09 agosto, 2010

ROMA


INFO INICIAL

Enfim vou conhecer a Itália, terra dos meus avós. E a Grécia também, berço da civilização ocidental.
Vou primeiro ao norte da Itália junto com Kátia e Núbia, e depois nos juntamos ao restante do grupo - Adélia, Andréa, Beth, Camilo e Helena - na Sicília. Por último, a Grécia.
Não conheço a maior parte do grupo, são amigos de Adélia e Kátia. Camilo também trabalha na Petrobras e veio com a ex-sogra e ex-cunhada: Beth e Helena. Andréa, Núbia e Camilo são médicos; Kátia e Adélia são enfermeiras. Temos então uma equipe médica que ficará inoperante neste período, eu espero.


29.05 e 30.05.2002

Saímos à noite do Rio e desembarcamos em Roma no início da tarde. Estávamos apreensivas com relação ao hotel porque fizemos vários ajustes de última hora e não tínhamos ideia de como seria o hotel em Roma. Ainda mais que o André, nosso agente de viagem, disse que teríamos uma surpresa, mas não falou se seria boa ou ruim.
Hotel Eliseo
Chegamos ao Hotel Eliseo na Via Pinciana. É uma construção pequena e parece antiga, bem conservada. Ficamos encantadas com o mobiliário de época, o tamanho do quarto, a proximidade do centro da cidade. E a paisagem em frente ? É tudo de bom! Da sacada, que tem um pequeno vaso com um pezinho de limão, avistamos o imenso parque Vila Borghese que fica em frente ao hotel. Ainda bem que a surpresa que o André falou é das melhores.

Praça do Pantheon
Saímos caminhando pela Via Veneto, essa importante rua do filme La Dolce Vita, cheia de lojas e restaurantes. Almoçamos em um pequeno restaurante envidraçado localizado ao longo da calçada. Em seguida, descemos à rua e paramos na Piazza Barberini que tem uma “fontana”, a primeira que visitamos nessa viagem, esculpida pelo famoso arquiteto barroco Bernini. Cansadas da viagem, tiramos algumas fotos e voltamos para o hotel. O dia amanhã será longo.

31.05.2002
Caminhamos até a Piazza de Espanha, que não fica distante do hotel. A praça tem na parte alta uma igreja muito antiga, em frente uma grande escadaria e abaixo uma fonte em formato de barco, outra obra de Bernini (não deve ser a última que veremos). Essa praça é um local de encontro de jovens e artistas da cidade, um point de azaração. Caminhamos pela Via Del Corso, importante avenida da cidade, em direção aos outros pontos turísticos que visitamos hoje. A jornada foi dura, duríssima. Fomos ao Pantheon, a Fontana de Trevi, a Piazza Venezia, ao Foro Romano, ao Jardim do Palatino, Piazza Navona e o Coliseu. Ufa!!!!

Piazza Venezia


Jardim do Palatino

Jardim do Palatino
Interior do Coliseu


Coliseu

Achei curiosa a quantidade de motonetas, parecidas com as antigas “Vespas” que existia no Brasil nos anos sessenta e setenta. O trânsito é meio tumultuado um pouco parecido com o das nossas cidades. Aliás, nesse pouco tempo que estamos aqui, já deu pra perceber que temos muitas semelhanças com esse povo.
Voltando ao assunto dos pontos turísticos, fiquei impressionada com as ruínas da Roma antiga, que vimos no Fórum Romano e nos Jardins do Palatino. Difícil acreditar que estamos passando pelos mesmos prédios - parte deles, é claro -que a população do tempo dos Césares habitou. Fico imaginando como seria esse lugar naquela época. Vale a pena preservar a história. Li em algum lugar que durante as escavações do metrô vários monumentos e objetos antigos foram encontrados. Em alguns lugares as obras do metrô nem puderam prosseguir porque a preservação da história é prioridade. Acho mais do que justo.

O Coliseu deve ser um dos pontos turísticos mais visitados. Tiramos muitas fotos diante desse símbolo da Roma Antiga. Dá para imaginar a imponência desse prédio quando foi construído e ao mesmo tempo constatar que aquelas barbaridades que aconteceram ali dentro, continuam acontecendo ainda hoje. Em nome da religião ainda se mata. Evoluímos pouco ou nada, nesse quesito.

