12 maio, 2010

FRANKFURT, HEILDELBERG,FRIBURG, LINDAU, FUSSEN, GARMISCH PARTENKIRCHEN, MUNICHM, BERLIM, ROTHENBURG

13.09.09                       FRANKFURT

Mulheres remando

Saímos bem cedo caminhando em direção ao rio Meno. Essa é uma cidade moderna, cheia de prédios com arquitetura arrojada, bem diferente das cidades que visitamos até agora. Notei que os grandes prédios (não sei se todos) são comerciais. Os prédios residenciais são menores, três ou quatro andares, no máximo, e são construídos afastados uns dos outros de modo que o vento circula livremente. Achei ótimo pois não gosto de morar em apartamento, muito menos em grandes prédios.
Ao longo do rio, em ambas as margens, tem um caminho largo e arborizado. Estava cheio de gente caminhando, brincando com crianças, andando de patins.

No meio do rio, um caiaque com um timoneiro e mulheres bem idosas remando. Esta é a “praia” deles. Aqui as árvores já começam a amarelar. Logo não haverá mais verde. Fizemos um passeio de barco e pudemos constatar que as pessoas realmente aproveitavam muito bem essa alameda ao longo do rio.

Centro Histórico
Fomos para o centro antigo. Como todo centro das antigas cidades da Europa, aqui também tem um grande largo e, em volta do largo, uma bela igreja, construções antigas bem conservadas, belas fachadas, bares com mesinhas na calçada (nessa época do ano) e uma penca de turistas. A maioria de japoneses, é claro. Almoçamos em um restaurante pequenino enfurnado dentro de uma galeria. Surpreendeu-nos a qualidade da comida e o preço, muito barato para o padrão europeu. Ficamos ainda mais surpreendidos com a cortesia da proprietária, coisa rara por aqui. Não demos conta de comer a salada e o pão. Ela arrumou tudo em um prato - prato do serviço do restaurante - e nos deu para levarmos para o hotel. À noite fizemos um “banquete” em nosso quarto: pães, queijos, vinho, presunto de Parma e a dita cuja salada. Kátia herdou o prato, mais um para sua coleção de lembranças de viagem.

14.09.09                             HEILDELBERG

Heidelberg



















Juntamo-nos ao grupo do tour “Alemanha Romântica”. O ônibus saiu logo cedo em direção a Heildelberg, uma cidade universitaria com seus telhados avermelhados, bem medieval. A cidade é um importante centro cultural e educacional da Alemanha . Aqui estão diversas faculdades e por isso é um lugar cheio de jovens, provavelmente alguns brasileiros. 

Subimos a colina para visitarmos (adivinhe o que?) o castelo da cidade. Apenas parte dele pode ser visitado. O restante é ruínas. Incêndios e guerras destruíram boa parte dessa construção. Uma das curiosidades que encontramos aqui é um dos maiores barris de vinho do mundo.

Barril de vinho
Para chegar à parte superior do barril temos que subir em uma escada. O guia explicou que há séculos passados descobriram que a água estava contaminada (não me lembro de que) e por isso todos bebiam apenas vinho. Daí a necessidade desse barrilzão. Desculpa para encher a cara, provavelmente.
O nosso guia, um alemão magrelo com pinta de mal humorado, chama-se Klaus. Depois passei a achá-lo simpático, mas firme, não gosta de frescura.

FRIBURG

Continuamos viagem e chegamos em Friburgo no final da tarde. Hospedamos-nos no Novotel Freiburg am Konzerthaus. Saímos para um passeio de reconhecimento da área e também para comemorarmos o aniversário de Daniele. Andamos pelo centro histórico e notamos que todas as ruas, ou quase todas, são margeadas por pequeninos canais. No dia seguinte o guia nos disse que esses canais construídos na idade média serviam para facilitar a limpeza do centro da cidade, ou seja retirar o lixo do mercado ao ar livre e, certamente, a bosta dos cavalos. Dizem também que servia para auxiliar no combate a incêndios, muito comuns naquela época.

Escolhemos um restaurante bem simpático. Estava cheio e foi difícil conseguirmos uma mesa. Comemos, bebemos, brindamos a aniversariante (vinte e alguns anos), e fomos dormir.

