a ressalva de que a pimenta deveria vir a parte. Gosto de pimenta, mas eles carregam a mão. Comemos uma posta de salmão, sobre uma caminha de purê de batata e legumes cozidos no vapor. Dei uma regadinha com o molho de pimenta, com cuidado porque pimenta mexicana merece respeito. Comemos muito bem, agora é dormir que o dia amanhã começa as seis horas.

06.02.2022

Deixamos tudo arrumado de véspera para podermos tomar um café da manhã e chegar as sete horas no ponto de encontro, onde um ônibus nos levará a cidade de Chichén Itzá, que foi a capital do povo Maia e, portanto, muito importante para a história do México.

O dia começou com chuva. Fomos para o café da manhã enfrentando o vento e a chuva através do corredor que nos leva ao elevador mais próximo do prédio do restaurante. O vento aqui é muito forte, diferente do vento em Macaé que é bem mais suave. Imagine como será o vento nos meses propensos a furacão? Vixe! Não gostaria de estar aqui nesses períodos.

O ônibus vai quase cheio. Por sorte algumas cadeiras ficaram vazias ao fundo e pude, então, ocupar dois assentos e dar um conforto maior para minhas pernas sofridas, cansadas de aperto em ônibus e aviões.

O guia começou sua fala contando um pouco da história da Civilização Maia. Boa parte da conversa não era novidade pra mim, mas é sempre mais emocionante quando alguém que vivencia essa cultura fala sobre ela. Ele falou e reprisou o fato de que:

- “O povo Maia ainda vive”. Seus descendentes diretos vivem aqui nessa região, porque quando a cidade foi atacada, não se sabe exatamente por quem, seus habitantes que conseguiram fugir, se embrenharam na floresta e com o conhecimento que tinha da agricultura e tudo o que estava relacionado a natureza, conseguiram sobreviver. Quando os espanhóis descobriram a América, a civilização maia já havia entrado em declínio e várias cidades já não existiam mais. Eles já estavam aqui a mais ou menos 2.500 anos, ou seja, antes de Cristo eles já habitavam parte da América Central e do Sul. Os maias possuíam conhecimentos muito avançados nas áreas de Matemática, Astronomia e Agricultura. Adoravam a vários deuses e acreditavam que o destino era regido por eles. Essa pirâmide que vamos conhecer é um templo dedicado ao deus Kukulkan, Serpente Emplumada em maia. A Pirâmide de Kukulkan, tem 365 degraus (O número de dias do ano), cada passo representa um dia do ano solar, tem 52 painéis que representam os 52 anos de um ciclo de destruição e reconstrução do mundo, segundo os maias. Muitos turistas vêm até aqui durante o equinócio da primavera. Nessa época, quando o sol se põe, ele projeta uma luz  que liga o topo da pirâmide a escultura da cabeça da cobra esculpida na base da pirâmide. O povo maia acreditava que o sangue humano era importante para o equilíbrio do Universo, por isso faziam sacrifícios humanos com a finalidade de agradar aos deuses e evitar que o caos reinasse sobre a terra. O calendário maia tem 13 meses de 20 dias ”.

Depois dessa aula do guia sobre a cultura maia fizemos nossa primeira parada na cidade de Valladolid. No entorno da praça principal tem um casario colonial em estilo espanhol, bem conservado. Uma cidadezinha charmosa! 



Segunda parada, Cenote Saamal. Os Maias consideravam os Cenotes como um local sagrado e realizavam alguns rituais aqui, inclusive os tais sacrifícios de humanos, que o guia falou. Curuzes!!! 

O local tem boa infraestrutura: restaurante, lanchonete, loja de souvenir, banheiros para troca de roupa, etc. É um lugar bonito, bem arborizado, jardins com plantas e fontes, algumas esculturas. 