Fontana de Trevi
A Fontana de Trevi também é imperdível. Acho que lugar nenhum do mundo tem tantas fontes como Roma e todas são verdadeiras obras de arte. A água é sempre de um verde azulado (ou será um azul esverdeado?) bem clarinho. É uma pena que a Fonte fique meio imprensada entre as construções em volta. A Fonte e o Palácio de Poli, que fica atrás dela, mereciam um local mais amplo. Ficaria ainda mais linda. Não sou supersticiosa, mas por via das dúvidas, joguei uma moedinha na fonte para garantir meu retorno a esta cidade.
Comprei um sapato, uma “mule” azul índigo, numa sapataria próxima a fonte. Toda vez que usá-la vou lembrar de Roma.
 
Quando chegamos ao Pantheon já estávamos um pouco cansadas. Sentamos nos degraus de uma fonte (ou seria uma estátua ?) em frente ao monumento. Como diriam nossos guias de viagem em língua espanhola, nos “quedamos” ali olhando o movimento de turistas e fazendo um pequeno lanche, enquanto descansávamos os pés, doídos de tanto andar. Este monumento, que era um templo, tem mais de 2000 anos e está muito bem conservado. O interior é maravilhoso; um espaço imenso com um teto altíssimo. No centro da abóbada tem uma abertura redonda por onde a luz do sol ilumina o interior do templo. Será que os antigos usavam esse recurso apenas para iluminar ? Ou usavam também como um tipo de relógio de sol ? Sabe-se lá.

Fomos a Piazza Navona e aproveitamos para jantar por lá. A praça é bem bonita, cercada de prédios históricos e várias fontes que certamente tem esculturas de Bernini. A embaixada brasileira também fica por aqui. Aliás, essa embaixada deve ser das mais disputadas pelos nossos embaixadores. Quem já andou aprontando por aqui foi o “homem do topete” Itamar Franco.

Retornamos ao hotel mais mortas que vivas.

01.06.2002

Na cúpula da Basílica de São Pedro
Hoje fomos ao Vaticano. Como não é domingo não veremos o Papa. Paciência, não se pode ter tudo. Enfrentamos uma longa fila para visitar a Capela Sistina. Eu não fazia ideia de que a capela ficava dentro do Museu do Vaticano. Muita gente, um tumulto só. Enfim chegamos à sala conhecida como Capela Sistina. É uma obra prima, não há dúvida. A pintura no teto é de cair o queixo, ou melhor, de quebrar o pescoço. O meu ficou dolorido de tanto olhar para cima. Os bancos em volta da parede que facilitam a visão do teto são disputados a tapas. E pensar que Miguelangelo se dizia escultor e não pintor. Depois de algum tempo fugi dali, estava meio sufocada. Quando chegamos próximas a saída Núbia percebeu que tinha esquecido a bolsa. Lembrou do local, retornou e encontrou a bolsa sã e salva. Se fosse no Brasil, não sei não....

Basílica de São Pedro
Caminhamos para a Basílica de São Pedro. Tudo aqui é superlativo: a igreja é enorme; a praça em frente é enorme; a multidão de turistas idem. Próximo à entrada da Basílica está à escultura da Pietá de Miguelangelo. Ela também merece um superlativo: liiiiiinda!!! Miguelangelo foi realmente um gênio. Reza a lenda que ele era genioso, menosprezava os outros escultores e arrumava algumas encrencas por conta disso. Será que a palavra genioso tem parentesco com gênio ? Deve ter. Pensar que ele tinha 20 anos quando fez essa obra, é impressionante. Já estou encantada e olha que ainda vou conhecer a escultura de Davi, em Florença.

Resolvemos subir até a cúpula da igreja. Metade do trecho subimos de elevador. A outra metade só se pode subir pela escada. Aí é que o bicho pega! São muitos, muitos, muitos degraus, e pequenos, e estreitos, e meio tortos. Um inferno. Não dá pra desistir no meio do caminho. O retorno é por outra escada, portanto não dá pra voltar pela escada que sobe com o fluxo de pessoas no sentido contrário. De vez em quando tem uma janela com um pequeno espaço onde os cansados param para respirar. Enfim chegamos ao destino. Pode-se ver toda a cidade daqui. Ficamos admirando os jardins no interior do Vaticano; o Papa deve pegar um solzinho por ali. A vista da cidade é linda, valeu o sacrifício.
Castelo Sant’Ângelo
Castelo Sant'Ângelo
   
Caminhamos pela larga avenida que vai da Basílica ao Castelo Sant’Ângelo. O Castelo foi uma fortaleza que protegia os Papas e também serviu de prisão. Só visitamos a parte externa do castelo. Paramos para olhar souvenirs numa banca. Peguei uma pequena escultura e quase levei um sopapo do vendedor. Eles são tremendamente impacientes. Em frente ao castelo passa o rio Tevere, ou Tibre para nós. Na ponte que atravessa o rio passamos pelos camelôs que vendiam bolsas, réplicas perfeitas das mais famosas marcas.