15.09.09

Mercado de frutas e flores
O guia nos levou para um passeio a pé pelo centro histórico. Visitamos uma catedral gótica muito bonita e encerramos a caminhada em uma feira. As feiras sempre me atraem pelo colorido dos legumes e das frutas. E também pelas flores, todas lindas, algumas desconhecidas para nós. Tenho comido todos os dias pêssegos e nectarinas para fazer um agrado ao meu intestino. Tem surtido algum efeito.

Saímos em direção a Lindau. A paisagem é “deslumbrante”. Tirei várias fotos pelo caminho, mas a maioria ficou tremida, coisa de amador. Estamos na região da Floresta Negra mais ainda não entramos na floresta propriamente dita.
Relógio cuco - símbolo da região
Os campos cultivados são lindos. Muitas plantações de uvas, de maçãs e peras. Gado tem muito pouco. Nesse trajeto faríamos uma parada no lago Titisee mas o guia nos propôs uma parada na “rota dos relógios” e a maioria aceitou sua proposta. Paramos numa loja bem grande, uma construção tipicamente alemã, repleta de relógios cuco que é um símbolo dessa região.

LINDAU
Chegamos a Lindau que fica a margem do lago Constanza. Nesse lago, que faz fronteira com a Alemanha, Suíça e Áustria, fica uma escultura de um leão sentado, símbolo da Bavária. Passeamos pela cidade, que não é muito grande, almoçamos e em seguida seguimos viagem para Fussen.


FUSSEN
Tríplice Fronteira 


Chegamos a Fussen no final da tarde. A cidade é pequena, quase um vilarejo. Hospedamo-nos e saímos rapidamente, antes que anoitecesse. Estávamos cansadas, mas valeu o sacrifício. Caminhamos pelas ruazinhas enquanto a claridade do dia ia sendo substituída por uma luz fraquinha, uma penumbra. Acho que para criar um clima romântico a cidade não usa luzes fortes, luz néon ou coisa similar. No centro o calçamento é de pedra e as calçadas não têm ressalto, calçada e rua ficam no mesmo nível. As lojas não têm grandes letreiros, tudo é delicado e gracioso, quase mágico. Não é muito fácil descrever o “clima” desse lugar. 

Infelizmente não poderei confirmar, durante o dia, a impressão que tive da cidade nesta noite. Sairemos logo cedo para visitar o castelo mais famoso dessa região. Gostaria de saber se esse lugar é tudo aquilo que pressenti na penumbra.

16.09.09

Castelo “Neuschwanstein”
Acordei bem cedo e fui comprar umas bonequinhas que vimos na noite de ontem. São mulheres gordinhas, que parecem esculturas de Botero. São pequenas lembranças para minhas companheiras de viagem. Saímos logo cedo para conhecer o castelo “Neuschwanstein” construído pelo “Rei Louco”, como era conhecido Ludwig II. Algumas pessoas chamam essa construção de “castelo da Cinderela” .
Fica encravado no cume de uma montanha. Hoje ele estava envolto em uma névoa, imponente, parecia quase inacessível. Subimos a pé um bom trecho para chegarmos até lá. Estava frio, mas senti calor após o esforço. Esse castelo, como a maioria deles, é uma evidência dos delírios de que somos acometidos quando ocupamos um cargo em qualquer esfera de PODER. Com Ludwig não foi diferente, prevaleceu o comportamento humano, sujeito as mesmas desgraças.
O Ludwig era gay e fez esse castelo em homenagem ao seu adorado amigo Richard Wagner, o compositor. Parece-me que era um amor platônico. Tempos depois Ludwig morreu afogado, de uma maneira muito estranha. Sua história me lembrou um pouco a de Michael Jackson e sua “Neverland”.

Seguimos viagem para Oberammergau. A cada 4 anos (ou 5 anos, não tenho certeza) acontece nessa cidade uma grande encenação da Paixão de Cristo. Nesse período a cidade recebe turistas do mundo inteiro para assistir a montagem, que dizem, é grandiosa. Mais ou menos como nosso carnaval - que os religiosos me perdoem a comparação. Aliás, foi nessa cidade que aconteceram as primeiras montagens desses espetáculos, séculos atrás.