Os cenotes são poços de águas formados por rios subterrâneos. Em algum momento a rocha se rompe formando, então, um poço. Na lateral rocha tem uma escada estreita, de madeira, que leva até a água. Tem também uma plataforma de mergulho, pra quem quiser realizar um “salto” na água. Pra entrar no cenote temos que tomar banho antes pra tirar qualquer resíduo químico, guardar nossos pertences em um armário, depois tem que colocar colete salva-vidas, ir pro cenote, nadar uns quinze minutos (nosso tempo é curto),  voltar para o banheiro, se secar e trocar de roupa porque a viagem continua. Cansei só de pensar. Uma pena que o tempo foi curto, eu preferi não mergulhar, muito trabalho pra um “molha rabinho”.

O ônibus partiu na hora marcada e somente eu e Tanuxa chegamos a tempo. O restante da turma se atrasou, mas não ficarão abandonados, são vários ônibus da mesma empresa e eles poderão pegar uma carona em outro ônibus.

Na próxima parada o guia nos convidou para participar de um ritual de agradecimento realizado por um....não me lembro o nome, mas é tipo um Xamã. Fizemos um círculo em volta do Xamã e alguém caminhou atrás do grupo balançando um pêndulo onde queimava um incenso com um cheiro suave,  parecido com eucalipto, para relaxar e limpar a mente. Difícil relaxar com a fome que eu estava sentindo.

Perguntei ao guia qual é a diferença entre as pirâmides egípcias e as maias. Ele explicou que existem diferenças e semelhanças. As pirâmides egípcias são utilizadas como uma tumba para guardar a múmia dos faraós e seus objetos de valor; as maias são templos com altares para cerimônias religiosas, principalmente de sacrifícios oferecidos aos seus deuses e, também, como observatório astronômico. As pirâmides maias tem degraus, as egípcias não. A semelhança mais evidente está na estrutura triangular com quatro faces. 

É interessante essa semelhança visto que egípcios e maias nunca tiveram contato, então não é possível nenhum tipo de influência. Talvez essa semelhança se deva as características daquela época, onde os povos dependiam muito mais da natureza para sobreviverem. Os deuses de ambas culturas eram, quase sempre, ligados aos astros e fenômenos da natureza. 

Os outros ônibus chegaram e nos reunimos com a "família Lobo” para almoçarmos. Nosso grupo consta na lista da empresa de turismo como família Lobo, porque a maioria tem o sobrenome Lobo e porque quem cuidou das nossas reservas foi Carlinhos Lobo. Então, nos próximos dias, meu nome será Angela Adamis Lobo, para facilitar a identificação. 


Depois do almoço partimos para a cidade maia de Chichén Itzá, conhecida como El Castillo. Esse lugar possui várias ruínas de prédios importantes, que hoje são consideradas uma das maravilhas do mundo moderno. A pirâmide é sem dúvida a mais imponente e mais conhecida. 

A escultura da cabeça de serpente chama a atenção. Acho interessante a relação que os povos não cristãos têm com as serpentes. A maioria de nós, ocidentais, morre de medo de cobras, sejam venenosas ou não. Eu tenho medo, mas nem tanto, já matei umas três no sítio. Não eram tão grandes, mas algumas pessoas não conseguem sequer olhar para uma cobra, nem mesmo em fotografias. Acho que tem a ver com nossa cultura religiosa judaico-cristã, que transformou a cobra num animal maldito. Vários países asiáticos tem, ou tiveram, a serpente como uma divindade. Em muitos desses países ela é considerada como um símbolo da fertilidade. Na mitologia grega ela é o símbolo da sabedoria. O guia lembrou que a serpente faz parte do símbolo da medicina e da química. Como Hipócrates é o pai da medicina e é grego, tenho a impressão que pode ser que essa serpente no símbolo tenha alguma relação com a mitologia grega. 

Chegamos tarde em Cancún, a viagem é longa, mais de duas horas. Estávamos cansados, mas ainda temos uma missão: cantar os parabéns pra Rafinha que faz três anos hoje. Bárbara passou num Minimarket que fica próximo do hotel para comprar um bolinho, mas não encontrou. Então comprou umas roscas com cobertura de chocolate e confeitos coloridos.

