04 julho, 2010

LONDRES E WINDSOR



LONDRES

14.06.2004

Londres

Estamos partindo para Londres. Já começa a bater um pouco de cansaço. É a droga da idade, certamente. Hospedamo-nos em um hotel no bairro de Notting Hill. É aquele bairro do filme do mesmo nome, com o bonitinho Hugh Grant. Achei o bairro bem charmoso, muito arborizado e as casas, em estilo vitoriano segundo me informaram, são bem bonitinhas. Estamos instaladas em um quarto no porão, no primeiro nível abaixo do nível da rua. Até hoje só tinha visto este tipo de quarto nos filmes. Aqui no Brasil não é muito comum casas com porão e sótão. O quarto não é grande, mas é confortável.

Fomos caminhando até o Hyde Park. Na primeira esquina encontramos uma brasileira com seu bebê. Já são vários brasileiros que encontramos por aqui. Chegamos ao parque que é enorme, ocupa vários quarteirões do bairro. Está fazendo muito calor e nos sentamos na sombra das árvores para comer um hot dog. Em seguida fomos ao “Covent Gard” um prédio antigo onde funciona um mercado e uma feira de antiguidades. Não ligo muito para essas feiras, não tenho olho clínico para esse tipo de produto, tudo me parece quinquilharia. O local é bem animado. Tomamos algumas cervejas em um bar enquanto aguardávamos a Bruna, sobrinha de Adélia.


Eu e Bruna
A Bruna é fisicamente bem diferente de Adélia. Branquinha, quase ruiva e bem mais alta que a tia. Ela é jovem e bem simpática. Comemos uma pizza e em seguida fomos ao Picadily Circus e depois a um pub mais moderninho. Parece-me que a Bruna já trabalhou nesse pub.


Fomos conhecer o “cafofo” onde ela mora. É um apartamento com vários quartos e cada quarto é alugado para diferentes pessoas, todas jovens, me parece. A cozinha e banheiros são comuns a todos. Bruna divide um dos quartos com uma outra moça baixinha, com cílios postiços coloridos enormes e um look bem exótico. As roupas dela estavam todas espalhadas pela cama, os sapatos pelo chão e o móvel ao lado da cama estava totalmente coberto de bijuterias, maquiagem, etc... uma zona. O lado da Bruna era o oposto, tudo arrumadinho. Parece que as diferenças são impedem a boa convivência e a Bruna me pareceu bem satisfeita.
Voltamos para o hotel. Adélia ficou meio espantada com a moradia da sobrinha e acho que ficou bem preocupada. Parece que aqui em Londres o aluguel é caríssimo e esse tipo de lugar é bem comum. Nós é que não estamos acostumadas.

15.06.2004

O sistema de metrô é bem legal. A cidade é dividida em zonas e tem estações em todos os lugares. O tempo de espera é curto e os trens são bem conservados. Compramos bilhetes de um dia para as zonas que iríamos usar mais.

Começamos o dia no famoso museu de cera “Madame Tussout” . Adoramos !!! Vários museus aqui em Londres não cobram a entrada. Esse aqui é pago e não é barato. Aproveitei para tirar uma foto com Brad Pitt e Julia Robert.



Seguimos para o “Regent Park” . Acho que esse parque é o mais lindo de Londres, digamos que é um parque cinco estrelas. Está todo florido e há muitas, muitas rosas, de todos os tipos. Gostaria de fazer um piquenique por aqui. Deve ser muito gostoso estender uma toalha nessa grama, tirar os sapatos e ficar esquentando ao sol. Mas, pagando em libras, não dá pra ficar muito tempo parado. É preciso seguir em frente.

Fomos ao bairro Candem Town, lugar muito movimentado, reduto dos punks, drags, góticos e toda essa gente diferente. Por aqui se encontra todo tipo de roupa esquisita que podemos imaginar. Lembra um pouco o Saara no Rio.



