21 julho, 2010

LILLEHAMMER, BERGEN E OSLO


15.06.2003                LILLEHAMMER

Fizemos à primeira parada no castelo de Gripsholms (casa da família Grip). Preciso avisar a Celso Grip que ele tem um castelo na Suécia. Seguimos viagem até a fronteira com a Noruega onde foi erguido um monumento que simboliza a paz entre os dois países.

A paisagem na Suécia é monótona, sempre plana, pelo menos aqui nessa região. Quando entramos na Noruega a paisagem foi mudando.

Lillehammer
Chegamos à cidadezinha de Lillehammer no final da tarde. A paisagem em volta é belíssima. A cidade fica num vale, cercada por pinheiros e tem um grande lago. Os gramados parecem um tapete e as casas de madeira pintadas em diversas cores, com cortininhas nas janelas e flores nas sacadas, fazem lembrar pequenas casas de bonecas.

Este é um vilarejo bem simpático que foi sede das Olimpíadas de inverno de 1994. A rua principal, a Storgata, é um calçadão, com muitas lojas e um ótimo lugar para passear e se hospedar.
Caminhando pelo jardim em volta do hotel descobrimos uma ruazinha que descia em direção ao centro da cidade. Chegamos até a rua principal, demos uma voltinha e retornamos ao hotel. A noite estava chegando e o frio aumentando. 

16.06.2003

Seguimos para Bergen. No caminho paramos em duas igrejas de madeira do século XI. São igrejas cristãs com uma história muito interessante. A guia, uma espanhola de Málaga que vive em Copenhague, nos contou que havia muitas casas distantes dos vilarejos. Pequenos sítios, quase sempre distantes uns dos outros. O isolamento era grande e no inverno a solidão era ainda maior. Aos domingos as famílias se reuniam na igreja. Levavam comida, oravam e passavam o dia juntos. Esses encontros, além de fortalecer a fé, aproximava as pessoas.

As igrejas são todas de madeira, o interior é escuro pois não há janelas e não há imagens de santos. Possui uma pequena área na parte mais ao fundo da construção que parece um altar e uma área maior, retangular, com bancos em volta onde as famílias se sentavam em volta de um fogareiro. Existe uma outra parede paralela formando um corredor ao redor do recinto do culto. A parede possui pequenos buracos de onde se pode ver o interior da igreja. A guia nos explicou que quando as mulheres estavam menstruadas não podiam entrar na igreja e participar do culto porque estavam “impuras”. Elas ficavam nesse corredor assistindo a cerimônia através dos buracos na parede. Cruuuuuzes!!!!

Continuamos subindo e chegamos próximo à região chamada de Lapônia, a terra de Papai Noel. Apesar de estarmos quase no verão ainda há neve por aqui. Paramos em uma casa típica dos lapões, com o seu telhado coberto por vegetação. Esse tipo de cobertura ajuda a aquecer o interior das casas. Tiramos algumas fotos na neve e depois colocamos uns chifres de veado na cabeça. Três mulheres chifrudas. Camilo não quis se arriscar, afinal homem não admite levar chifre mesmo que de brincadeira.




Mais a diante embarcamos em um navio e fizemos a travessia pelo fiorde “

Sogner Fjord”. No caminho inúmeras cachoeiras formadas pelo degelo da neve que vem das montanhas. É uma cachoeira após outra. Toda a paisagem em volta fica refletida na água, como se fosse um espelho. É deslumbrante, um dos lugares mais bonitos que já vi. 

A guia nos informou que o fiorde tem parte de água salgada e parte de água doce (água do degelo) e elas não se misturam, a mais pesada fica no fundo. Achei um pouco estranho, não sei se é verdade. Entre a água e a parede de pedra que sobe para o alto existe uma faixa de terra onde podemos ver várias propriedades com casas para férias e finais de semana, afinal navegar é um dos prazeres desse povo descendente dos vikings. Notei que em algumas propriedades existe uma estrutura de madeira dividida em vários níveis onde algumas coisas ficam penduradas. Parece um varal de pequenas roupas. A guia informou que era bacalhau que estava secando no sol para depois ser vendido, geralmente exportado.

Tentamos ficar bastante tempo no convés do navio, mas estava muito frio. Descemos para o restaurante e fomos “papear”. No nosso grupo tem um casal bem interessante. Ele é um cirurgião plástico baiano, pinta de playboy, que mora em São Paulo. É um gaiato, contador de estórias. Contou várias estórias a respeito de pessoas importantes que ele já operou, vários da família de Antonio Carlos Magalhães. Demos boas risadas com ele. A esposa é jovem, bem mais jovem que ele, está sempre arrumadinha. A todo o momento retoca a maquiagem, ajeita o cabelo e fica se examinando no espelhinho. Parece uma barbie. Camilo quase deu uma mancada um dia desses. A “barbie” chegou no ônibus com uma saia com a barra desfiada. Ele ia avisá-la que estava com a saia rasgada. Foi impedido a tempo. Duro foi ele entender que isso é moda.

