16 setembro, 2004

AMSTERDAN, DELPH, ALLSMEER, MADURODAN, MARQUEM, VOLENDAN, ROTTERDAM E HAIA

INFO INICIAL

Vamos viajar pela Holanda, Bélgica e Inglaterra. Não compramos nenhum pacote turístico. Nesta viagem contrataremos apenas tours locais. Como Adélia já conhece os três países, será nossa “guia”. Seremos três nesse passeio: eu, Adélia e Kátia.


06.06.2004                  AMSTERDAN






Nosso voo teve uma conexão em Milão. O voo que viria para Amsterdan atrasou mais de duas horas. Nesse período conhecemos algumas brasileiras e fomos juntas fazer um lanche. Durante a conversa descobrimos que uma delas já havia morado na mesma rua onde Kátia mora e a outra tem um irmão que trabalha embarcado na Bacia de Campos. E mais, descobri que já trabalhei com o rapaz na plataforma de petróleo P-15. Mundo pequeno esse.


Chegamos em Amsterdan às 11:00 h. Nossas malas ficaram retidas em Milão e a companhia aérea vai entregá-las no hotel ainda hoje. Fomos para o hotel e em seguida embarcamos em um tour pela cidade. Visitamos uma joalheria (Castel) onde se lapidam diamantes. São os melhores lapidadores do mundo, herança dos judeus que vieram para a Holanda há séculos atrás. Fomos em seguida ao museu Rjukmuseum que possui vários quadros de Rembrandt e Vermeer. Achei interessante uma informação que o guia nos deu sobre os quadros de Rembrandt . Os quadros pintados por ele possuem, quase sempre, uma boa dose de luz e sombra, claro e escuro. Nos quadros feitos por encomenda de algum nobre, a luz era direcionada para o objeto de interesse do nobre, quase sempre ele próprio. Quando a obra não era paga o artista podia exercitar sua própria vontade e dar o enfoque que desejasse. Depois disso passei a olhar os quadros fazendo essa análise. No quadro mais famoso dele - Ronda Noturna -que retrata uma tropa de arcabuzeiros (acho que o nome é esse) percebi que vários rostos estavam iluminados. Será que o comandante da tropa, que está mais destacado, pagou pelo resto da tropa ? Ou obrigou seus subordinados a pagarem para terem seus rostos iluminados?
Saímos para um tour pela cidade. Aproveitamos muito pouco, estávamos mortas de cansaço.

07.06.2004

Pela manhã fizemos um tour por algumas das mais importantes cidades Holandesas:Roterdan, Haia, Delph, Ausmeer, Madurodan.

Fomos a algumas cidades importantes da Holanda:


Delph
Fábrica de Cerâmica
Delph - Cidade onde se produz uma cerâmica famosa no mundo todo. Visitamos uma das fábricas e vimos à pintura manual dessas cerâmicas. Tive a impressão que o trabalho é bem artesanal, pelo menos a parte da pintura. As demais fases podem ser mais mecânicas, com mais tecnologia envolvida. Mas os desenhos feitos à mão mostram a capacidade artística dos artesãos. Acho que eu gostaria de trabalhar aqui.

Ausmeer



Allsmeer - Cidade produtora de flores. Fomos a uma indústria de beneficiamento onde tem um pregão (como o da bolsa de valores) onde as flores são vendidas. Caminhamos pelo enorme galpão, em uma passarela elevada, vendo as empilhadeiras arrumarem as caixas de flores. A variedade de espécies é impressionante. Acho que Adélia gostaria de trabalhar aqui.


Madurodan

Madurodan - Tem um parque em miniatura com réplica de todos os prédios importantes da Holanda. A área é bem grande e toda cercada por canteiros floridos, lindos!

Tudo perfeito, crianças devem adorar isso aqui. Tá um solzinho gostoso, ótimo pra sentar e relaxar enquanto descanso.

No retorno a Amsterdan fizemos um passeio de barco pelos canais. Em seguida fomos ao bairro da luz vermelha (red ligth street), zona de prostituição que já virou ponto turístico. É uma zona arrumadinha onde as mulheres se mostram seminuas em vitrines. Ao lado da vitrine tem um telefone que o cliente usa para comunicar-se com a administração da casa, ou com a própria “modelo da vitrine”, para as negociações necessárias. Uma velha profissão com toques de modernidade.





Saímos da “red ligth” direto para um museu erótico. Nunca tinha estado em um e achei esse bem interessante. Acredito que haja outros bem melhores, mas como não conheço nenhum, não tenho padrão de referência.

No retorno para o hotel fomos a Praça Rembrandt. Escolhemos um restaurante para o jantar e descobrimos que o seu dono é um brasileiro. Osvaldo, gay assumidíssimo, é um rapaz simpático e falante que mora na Holanda há 14 anos. Conversamos muito e combinamos um encontro no Brasil no verão quando ele visitará a família no Rio de Janeiro.

08.06.2004        MARQUEM E VOLENDAN


Marquem
Fizemos um passeio a duas cidades pesqueiras “Volendam” e Marken”. Casinhas de madeira com cortinas de rendas nas janelas, flores nas pequenas varandas, tudo muito bucólico e bonito demais. 