Com Carlitos
À tarde fomos a Torre de Londres. Não é exatamente uma torre como o nome faz supor, mas sim uma fortaleza as margens do Tâmisa. A torre foi residência de vários reis e é um dos locais mais visitados da cidade. A história desse lugar que já foi palácio e prisão é meio trágica, com muitas execuções e torturas. Em uma das salas estão guardados alguns instrumentos de tortura que eram usados na época. Sinistro!!! Sentamos em um banco ao ar livre e Adélia, que prometeu que seria nossa guia na Inglaterra, nos contou um pouco da história do rei Eduardo VIII, o Barba Azul, que teve 6 esposas e muitas amantes. Conversamos sobre Ana Bolena e sobre as esposas que o rei mandou matar, sua fixação em ter um filho homem, etc... Adélia cumpriu direitinho seu papel de guia turístico e sem remuneração. Encerrada a parte cultural desse dia fomos jantar e, como ninguém é de ferro, tomar cerveja em um pub.

16.06.2004

Fizemos um tour panorâmico pela manhã. Passamos por bairros com construções em estilo Vitoriano, pequenos prédios de três andares pintados quase sempre de branco, com um andar inferior onde ficam a cozinha e outras dependências de serviço. Nosso hotel tem esse estilo, herança do estilo da época do reinado da rainha Vitória. Em outros bairros as construções são todas em tijolinhos avermelhados. Passamos por construções históricas: o Palácio de Westminster, a Abadia de Westminster, o Big Ben , a Tower Bridge, o Parlamento Inglês. Seguimos em frente e conhecemos os grandes magazines Harrod’s e Selfridges.

Terminamos o passeio no palácio de Buckingham e ficamos para ver a troca da guarda. Tremendo programa de índio. Um mar de turistas, não dá pra ver quase nada. Mas, como dizem “já que foi ao inferno não deixe de beijar o capeta”.

À tarde fomos ao National Galery. O museu é maravilhoso. Não sabia se olhava o acervo ou se admirava a arquitetura do prédio. O teto do museu também é uma obra de arte.

Atravessamos o Tâmisa e fomos andar na roda gigante “London Eye”. A vista panorâmica da cabine é excelente. A cidade é plana, não tem nenhum morro ou colina, o que facilita a visão. Beleza natural, nenhuma, a não ser os belíssimos parques e o rio. No mais são os prédios antigos e a história desse país que dão charme a essa cidade.

Fomos ao pub “Sherloc Holmes” tomar umas cervejas - afinal estamos em Londres - e comemos o tradicional prato da culinária inglesa: peixe com fritas.

17.06.2004

Visitamos pela manhã a catedral de Saint Paul e a Abadia de Westminster. A catedral é enorme e muito bonita. Vários personagens famosos estão enterrados aqui. Foi também aqui que príncipe Charles e Diana se casaram. A Abadia é menor e não é tão bonita, mas carrega 800 anos de história e é aqui que acontecem as coroações dos monarcas britânicos.



17.06.2004                     WINDSOR
Castelo de Windsor

À tarde fizemos um passeio à cidade de Windsor onde está localizado o maior e mais antigo castelo habitado do mundo. Ele é a residência de verão da família realParte do castelo é aberto à visitação. No restante ficam os aposentos usados pela família real. Diz o guia que essa é a residência preferida da rainha Elizabeth, onde ela passou boa parte da infância. 

No trajeto para Windsor passamos por vários carrões com pessoas muito bem vestidas. O guia nos informou que estava acontecendo uma corrida de cavalos em Ascot. A realeza e demais bem nascidos da Inglaterra, frequentam esse hipódromo. Os emergentes também devem bater ponto por ali. Vi algumas mulheres dentro dos carros, com chapéus bem interessantes. Aliás, o chapéu é um caso à parte nesses eventos.

A cidade possui ótimos restaurantes, teatros, comércio. Acho que a presença frequente da família real deve contribuir para esse clima requintado que a cidade possui. 

No retorno a Londres, foi possível admirar essa área rural que é realmente muito bonita.

Chegamos no final da tarde e resolvemos encerrar o dia jantando no bairro Chinatown. Em seguida entramos em um daqueles ônibus de dois andares para dar uma volta pela cidade e ver como é Londres iluminada.

18.06.2004

Hoje vamos fechar o nosso roteiro conhecendo os museus British Museum e o Museu de História Natural. A arquitetura do museu de história natural é bem interessante e tem, logo na entrada o esqueleto de um enorme dinossauro. Alguns filmes com temas, por exemplo, da evolução da terra, são exibidos em algumas salas. Durante a exibição, se aparece na tela um vulcão em erupção, a sala treme. As crianças devem adorar isso aqui.


