27 agosto, 2012

Entendendo Clarice


Quando eu era bem jovem ganhei um livro de Clarice Lispector. Não me lembro o nome do romance só lembro que achei muito chato e abandonei a leitura pela metade. Naquela época gostava de ler Ernest Hemingway, Frederick Forsyth, Jorge Amado...aquele texto muito introspectivo de Clarice era pesado demais prá mim.
Dias atrás minha amiga Núbia deu-me de presente uma coletânea de contos "Clarice na cabeceira". Meio de má vontade fui lendo e aos poucos ela foi me pegando até me encantar por completo.
Dizem que só somos capaz de apreender aquilo que no nosso íntimo, já sabemos. Acho que aconteceu isso comigo com relação à Clarice. Só agora eu estou preparada para entender o que ela quer dizer. Entender....é muita pretensão minha. Pensando melhor, acho que essa leitura é um convite a reflexão. Cada um vai encontrar certa verdade, a sua verdade, entre muitas indecifráveis.
Acho que preciso ler esse livro aos poucos, em doses homeopáticas. Uma dose muito grande de realidade pode ser perigosa. A ignorância, em alguns casos, é benéfica. Algumas vezes chego a achar que é mais fácil ser feliz quando não nos aprofundamos muito em algumas questões. Basta sentir e não procurar entender.