Rafael é uma gracinha, fala tudo, é muito alegre e inteligente. Não chora, não faz pirraça, tá sempre bem humorado. Não é qualquer criança que suportaria fazer esse passeio de “adultos”, sem se aborrecer.

Cantamos os “parabéns pra você” e as outras musiquinhas características dessa data. Ele curtiu, mas depois olhou as roscas e perguntou a mãe:

- Cadê o bolo? Isso é biscoito!

Garoto esperto!!!

07.02.2022

A jornada começou cedo, por volta das 07:00h. Hoje o destino é a ilha de Cozumel, um local excelente para a prática de mergulho. 

Fomos até a cidade de Playa del Carmen onde embarcamos num ferry boat e partimos para Cozumel. Alguém falou que a travessia leva perto de 40 min. Escolhemos o deck superior, sem cobertura, para aproveitar melhor a beleza da travessia. Chegando em Cozumel embarcamos em um catamarã rumo aos locais de mergulho. O guia do barco, César, é um gordinho simpático que fala alto e fala muito, nem precisa de microfone. Pela explicação do César entendi que são três paradas para mergulho, com níveis diferentes de profundidade. Vamos precisar de colete, pé de pato e snorkel. Cheguei a colocar colete, mas o Carlos falou sobre tantos riscos e dificuldades que eu desanimei. Tenho trauma de respirar por aquele tubinho preso à máscara, já me engasguei em uma tentativa de mergulho há muitos anos atrás. Não sou nada aventureira, recolho-me a minha insignificância. Não fui a única que ficou no catamarã, tem outros medrosos como eu. Subimos para a parte superior do barco pra tirar algumas fotos e fiquei admirando a água cristalina, de um azul incrível. Aqui a concentração de corais é enorme, são muitos tipos de peixes e de moluscos, deve ser lindo mergulhar nesse lugar. 

Playa Del Carmem

Cozumel
A quantidade de barcos por ali é enorme. O guia falou que vários Cruzeiros costumam parar por aqui, agora são poucos por causa da pandemia, o movimento costuma ser ainda bem maior

Depois da segunda parada para mergulho começou a me bater um arrependimento por ter vindo até aqui e nem tentar mergulhar. Resolvi que na próxima parada, onde a profundidade é menor, vou tentar. Beto me animou, disse que posso tentar sem usar o canudo pra respirar. Sem canudo acho que dou conta. E assim foi. Adorei!!!!



A próxima parada foi para o almoço. Uma praia lindinha com dois restaurantes bem rústicos, combinando com o local. O nosso restaurante, Playa Mia, tem uma tenda enorme que dá pra receber bastante gente. Um peixe delicioso que já chegou morno na nossa mesa; detesto comida fria, mas a fome era tanta que eu  nem me importei. 

Na volta, indo para o centrinho de Cozumel, o guia César colocou todo mundo pra dançar. Foi animado, o gordinho leva jeito pra animador de torcida de futebol. Depois pediu “propina” pra equipe do barco. Dei alguns dólares, é merecido. Aqui temos que selecionar o atendimento aos pedidos de propinas, porque são em grande quantidade.

Paramos por algum tempo no centrinho de Cozumel. Enquanto esperávamos algumas horas pelo ferry boat, fizemos umas comprinhas e tomamos mais cerveja. O dia foi bom, mas cansativo, pra variar.

08.02.2022

O passeio hoje é Isla Mujeres e fica mais próximo de Cancún. Isso é muito bom, não precisaremos enfrentar tantas horas de ônibus e barco num mesmo dia.  Esse catamarã não oferece muito conforto, não tem bancos apropriados para sentar, corrimão que facilite o acesso para a proa do barco, etc. Para os mais jovens isso não é problema, mas velho se lasca num barco desse. Tudo bem, o tempo de navegação é pequeno, por volta de trinta e cinco minutos, então essa falta de estrutura não é suficiente para me estragar o humor.