GARMISCH PARTENKIRCHEN

Chegamos em Garmisch Partenkirchen à tarde. Esta cidade é famosa pelos esportes de inverno e já foi sede dos jogos olímpicos de inverno. Quando chegamos passamos por uma daquelas pistas onde os esquiadores saltam.
Hospedamo-nos no Treff Alpina, um hotel lindinho. Meu quarto fica no térreo com uma varanda que se abre para um jardim interno com vista para os picos nevados dos Alpes. O restaurante do café da manhã fica numa varanda envidraçada, uma espécie de “bay window” gigante. Imagino como é tomar um café ali num dia em que estiver nevando.

Estava chovendo um pouco, mas mesmo assim saímos para um passeio. A maioria das casas possui pinturas em sua fachada, contando histórias dessa região e de seus costumes. Caminhamos pelo centro admirando as fachadas e olhando as vitrines. Comprei algumas roupas esportivas para meus filhos e noras. Até que o preço foi razoável, o que é raro por aqui. Tomei um chocolate quente e retornei para o hotel. 

café da manhã na varanda

Garmisch Partenkirchen

Garmisch Partenkirchen
17.09.09

Pela manhã andamos sem compromisso pela cidade e tiramos muitas, muitas fotos. Essa técnica de pintura chamada de Trompe l'oeil, que foi usada nas fachadas das casas aqui dessa cidade, é muito bonita. Já vi em cidades de outros países, mas nenhuma me pareceu tão bonita como a  daqui.

À tarde seguimos em direção a Munich. Esta é uma cidade grande e muito arborizada. Segundo nosso guia, 30% da cidade é composta por parques.

Passamos ao lado do estádio Allianz Arena que foi o estádio mais badalado na copa do mundo de 2006. Olhando assim de perto ele parece um grande pneu branco. O interessante é que ele muda de cor conforme o mandante do jogo: se for o Bayer de Munique o estádio fica azul, se for a seleção alemã o estádio fica branco, etc. Infelizmente o Brasil não jogou a final da copa neste estádio, a França não deixou. Se tivesse jogado o estádio ficaria com as cores amarelo (Brasil) e Branco (Alemanha).

Chegamos à noite e nos hospedamos no hotel Holiday Inn. É véspera da Oktorberfest.

18.09.09                          MUNICH
A cidade está repleta de pessoas que vieram para a abertura da festa. É cada figura que a gente encontra pelas ruas!!! Hoje topamos com um grupo de escoceses com aquelas saias de xadrez mostrando as pernas cabeludas. Todos compram roupas típicas da Baviera para usar nesse período. Parece que a calça curta para os homens e o vestido folclórico para as mulheres, é indispensável e até mesmo os estrangeiros estão usando.

A bebedeira já começou na noite anterior. Na região da Baviera a cerveja é chamada de “Pão Líquido” pois possui os mesmos ingredientes que um pão comum contém. Ela até faz parte da lista de alimentos e se existe por aqui o que no Brasil chamamos de “cesta básica”, com certeza a cerveja é item obrigatório.

Pela manhã fizemos um tour pela cidade e ao final do passeio paramos na praça Marienplatz, que é aquela grande praça que vemos em todas, ou quase todas, as cidades medievais. Das construções antigas que circundam a praça a mais bonita é a Prefeitura. Ela possui uma torre com um carrilhão e os turistas, como sempre, ficam por ali esperando o carrilhão soar.

Cervejaria "Hofbräuhaus"
Comida típica














À noite fomos (todo grupo do tour) a famosa cervejaria "Hofbräuhaus" para um jantar típico, com dança e música folclórica. O buffet foi legal: muito chucrute, batata, joelho de porco, linguiças de todo tipo e...tome cerveja. Os músicos vestidos à caráter tocavam canções típicas da Bavária. No nosso grupo há duas senhoras de origem alemã. Uma delas, Dona Pipi, que fala muito bem o idioma local, subiu ao palco e perguntou aos músicos se eles poderiam, além de tocar, cantar alguma música. Foi tratada com zombaria por eles. Ela também não deixou barato e respondeu que os alemães são petulantes e mal educados.

Voltou para a mesa muito brava e falou horrores dos alemães. Disse que ela poderia falar pois ela também é um deles.