Fomos de barco de Volendam para Marquen, um passeio delicioso, com céu azul e temperatura das mais agradáveis. Estamos com sorte, os dias estão lindos , o que não deve ocorrer com muita frequência por aqui. Em Marquen a maioria das casas são verdes com janelas brancas. 

Uma senhora vestida com trajes típicos nos esperava no cais. Todos queriam tirar fotos com ela, por causa da roupa e também porque ela era muito receptiva. Ela é a mulher mais fotografada do lugar, já aparece inclusive nos cartões postais da ilha.


Voltamos para o continente de ônibus. Na verdade, Markem já foi uma ilha, atualmente está ligada ao continente por um dique. Paramos em uma fábrica de queijo artesanal. Enquanto ouvíamos a explicação sobre como os queijos são fabricados, beliscamos vários. É uma delícia, o que não é de se admirar já que estamos na terra das vacas holandesas.





Durante o trajeto até Amsterdan a guia nos mostrou alguns “diques” que fazem esse país existir.

Depois de visitarmos as cidades de Marquem e Volendam, retornamos a Amsterdã. No final da tarde fomos ao Museu Van Gogh, visita obrigatória para quem gosta de arte, além do mais ele é meu pintor predileto. Acho que posso afirmar que ir a este museu foi uma das coisas que mais me deu prazer nesta viagem. Eu gostaria muito de ir aos locais que ele retratou nas suas pinturas, principalmente do período que morou na França. Quem sabe um dia... 

Paramos pra tomar uma cerveja Amistel na Praça Leidseplen. Vários músicos estavam tocando em lugares diferentes da praça. Um desses grupos tocou “Trenzinho Caipira” de Vila Lobos. Arrasou. Não pude deixar de sentir orgulho do nosso irreverente compositor e maestro. Á noite voltamos aos arredores dessa praça para jantar. São muitos os restaurantes, das mais variadas cozinhas. Lembra um pouco o “Quartie Latin” de Paris. Encontramos mais uma brasileira, de Florianópolis, trabalhando em um restaurante. Ao todo encontramos 6 brasileiros trabalhando por aqui: uma na loja de diamantes, 2 donos de restaurantes, 2 garçonetes e 1 chef de cozinha que trabalha no Sheraton.

09.06.2004                   ROTTERDAM



É uma cidade bem grande para os padrões europeus. A área central da cidade foi totalmente destruída pelos bombardeios alemães na 2ª guerra mundial. Hoje o centro possui uma arquitetura moderna e arrojada. Esta área é conhecida como “Pequena Manhatan” por causa dos altos prédios.

É a segunda maior cidade dos Países Baixos, e tem um dos maiores portos do mundo. Esse país tem vocação para o comércio sua localização geográfica deve ter contribuir muito para isso. já na época do descobrimento do Brasil Penso que na época do descobrimento do Brasil, enquanto Portugal e Espanha procuravam por novas colônias, a Holanda se preocupava com o comércio. Deve ter vendido muitos escravos por aqui.

HAIA    

    

É onde fica a sede do governo, embora a capital continue sendo Amsterdã. Visitamos o bairro onde ficam as embaixadas e o palácio da paz. O bairro é muito arborizado e as embaixadas são belíssimas.

Parece que os moradores consideram essa cidade como a verdadeira capital da Holanda e dizem que Amsterdã é apenas uma armadilha para turistas. Uma bela armadilha, acho eu.

Digamos então que Haia é a capital política

A tarde foi livre, perambulamos pelas ruas da cidade sem pressa. Paramos no bairro judeu para comprar alguns “regalos”. Em seguida visitamos a casa/museu de Anne Frank. É difícil imaginar como uma família inteira conseguiu morar ali por dois anos, sem poder se movimentar durante o dia para que as pessoas do escritório abaixo não percebessem sua presença. Para quem leu o livro "O diário de Anne Frank" ou viu o filme, é bem deprimente constatar "in loco" o sofrimento que eles enfrentaram. A visita vale a pena.

A noite fomos jantar no restaurante “Le Monde” do nosso amiguinho Osvaldo. Uma coisa que notamos por aqui é que os restaurantes não têm muitos garçons como geralmente acontece no Brasil. Os poucos que tem trabalham com muita rapidez e os clientes têm que esperar calmamente a sua vez. Não adianta ficar chamando o garçom, ele só virá quando for o momento de atender a sua mesa.

Kátia estava estranhando o fato de não ter encontrado ninguém usando droga. Osvaldo nos explicou que existem lugares específicos que vendem pequenas quantidades da erva. Tem até um cardápio informando a origem da droga, isto é, em que país foi produzida. Mas não pode, por exemplo, alguém chegar no Le Monde e cheirar uma carreirinha de pó. Pra isso existem os bares onde é permitido o uso e a venda de droga.

Osvaldo nos falou também sobre a "Parada do Orgulho Gay" de Amsterdan. O desfile é feito nos barcos dentro dos canais. Vem gay do mundo todo para participar. Pelo visto ele deve se esbaldar...