Depois do almoço teve um passeio de uma hora pelo restante da ilha, pra visitar alguns pontos turísticos aqui. Ouvi o que o guia falou, analisei e, como o melhor daqui é esse mar de águas mornas e cristalinas, optei por permanecer na praia em frente ao restaurante. Ficar um pouco de molho nesse mar do Caribe, nadar um pouquinho, e me esticar numa das muitas espreguiçadeiras espalhadas pela praia. Esse é o melhor programa pra quem está de barriga cheia e com  muita preguiça. A idade avançada nos traz algumas coisas boas e outras muitas ruins, essa é a verdade, mas já que não tenho aquela ansiedade pra conhecer tudo, ir a todos os lugares, curtir todas as baladas, procuro aproveitar bem o que é possível, respeitando os limites que a idade me impõe. A velhice é uma merda, mas ainda assim é bom viver.



Eu e Tanuxa demos uma caminhada pela orla, um pouco além do local onde paramos. O que tem aqui perto é mais do mesmo: restaurantes com estilo bem rústico, muita palha nos telhados, madeira, bambu, plantas tropicais, espreguiçadeiras em frente ao mar.

Depois de darmos um “thibum”, deitamos na espreguiçadeira e pedimos cerveja. Ficamos ali curtindo essa vidinha de rica, SQN.

Partimos para a última parada, nesse caso, uma cilada. Sempre tem uma: as lojinhas. Começou a chover e nos abrigamos na parte coberta entre o restaurante e as lojas . Fiquei observando um rapaz com uma grande cobra enrolada no pescoço, abrigado da chuva num corredor um pouco estreito. As pessoas que passavam ali, em direção a praia, quando se aproximavam e viam a cobra levavam o maior susto. Foi engraçado ver a reação das pessoas. Ele oferecia a cobra para quem quisesse filmar ou tirar fotos com ela. Cobrava cinco dólares. 

Sabe aquele momento no Ano Novo que as pessoas costumam escolher um propósito para o ano que se inicia? Pois é, nunca fiz nenhum plano, porém, a partir do ano em que me aposentei, 2015, resolvi que todo ano eu tentaria fazer algo novo ou alguma coisa que já fiz e que tenho muita vontade de repetir. Não precisa ser nada muito espetacular, pode ser até algo que eu não goste muito, mas que precise fazer. E tenho feito isso. Assisti, do alto mar, a queima de fogos em Copacabana em um Cruzeiro de Ano Novo, comprei uma bicicleta pra pedalar na orla, fiz uma pequena reforma na casa do sítio, fui a Barbacena depois de quarenta anos sem ir lá (para não estragar as boas lembranças que eu tenho dessa cidade), fiz uma outra coisa que não posso contar, e por último deixei o cabelo ficar branco. Nesse ano de 2022 vou começar por enrolar uma cobra no pescoço, coisa que jamais cogitei de fazer.

Paguei os cinco dólares e o dono da cobra me ajudou a colocá-la no pescoço. É pesada a bichinha, e não é gelada como eu imaginava que seria. Pedi a Victor pra tirar umas fotos e filmá-la. Acho que ele estava com medo, toda vez que eu me aproximava dele, ele recuava. Tadinha da cobra, tão rejeitada.

No retorno eu e Taxuna sentamos num lugar mais confortável na popa do barco. O céu estava carregado de nuvens escuras e ventava bastante. Caiu um pé d’água e nos molhamos todos. Tanuxa perguntou ao piloto do barco (ou comandante?), se podíamos sentar dentro da cabine. Ele permitiu, e ficamos por ali mais aquecidas e papeando com a tripulação. Tomamos algumas cervejas e um drinque com tequila, bem ruinzinho.