Ficamos um pouco frustradas por não sabermos com antecedência que estaríamos em Munich no período da Oktorberfest. Se soubéssemos, poderíamos ter nos programado para ficar mais um dia nessa cidade. Falha do nosso agente de viagens.

Aqui em Munique nos separamos de Kátia Zanon e Danielle que seguem amanhã para Paris. Ah!!! Que inveja... um dia ainda volto a Paris.

19.09.09
 
Rothenburg
 Saímos bem cedo para Frankfurt. No caminho paramos na cidade de Rothenburg. Ela é muito antiga e faz jus à inclusão no roteiro “Alemanha Romântica”. É pequena, limpíssima, bem florida, construções antigas muito bem conservadas. Bucólica como todas as outras dessa rota. Andei sem destino pelas ruas fotografando as fachadas das casas. Depois nos sentamos, Kátia e eu, e saboreamos uma linguiça de veado, deliciosa. Antes de irmos embora comprei uma bonequinha deitada sobre um travesseiro. Dei corda na boneca e ela encolheu e esticou, espreguiçando-se. Vou dá-la de presente a minha netinha que nasce no final do ano.
Rothenburg
Chegamos em Frankfurt ao final da tarde e a noite voamos para Berlim.

Quando chegamos em Berlim já era um pouco tarde. Havia um “transfer” nos esperando. No meio do caminho soubemos que o hotel ficava no lado oriental da cidade, isto é, no antigo setor soviético de Berlim. Achamos a cidade feia e um pouco bagunçada. Acho que ainda estamos impregnadas pelo clima romântico dos outros lugares e essa é uma cidade bem grande, nem um pouco romântica. Ou pode ser o cansaço.

O motorista da van era muito esquisito e falante demais. Ficamos meio apreensivas, mas Kátia continuou dando corda. Demorou tanto para chegarmos ao hotel que eu já estava pensando “Cacete, será que isso pode ser um sequestro?” Bobagem, chegamos bem. Constatamos no dia seguinte que o hotel era longe mesmo.

O hotel é bem simples como me parece ser a maioria dos prédios nesse lado da cidade. Adélia e Ana Dirce ficaram num quarto para portadores de necessidades especiais. É engraçado vê-las abaixadas usando a pia do banheiro.

Durante a noite aconteceu um fato engraçado. No meio da madrugada senti que alguém me acariciava. No início achei que estava sonhando, me virei e dei de cara com a Kátia alisando meus cabelos e me chamando de "Mel". Valha-me Deus, o que é isso? De repente Kátia acorda e me diz que estava sonhando com sua cachorrinha "Mel" e pensou que meu cabelo fosse o pelo da bichinha. Ufa! Ainda bem que era sonho, acho que posso dormir tranquila. Ou quase.

20.09.09
Beijo Fraterno - Leonid Brejnev e Erich Honecker
Esta cidade é um “caso a parte” em nossa viagem. Aqui o mais interessante é a história do lugar.

Durante o tour o guia Klaus falou sobre a questão da reunificação da Alemanha e sobre o sentimento dos alemães orientais sobre a reunificação. Parece que boa parte deles defendem a Alemanha Oriental e acreditam que a vida era mais feliz do que na Alemanha de hoje. As pessoas consideram os ataques ao sistema como uma crítica pessoal e dizem que sentem falta hoje, do sentimento de companheirismo e solidariedade que existia entre eles.
Eu acho que a escassez de bens e de alimentos acaba incentivando esse sentimento de solidariedade. Nós vemos esse mesmo comportamento entre a classe mais pobre da nossa população. Já na classe média... deixa prá lá.
Deduzo que os alemães ocidentais acham que fizeram um grande favor aos orientais e que eles deveriam agradecer de joelhos pela reunificação, pois eram todos “bobinhos” (prá não dizer coisa pior) que precisavam de ajuda para serem libertos. Imagino que nem todos os orientais se sentiam vítimas do RDA, daí persistir esse sentimento mesmo após 20 anos da derrubada do muro de Berlim.