BERGEN


17.06.2003

Bergen
Chegamos em Bergen as 18:00 h. O dia estava bonito e, apesar do cansaço, resolvemos dar uma volta pelo porto que não é distante do hotel. Jantamos em uma pizzaria e retornamos ao hotel. Já era tarde e o sol ainda não havia sumido no horizonte. Nessa época do ano aqui em Bergen o sol desaparece por algumas poucas horas, mas não chega a escurecer totalmente.

Fizemos um tour pela cidade, que não é muito grande, mas é a segunda maior cidade da Noruega. Aliás, as cidades por aqui nunca são grandes, o que é muito bom, a qualidade de vida pode ser bem melhor. A renda per capita deve ser bem alta nesse país com tanto petróleo e com uma população tão pequena - cinco milhões de habitantes. Subimos, em um funicular, até o Monte Floyen que tem uma vista muito bonita da cidade. Ao fundo algumas colinas e a entrada de um fiorde.

Abraço de Urso
Em volta do porto ficam as casinhas em estilo Hanseatico. Todas de madeira pintadas com cores fortes, coladinhas umas nas outras, formam um conjunto interessante. Bryggen é o nome desse lugar, em volta do porto, que sofreu um grande incêndio séculos atrás. Aliás, não foi só esse bairro que queimou. Praticamente toda a cidade foi reduzida a cinzas, restou apenas essa pequena área que foi recuperada muitos anos depois. No inverno, em meio à neve que deve ser muita, essas casinhas coloridas devem se destacar.


Fomos para o mercado de peixe procurar um local para almoçar. O mercado é pra turista ver, tudo muito organizado, limpo. E atrás do balcão não está um rude pescador, mas pessoas bem arrumadas que geralmente falam inglês. Comemos uma salada de arenque e camarão. Provei um pedaço de baleia defumada. Parece fígado de boi e não achei lá essas coisas. Perece que por aqui a pesca de baleia é permitida. Também vi pela primeira vez na minha vida, e talvez a última, um bacalhau com cabeça.

Mais tarde fomos a um concerto de música clássica numa sala de concertos nos arredores do hotel. Era um duo de piano e violino. O compositor clássico Edvard Grieg nasceu e viveu aqui em Bergem. Não sei muita coisa a respeito dele, mas ouvi uma composição sua que foi tocada aqui que eu conheço e gosto muito. Depois vou procurar um cd para comprar.

No jantar comemos um prato com bacalhau fresco. Acho o nosso bacalhau seco muito mais gostoso.

18.06.2003                        OSLO


Porto de Oslo















Saímos pela manhã em direção a Oslo. Paramos no caminho para tirar fotos de 2 cachoeiras. Acho que vi mais cachoeiras nestes poucos dias do que na minha vida inteira. Chegamos em Oslo à tarde. A cidade é muito moderna, bem diferente de Bergen, e diferente também das outras capitais que conhecemos na Escandinávia. Possui uma arquitetura bem moderna e muitas esculturas espalhadas por toda a cidade, algumas bem interessantes. O porto e a rua que fica em frente ao Palácio Real são os pontos de “agito” da cidade. Muita gente bonita e muitos turistas lotam os bares, apesar dos preços absurdos.

Visitamos o Museu da Galeria Nacional que possui obras de vários pintores noruegueses e de outros estrangeiros famosos (Picasso, Monet, Van Gogh, Matisse, etc...). Dos noruegueses o único que eu já conhecia é Munch. O quadro “O Grito” está lá. Aqui fiquei sabendo que esse quadro representa o desespero e a decepção do artista com o amor e com seus amigos. Ele teve uma vida trágica e isso, é claro, está presente na sua obra.

19.06.2003

Fizemos um tour pela cidade começando pelo parque “Vigeland”. Este parque possui inúmeras esculturas do artista plástico norueguês Gustav Vigeland. São figuras de criança, velhos, namorados. Duas esculturas me chamaram a atenção.
Parque Vigeland
Uma representa o ciclo da vida - nascimento, vida e morte - e a outra, acho que a principal do parque, é um obelisco enorme feito em um único bloco de pedra com vários corpos humanos sobrepostos. Além das esculturas o parque ainda possui muitas árvores, vale uma visita mais demorada.

À tarde almoçamos em um restaurante que fica dentro de uma praça na avenida Karl Johan. Essa é a principal Avenida de Oslo, começa na estação central e vai até o Palácio Real. Caminhamos por ela até o palácio passando por alguns prédios importantes: o Parlamento, o Teatro Nacional e a Universidade de Oslo. Nada muito interessante.

No final da tarde fomos até ao porto. A toda hora esbarramos em uma escultura. Aqui também o estilo é diferente dos demais portos que visitamos, esse é mais moderno e menos popular.

Parque Vigeland








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