À noite a família Lobo (incluindo Victor e Beto) costuma se reunir numa mesa grande num espaço ao lado de uma das piscinas, pra comer uns belisquetes, tomar cerveja e ouvir música. Beto sempre vem acompanhado de sua inseparável mochila que guarda ali dentro tudo que você possa imaginar. A sua caixinha de som é indispensável nesses momentos; ficam por ali até tarde jogando conversa fora, dançando na chuva, bebendo...dormem pouco, mas conseguem estar cheios de energia no dia seguinte.  

09.02.2022

Dormi muito bem a noite passada, é a primeira noite em Cancún onde consigo dormir mais de quatro horas. 

Acordamos mais tarde, que delícia, tomamos café com calma e depois fomos a praia e em seguida pra piscina. 

Hoje é dia de relaxar. Mariângela foi relaxar do jeito que ela mais gosta, caminhando vários quilômetros. Lembro-me de vê-la sempre caminhando na praia dos cavaleiros, maior pique, enquanto eu fico embaixo da barraca, sentadinha na minha cadeira, lendo um livro. Maior preguiçosa! Então é isso que vou fazer hoje, só não vou ler.  Tanuxa também não vai fazer nada diferente disso. 



A praia tem pedras na orla com alguns intervalos pequenos só de areia. Vi que tem algumas bandeiras vermelhas e outras na cor coral que demarcam esses trechos sem pedra, mais apropriado para o banho de mar. Depois do mar, piscina, bar molhado, marguerita de morango, e por último hidro de água quente.

Fomos almoçar no centro. Passamos em algumas lojas e depois almoçamos no Super Chedraui Selecto, supermercado no primeiro piso e restaurante no segundo. Tem cafeteria, sorveteria, buffet de salada... as filas para pagamento desanimam um pouco, mas a fome nos obriga a esperar. Como fiz uma reserva para o jantar na Tratoria Bacoli, achei melhor ficar só na saladinha no almoço.

Voltamos caminhando pela rua principal do centro, onde ficam as principais boates da cidade. Ainda é dia, mas o buchicho já dá uma noção do que acontece a noite. Essa rua me lembra Las Vegas, pelas luzes e quantidade de pessoas caminhando pelas calçadas, e certamente deve ficar ainda mais animada á noite.

Jantamos todos no Bacoli, exceto Beto e Victor que preferiram comer comida mexicana e, me parece, assistir a um show que acontece em frente ao restaurante. Toda noite tem alguma apresentação ali.

10.02.2022

Hoje a programação é uma visita a Tulum, mas eu e Tanuxa desistimos do passeio. Tanuxa não passou bem depois que retornou do jantar e eu dormi muito mal, ou melhor, não dormi. Ainda bem cedinho passei mensagem pra Carlinhos avisando que não iríamos e tentei dormir um pouco. Por volta das dez horas tomamos café e fomos pra piscina. Esse passeio de hoje acho que não difere muito do que fizemos a Chichén Itzá: sítio arqueológico, cenote....A viagem é longa, eu não iria conseguir aproveitar quase nada, cansada como estava.

Saímos a tarde para almoçar no centro e aproveitar para comprar alguns presentinhos. Escolhemos o Restaurante Marinero's. Pedimos um prato de pescado:  peixe empanado, arroz de brócolis e legumes cozidos. Comida simples e gostosa. 

Caminhamos até o ponto do ônibus que passa pela avenida dos hotéis. Esse transporte tem nos atendido bem, é barato e nunca está lotado. Quando chegamos ao hotel o vento estava tão forte que parecia que ia nos carregar.

11.02.2022

Saímos cedo para conhecer o Parque Xcaret. Os ônibus do Parque  passam pelos hotéis para pegarem os passageiros. A viagem não é demorada e logo chegamos ao Parque. São muitas atrações, acho que um dia é pouco para aproveitar tudo, até porque vamos enfrentar filas, of course.