Saímos logo cedo. Vamos conhecer um pouco mais desta cidade, tão presente no nosso imaginário construído principalmente pelos filmes sobre a 2ª guerra.
Continuo levando meu pequeno farnel (pêssegos e nectarinas) para um lanche. O lado oriental é bem feinho, construções desprovidas de qualquer bom senso estético. Pegamos o metro e fomos para o centro em busca de um tour que já havíamos contratado. Não conseguimos chegar a tempo e transferimos para o dia seguinte.
Hoje é dia da maratona de Berlim. Sentamos num bar com mesinhas na calçada e ficamos vendo os maratonistas, que eram muitos, passarem. Em seguida visitamos uma igreja que ficava próximo desse local. Ela foi praticamente destruída num ataque das forças aliadas da segunda guerra. Ficou intacta apenas a fachada. Entrando, no que seria o átrio, vemos na cúpula o buraco feito pela bomba, que foi mantido como ficou na época.
Mais tarde fomos ao museu do “muro”. Muito legal. No museu podemos conhecer melhor a história do muro, as tentativas de fuga e os métodos utilizados (balão, avião, malas, etc...).
West Side Galery
Tem várias fotos e muitos objetos utilizados nas tentativas de fuga. Algumas fotos de túneis construídos para fuga me lembraram desses que aqui no Brasil os presos fazem para sair dos presídios.
Na saída tiramos fotos no Checkpoint Charlie, que era o mais importante ponto de acesso entre a parte oriental e ocidental.

Em seguida fomos para a “West Side Galery”. O que restou do muro foi preservado e transformado em uma galeria de arte a céu aberto. Artistas do mundo todo deixaram sua arte registrada nas paredes desse muro. Depois de muito caminhar paramos em um local a beira do rio. Abri minha pashminas sobre o gramado e deitei. Acho que até cochilei.

Percebi aqui em Berlim o mesmo que já havia notado em Varsóvia, na Polônia. O povo valoriza muito a preservação da memória da cidade. Acho que este sentimento está relacionado a grande destruição que a cidade sofreu durante a guerra. Daí a necessidade de preservar cada vestígio da história que restou, mesmo que não esteja intacto. No caso de Varsóvia, nem vestígio sobrou; os prédios históricos foram reconstruídos a imagem e semelhança do que existia antes da guerra.

Será que faltou aos brasileiros uma guerra desse porte, para valorizarmos nossos monumentos históricos?

No jantar comi uma massa bem gostosa. Kátia gostou dos copos onde foi servido o vinho e acabou comprando dois deles. Aliás o que Kátia já comprou nessa viagem, não é brincadeira. Começo a temer pela quantidade de malas que ela terá que arrastar no retorno para o Brasil. Espero que ela não necessite de ajuda. Detesto malas.

21.09.09

Fizemos o tour por Berlim pela manhã. Vimos os grandes parques, várias construções importantes e terminamos o passeio em frente ao portão de Bradenburgo, símbolo maior dessa cidade. Dali fomos para uma visita ao Deutscher Bundestag (o antigo Reichstag, o Parlamento Alemão). É possível visitar a parte interna do Parlamento, mas visitamos apenas a imensa cúpula transparente por onde subimos, em caracol, com um fone de ouvido que nos dá as informações sobre a paisagem que vemos ao redor, cada construção importante, cada monumento, parque, etc... Enfrentamos uma fila enorme para entrar nesse lugar, mas valeu a pena.
Catedral de Berlim
Cúpula do Reichstag
Em seguida visitamos a catedral de Berlim. Na noite da chegada a Berlim, na ida para o hotel, essa igreja me chamou a atenção pelo tamanho e pela beleza. Realmente é muito bonita. Ficamos sentadas papeando, eu e Adélia, enquanto Kátia e Ana subiram para a cúpula da igreja.
Portão de Bradenburgo
Mais tarde jantamos e retornamos para ao hotel. Estava cansada mais feliz por estar terminando a viagem. Realmente, para mim, 17 dias é atualmente o maior espaço de tempo que gasto em uma viagem sem sentir grande saudade da minha casa, da minha gente. Passou disso, já começo a ficar impaciente.