Jardim da Vila Borghese
Caminhamos ao lado do rio até chegarmos ao bairro Trastevere. Abandonamos a avenida beira rio e entramos pelas ruazinhas estreitas, com casas de até dois/três andares. São casas antigas de aparência humilde. O lugar é cheio de lojinhas e bares. O cheiro que vem dos restaurantes é maravilhoso, cheirinho de manjericão. A todo o momento escutamos tocar alguma música brasileira; o axé da Bahia já chegou por aqui. Visitamos a Basílica e em seguida procuramos um restaurante para jantar, na Piazza Santa Maria. Escolhemos mesas ao ar livre para apreciar melhor o movimento da praça. O garçom que nos atendeu foi extremamente grosseiro conosco. Eles não têm paciência para nos ajudar na escolha dos pratos. Pelo menos a comida estava muito gostosa.

Amanhã viajaremos para o norte da Itália e depois retornaremos a Roma.

07.06.2002

San Marino
Retornamos hoje para Roma e amanhã seguimos para a Sicília. No caminho paramos na cidade de San Marino. Aqui acontece o grande prêmio de San Marino de carros de fórmula um. Na verdade não é apenas uma cidade e sim uma república independente. No alto da colina fica o castelo da cidade e uma torre bem alta. Depois que visitamos esses pontos turísticos fomos para o doce exercício de entrar e sair das lojinhas. Os produtos têm ótimo preço, me parece que são isentos de impostos, por isso o preço baixo. A turma comprou muito perfume e até joias.

Chegamos em Roma no início da noite. Eu estava decidida a procurar um médico no dia seguinte antes de irmos para Palermo. Meu intestino até agora, nada. Quando vou ao banheiro só o que sai é o bendito óleo mineral que estou tomando há quatro dias. E o artista principal, não se apresenta. Dormi preocupada.

Enquanto tentava dormir ouvia Núbia arrumando a mala. Ela faz isso praticamente todas as noites. Tira sacolinha, bota sacolinha, e o barulho dos sacos plásticos fica ecoando pelo quarto.

No meio da madrugada fui ao banheiro fazer xixi e .....Aleluia!! Aleluia!!! Desencantei, acabou prisão de ventre. Minhas amigas queriam me levar ao hospital porque a situação estava sinistra.

Voltei para a cama levinha, levinha.

08.06.2002

Temos a parte da manhã livre. Resolvemos ir até a Piazza del Populo e ao parque Vila Borghese. Caminhamos por algumas ruas que ainda não conhecíamos e passamos por um restaurante onde havia uma televisão ligada. Resolvemos almoçar e assistir ao jogo do Brasil x China que estava iniciando. Os outros clientes que estavam no restaurante também torceram para o Brasil em sinal de solidariedade. Ao final do jogo, que o Brasil venceu de goleada (4 x 0), agradecemos a torcida e fomos para a Vila Borghese.

O parque é enorme e com muitos atrativos. Andar de bicicleta, correr, caminhar, tomar sol, visitar um museu de arte. É só escolher conforme sua preferência. Escolhemos caminhar tranquilamente, depois deitamos no gramado para tomar sol e papear. Antes de retornarmos ao hotel entramos em um banheiro público que fica no jardim. Paramos em frente a um grande mapa da cidade, no corredor de entrada do banheiro, e ficamos ali tentando localizar a rua do nosso hotel. O banheiro estava vazio e no local onde estávamos não impedíamos o acesso de ninguém. Mesmo assim a italiana que cuidava do local começou a gritar conosco:

- “Andiamo, andiamo....usciamo del corridore”.

Vila Borghese
Kátia ficou revoltada e xingou a italiana com todo seu repertório de palavrões brasileiros. A mulher levou um susto com o tom de voz da Kátia e calou-se. Dali em diante só nos olhava de cara amarrada, mas não falou mais nada.

Á tarde embarcamos para a Sicília - "Arrivederti Roma, Addio"

Chegamos à Palermo e encontramos o restante do grupo. A Andréa também estava a caráter para o período da Copa. Vinha com um lenço amarrado na cabeça, uma bandana da nossa bandeira. A Beth e sua mãe Helena, são bem simpáticas. Fiquei impressionada com a vitalidade de Helena; uma viagem como essa pode ser bem cansativa. O Camilo é o valete desse grupo. Ele tem uma cara de bonachão e tomara que seja bem paciente para aguentar toda essa mulherada.


Estamos hospedados no Hotel Jolly.

Hotel Eliseo

Via di Porta Pinciana, 30 - 00187 Roma
Tel. +39 06 4870456 - 4828658
Fax +39 06 4819629
Email eliseo@leonardihotels.com

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