Esse lugar parece uma selva cheia de surpresas. Tudo é muito bem sinalizado, a todo momento passamos por um mapa que informa onde estamos e as diversas trilhas para cada atração. Tem rios subterrâneos, aquário, trilhas pela selva, praias, shows temáticos, nadar com golfinhos, caminhada no fundo do mar, e muito mais. Um dia é pouco para quem quer usufruir de todos as atrações que esse parque oferece.

O ingresso não foi barato e mesmo assim nem todos as atrações estão inclusas. Algumas coisas já conheço de outro lugares, nadar com golfinhos já nadei em Punta Cana e dei até um beijo na boca do bicho. Nadar com tubarões, nem pensar. Vou me arriscar no Sea Trek, que é um passeio no fundo do mar.

Logo que cheguei procurei um local para tomar um café. Saímos muito cedo e não houve tempo de tomarmos o café no hotel. Eu e Tanuxa nos separamos do grupo nesse momento porque nosso programa aqui será mais ligth que o do restante do grupo.

Andamos pelas trilhas e cada uma delas nos leva a algum lugar maravilhoso. Floresta, rio e o mar da Riviera Maia. Eles aproveitaram muito bem tudo que a natureza ofereceu aqui. Esse é, sem dúvida, um dos pontos turísticos imperdíveis dessa cidade mexicana. O legal do Xcaret é que você pode desfrutar das atrações e da natureza.

Paramos pra dar um mergulho numa enseada de águas muito claras, onde as pessoas nadavam com snorkel para admirar os peixes e algas que tem por aqui. Eu e Tanuxa nos esticamos nas espreguiçadeiras para aproveitarmos o sol, com uma cervejinha pra acompanhar.

Fui para o local do Sea Trek. Nessa atividade a gente desce a uma profundidade de até cinco metros respirando como se estivéssemos na superfície. Eles te enfiam na cabeça um capacete que parece um escafandro com um tubo flexível que fica ligado à superfície, por onde enviam o oxigênio necessário. Várias pessoas desistem do passeio nessa fase, se sentem desconfortáveis com esse escafandro na cabeça. Também balancei nesse momento, mas respirei fundo e fui em frente. Do nosso grupo só cinco participaram.

Em seguida descemos lentamente por degraus que nos levam até ao fundo. Do lado direito tem um corrimão que nos direciona por todo o caminho. Segurei com força no corrimão, não largo dele de jeito nenhum. Tem um grupo de mergulhadores que nos acompanham o tempo todo. Antes de entrarmos na água, eles nos deram orientação de como nos comportarmos lá embaixo, sinais com a mão que indicam se está tudo bem ou mais ou menos, se quer desistir e subir, e por aí vai.

A paisagem em volta é muito legal; corais, peixes, uma arraia enorme que passa próximo da gente e encosta no nosso corpo. Passei a mão sobre as costas dela, parece um veludo. Olhando os outros caminhantes a nossa frente, tive a sensação que estávamos andando na lua, todos parecem astronautas de sunga e biquíni andando lentamente e mais leves como se houvesse pouca gravidade. De vez em quando a água fica mais turbulenta e temos que segurar firme, os pés parecem querer sair do chão. 

Um dos mergulhadores deu uma bronca em Victor porque ele tocou nos corais com a mão. A bronca foi com gestos de ambas as partes. Fiquei pensando em como seria uma briga gestual aqui embaixo d’água. Deve ser bem legal.

O passeio dura trinta minutos. É suficiente.

Restaurante El Manglar
O almoço pode ser em qualquer um dos restaurantes do Parque, parece-me que são doze. E ainda tem muitos bares, lanchonetes... é uma puta estrutura. Escolhemos o mais próximo do Xcaret. A fila é grande, mas anda rápido. A comida foi boa, considerando o número grande de pessoas que eles atendem por dia.

Os ônibus do Parque que nos levam aos hotéis têm vários horários. Taxuna e eu escolhemos voltar no horário de 16:30. Gostaríamos de ficar mais um pouco, mas o próximo ônibus sai depois do último show, por volta de 22:00h. Não estamos muito a fim de assistir show temático, os espíritos maias que nos perdoem. Se ainda fosse mais cedo, eu arriscaria.