22.09.09

Hoje foi nosso último dia de viagem. Ainda tivemos tempo de visitar o museu “Pérgamo”, um dos mais importantes de Berlim. Aliás, o que não falta por aqui é museu. Existe uma “ilha” dos museus, com mais ou menos uns 10.
Esse é enorme, cheio de relíquias egípcias e gregas. Têm algumas peças enormes, partes inteiras de ruínas de palácios e construções públicas da antiguidade (por exemplo: as colunas do mercado de Mileto). Ando meio cansada desse tipo de museu. Acho que já vi ruínas e antiguidades suficientes. Talvez seja o cansaço de final de viagem.

23.09.09

Voltamos para o Brasil num voo da Lufthansa. Nunca viajei num avião tão grande. Tudo correu bem durante o trajeto, mas na chegada a São Paulo, na aterrissagem, o avião bateu com tanta força na pista que várias portas do compartimento de bagagem abriram e pelo menos 2 telas (de projeção de filmes e briefing) que ficam presas no teto, soltaram-se e ficaram penduradas pelos fios. Menos mal, o susto foi rápido.

A viagem para o Rio também não foi dos melhores. Muita turbulência pouco antes da aterrissagem. Pelo menos estávamos bem acompanhadas. O jornalista William Boner estava no mesmo voo, sentado ao meu lado. É um homem bonito e parece mais jovem pessoalmente.

Enfim, já estou me sentindo em casa. Falta só mais 3 horas de ônibus. Ufa!!! Será que aguento?

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Fico pensando em como as cidades que vimos nessa viagem são bem cuidadas, o que não ocorre com a maioria das nossas. Acho que esse cuidado é facilitado, em grande parte, pelo tamanho das cidades. Apenas Munich e Berlim têm população maior que um milhão de habitantes e em nenhuma das duas a população ultrapassa os 4 milhões. No caso do Brasil, além da roubalheira ainda temos o crescimento demográfico e a incompetência administrativa.

Ficou bem evidente a preocupação que a Alemanha tem com o meio ambiente. Todas as cidades têm muito verde e as lixeiras para coleta seletiva estão por toda a parte, mesmo nas pequenas cidades.

Na Alemanha não se fala em Hitler. Parece realmente assunto proibido. Em Berlim, principalmente, isso ficou evidente. No mural de fotos que está no Reichstag (prédio do parlamento alemão) existem várias fotos dos nazistas. Não vi Hitler em nenhuma delas, nem o nome dele nos textos explicativos. Esse prédio sofreu um incêndio criminoso na década de 30 e, acredita-se, que o próprio Hitler tenha mandado incendiá-lo.

O muro já não existe fisicamente há 20 anos, mas a linha imaginária parece ainda existir. O morador da parte oriental continua sendo considerado um cidadão de 2º classe, um fardo para os alemães ocidentais. Enfim, não é preciso construir um muro para separar classe social, etnias, ideologias, etc... O próprio homem se encarrega de levantar essas barreiras.

Notei, nos três países que visitamos, uma quantidade expressiva de idosos e deficientes físicos utilizando o espaço público. Isso se deve a boa estrutura que essas cidades oferecem para esses cidadãos. E nós, algum dia chegaremos lá?

Embora muito me agrade essas cidades europeias - limpas, organizadas, bem estruturadas - chega uma hora em que sinto falta da nossa esculhambação, do nosso povo barulhento e alegre. É, acho que o meu complexo tupiniquim fala mais alto.

Sinto que já é hora de direcionar minhas viagens para outro tipo de lugar ou mudar o foco. Nesse mundo globalizado as cidades vão ficando cada mais uniformizadas. Quase posso dizer que quem viu uma, viu todas. É claro que essa afirmação é exagerada, mas a verdade é que para perceber a identidade única de cada lugar é preciso um pouco mais de tempo. Infelizmente, dinheiro e tempo são coisas que não possuo o suficiente para essa empreitada.

De agora em diante acho que vou privilegiar as culturas diferentes das que já conheço. Ou então vou viajar só pra relaxar, sombra e água fresca. Por poucos dias, é claro, preguiça demais cansa.

2 comentários:

  1. Lindas fotos, Angela!!!!
    A maneira como vc escreve nos faz viajar junto com vc!
    Bjs,
    Gê.

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  2. Querida Angela...........viajei de novo....deliciosa retórica.....um luxo de detalhes... Amei. beijocas.ana Dirce

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