O British Museum é enorme. Gostei, “pero no mucho”. Muitas peças arqueológicas, manuscritos, esculturas, etc... Um pouco cansativo. A entrada nos dois museus é grátis o que, em minha opinião, está mais do que correto visto que nesse museu boa parte do acervo são peças saqueadas, ou roubadas para ser mais exata, na Grécia e no Egito. Quando fui à Grécia em 2002 visitei um museu que fica na Acrópole em Atenas. Parte do acervo do museu são réplicas de peças que foram roubadas. A réplica de uma parte da lateral do Paternon, que eu vi na Grécia, conheci agora o original no museu em Londres. Parece que os ingleses acham que essas relíquias são patrimônios da humanidade. Lembrei agora de uma piada pesada, mas deixa pra lá.


Fomos à loja Harrod’s comprar uns “regalos”. Bonita, grande e caríssima, mas valeu a pena conhecer. Muitos produtos que estão sendo vendidos aqui são brasileiros. Alguém informou que esse ano a temática da loja foi o Brasil. Encontrei até uma bolsa de sisal fabricada na Amazônia, que eu comprei igualzinha em Macaé. Êta mundo globalizado!!!

Num dos andares tem uma espécie de altar em homenagem à princesa Diana com uma escultura de um casal dançando. O dono dessa loja é o pai do namorado de Diana, Dodi Al Fayed, que morreu junto com ela. Parece que o altar virou local de peregrinarão.

Tomamos o chá das cinco num café em frente à Harrod’s.


À noite fomos a um pub perto do hotel para conhecermos o namorado da Bruna. Ele é neozelandês e não fala nada de português. Kátia bateu o martelo e disse “Bruna não volta para São Paulo. Ela está apaixonadíssima por esse rapaz”. Quem sou eu para duvidar, de paixão Kátia entende. Fechamos a noite num restaurante grego “Santorini” comendo uma moussaká. Ah! Que saudades da Grécia.


19.06.2004


Hoje é o dia da nossa partida. Fomos à famosa feira de antiguidades Portobello. Esta feira acontece todos os domingos no bairro de Notting Hill, onde estamos hospedadas. Na verdade, vende-se de tudo nessa feira que fica lotada de turistas. Comprei uma bata indiana bem bonitinha.

Às 14 horas fomos para o aeroporto tomar o voo para Milão. Depois São Paulo, depois Rio de Janeiro, depois Macaé. Neste momento estou voando para São Paulo. Se tudo correr bem chego em Macaé amanhã na hora do almoço. Uma panela de feijoada está a minha espera.

Essa foi uma viagem "ligth". Sem muito horário marcado pudemos descansar um pouco mais. Apenas um pouco porque se é caro "descansar" em Euro, ainda mais caro é descansar em Libras Esterlinas.


Adorei Amsterdan. Os inúmeros canais e as pessoas pedalando suas bicicletas, mesmo estando super arrumadas, dão um ar romântico e tranquilo a essa cidade. Dá para sentir aquele clima de cidade muito liberal, mas sem baderna. Os barcos, que são casas flutuantes, também me encantaram. No canal que passa em frente ao nosso hotel, estão ancorados vários desses barcos/casa, todos muito bonitinhos. Deve ser uma experiência interessante morar num barco; é preciso bastante desapego pois não dá para possuir nada além do estritamente necessário.


Fiquei encantada com as casas que margeavam as estradas. Varandas floridas, cortininhas de rendas nas janelas, cercas pintadas com tintas coloridas. Cada uma mais linda que a outra. Depois soubemos que a cada primavera há um concurso da mais bela fachada e o morador da casa mais bonita recebe um prêmio.


Em Bruxelas o que me encantou foi a Grand Place. Lindííííííssima!!! Deve ficar ainda mais bonita quando montam o tapete de flores na festa de Corpus Cristh.


Londres é uma mistura de gente de todos os lugares e de todas as tribos. Amei os parques. Se tivesse um desses perto da minha casa eu faria caminhadas todos os dias com prazer.


Fico imaginando o Brasil com tantas belezas naturais, o que não há por aqui, tem tudo para ser um polo turístico dos melhores do mundo. Tem praias belíssimas, florestas, o pantanal, cachoeiras, muitos rios e para completar um povo simpático e alegre. Faltam segurança e estrutura, mas será que é tão difícil assim reverter esse quadro?


Quem sabe um dia... 


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