12.02.2022

Hoje é dia de preguiça. Tomar café sem correria, pegar sol, aproveitar a praia, piscina de hidromassagem e jantar no restaurante mexicano do hotel.

Depois do café, nos juntamos ao restante da turma na praia. Beto e sua mochila chegam em seguida. Ela é pesada, mas não pra Beto que malha todos os dias, parece um garotão. Tira sua caixinha de som e liga o som baixinho que é pra não atrapalhar os “vizinhos”. Aproveitamos, eu e Beto, para lembrar um pouco dos tempos de trabalho na Petrobras. Não sou saudosista, quando converso sobre tempos passados é sempre com prazer em lembrar os bons momentos, mas não necessariamente com saudade.

Depois fui jogar conversa fora com Victor. Sempre que converso com ele lembro do meu filho, que tem o mesmo nome e quase a mesma idade. Victor me parece um rapaz simpático e gentil. Contou-me sobre as dificuldades de morar em Imbariê (Duque de Caxias) e trabalhar no Rio. Passou por alguns apertos, até um tiro na perna em um assalto onde teve sua moto roubada. Percebo que ele, assim como meu filho, ainda enfrenta muitas dificuldades para conseguir uma situação financeira mais tranquila. O momento atual do nosso país não facilita a vida desses jovens. 

Conversando com Tânia Mussi, descobrimos que já trabalhamos no mesmo banco, o Unibanco. Eu primeiro e ela depois, quando eu já estava na Petrobras. No Unibanco trabalhei com Fátima e na Petrobras, com Nádia. Ambas são irmãs de Tânia. Êta mundo pequeno! Tânia é simpática e parece bem tranquila, igual ao marido Carlinhos.

Esses momentos de relax são essenciais, é bom jogar conversa fora sem preocupação com horário e qualquer outro compromisso. 

À noite alguns do grupo vão a Boate Cocobongo, que é a melhor, ou uma das melhores, casa noturna daqui. Estava na minha programação ir a essa boate, mas por motivos alheios a minha vontade, não irei. Paciência, economizei alguns dólares e não precisei ficar acordada até de madrugada, o que na minha idade faz alguma diferença, principalmente porque retornaremos amanhã e a viagem vai ser bem cansativa.

13.02.2022

Hoje é dia de partir. Logo cedo tivemos que fazer o teste pra Covid. O laboratório mandou um profissional que nos atendeu em nosso quarto. Minha companheira de quarto esperneou, xingou, achou ruim demais. Eu não achei tão ruim, os primeiros testes PCR eram bem piores.

Depois tivemos que preencher um formulário on line da Anvisa, exigência para entrar no Brasil. Nunca tive uma viagem tão complicada, foram tantos formulários pra preencher, uma chatice. Culpa do Covid.

Depois de alguns contratempos no check-out, chegou o momento da partida. Às 17:30 h a Van nos levou para o aeroporto.

Adiós México, hasta el regresso, si Dios quiere!

14.02.2022

Nessa viagem nossos embarques e desembarques foram todos "com emoção''. 

Começando pelo embarque no Galeão onde tivemos que preencher um formulário on-line para entrada no México, que não estava previsto, visto que já havíamos preenchido um outro com o mesmo fim. Foi o maior corre-corre. Terminamos já com o embarque fechando, a funcionária da Gol teve que nos levar até ao portão de embarque.

Chegando no México, travaram a entrada de Victor. Primeira viagem internacional, jovem, acharam que estava sozinho, certamente suspeitaram que teria intenção de atravessar a fronteira para os Estados Unidos. Beto explicou que ele estava com um grupo e mostrou a reserva do hotel, então liberaram a entrada dele. Ainda tivemos que preencher um novo formulário para apresentar na imigração. 

Ah! Já ia esquecendo que uma mala de Carlinhos chegou praticamente destruída na esteira das bagagens.

No retorno não foi diferente, o enrosco já começou em Cancún. Alguns de nós entrou na fila para idosos, no check-in.  Uma jovem na cadeira de rodas, aparentemente com alguma lesão na perna, foi levada ao check-in para passageiros com necessidades especiais. Ela deveria se fazer acompanhar de uma única pessoa, para empurrar a cadeira, mas veio com um grupo de onze pessoas. E a atendente aceitou! Uma passageira desse grupo ainda teve excesso de bagagem, abriu a mala no chão e começou a transferir parte da bagagem para outras malas, atrasando ainda mais o atendimento de quem estava na fila. Já tinha gente que estava com vontade de linchar os onze passageiros.

No embarque nos enfiamos no Free Shopping e não vimos a hora passar. Quando chegamos ao nosso portão de embarque já estavam fazendo a última chamada para embarque. Mariângela perdeu o passaporte. Chorou, disse que o passaporte deveria ter caído quando passou sua bagagem na esteira. Ninguém da empresa aérea deu pelota. Disseram que ela não poderia embarcar e que o próximo voo para Brasil seria na quarta,  ou seja,  mais dois dias em Cancún. Mariângela já estava pensando no que fazer, já que tinha que ficar, quando apareceu alguém trazendo seu passaporte. Gracias Nuestra Señora!!!!

Chegamos em Brasília por volta das 07:00h e teremos que encarar mais de 12 horas de espera pelo nosso voo para o Rio. Decidimos então deixar nossa bagagem no guarda volume e contratar uma Van  para fazer um tour por Brasília.

Descobrimos que não tem guarda volume nesse aeroporto. 

-O que? No aeroporto internacional da capital desse país não tem guarda volume?

-Foi desativado por causa da Covid. - Informou a atendente.

 Diga-me, esse é um país sério? Nem precisa responder.

Esse aeroporto é muito ruinzinho, não tem locais apropriados para carregar um celular, poucas cadeiras para sentar na área de desembarque, sem ar refrigerado. Só derrota. 

Ao invés de contratar uma Van, tivemos que contratar três carros, um só para levar a bagagem. E lá fomos conhecer a capital. Já estive aqui duas outras vezes, a trabalho, mas do nosso grupo a maioria já conhece outras capitais do mundo, mas não a do próprio país. 

Brasília realmente não atrai muitos turistas.

Na hora do check-in a atendente me diz que eu já tinha despachado uma bagagem. 

- Como assim, se eu ainda não tinha feito o check-in e só tenho essa bagagem? Respondi.

- Onde a senhora recebeu essa passagem? - Perguntou a atendente.

- Cancún. – Respondi.

A atendente conversou com a companheira do balcão ao lado, fizeram algumas ligações telefônicas e, por fim, me entregaram uma nova passagem. Não me deram nenhuma explicação e eu também não pedi.

Comentei com Mariângela que essa viagem é cheia de “emoções” e só vou acreditar que acabou quando passarmos em frente ao hospital do HPM, mas  ainda poderemos ter um pneu furado.

Na viagem para Macaé paramos na Parada das Coxinhas pra matar a fome. Essas coxinhas são deliciosas, levei mais duas pra comer no dia seguinte.

Passamos pelo HPM. Ufa!!! Enfim em casa, acabaram as "emoções".

Qual não foi minha surpresa quando no dia seguinte vi que tinham várias mensagens no grupo. Beto pedindo para quem ficou com seu perfume Diesel se pronunciar, antes que ele faça uma queixa formal. Brincadeira, é claro. Em seguida Carlinhos perguntando se alguém sabia do paradeiro da mala quebrada que ele embalou no aeroporto e estava com mais da metade das roupas que ele levou. Puta que pariu, a maldição das “emoções” ainda não terminou?

No final apareceram a mala e o perfume. Tudo acaba bem quando termina bem e estamos conversados.