23 setembro, 2001

BUDAPEST

 05.05.2001                   BUDAPEST

Ponte das Correntes
Saímos cedo em direção a Budapeste, capital da Hungria. Chegando lá, no caminho para o hotel, passamos por várias construções antigas com aspecto de abandono. A imagem que me passa é de decadência. Acho que a maioria dos países da Cortina de Ferro deve se encontrar na mesma situação. De vez em quando passamos por algumas áreas já recuperadas e a diferença é enorme. Acredito que daqui há alguns anos esta cidade será outra, muito mais bonita. Potencial ela tem.


Ponte das Correntes
O Hotel Taverna fica na Rua Váti, em uma área piatonal bem movimentada e próxima de vários pontos turísticos da cidade. O rio Danúbio, que separa a cidade em duas partes, fica bem próximo ao hotel. Estamos em Pest, que é uma planície e do outro lado do rio fica Buda na parte alta, sobre uma colina. Caminhamos um pouco pelo centro e em seguida fomos até a Basílica de São Estevão. As igrejas que conheci nessa viagem são de estilo gótico, meio escuras e tristes. Essa Basílica é o oposto disso. É bem clara, iluminada e chama a atenção pelo tamanho. No interior da igreja pode-se ver um tesouro importante para os húngaros: a mão mumificada do rei Estevão.

05.05.2001

Funicular
O rio é cortado por várias pontes. Uma das mais bonitas é a ponte Sissi em homenagem aquela tal imperatriz que vocês já conhecem. Atravessamos uma das pontes, acho que Ponte das Correntes, e fomos conhecer Pest. Subimos por um funicular até a colina do Castelo, paramos no Bastião dos Pescadores, local ideal para tirar algumas fotos. Daqui é possível ver toda a cidade baixa (Pest) e o prédio do Parlamento. Estou curiosa para ver esse prédio; daqui do alto ele parece magnífico. Depois fomos conhecer o Palácio Real que foi residência dos reis húngaros por vários séculos. Hoje funciona aqui a Biblioteca Nacional e vários museus. Não entramos no palácio, mas a área externa do palácio e a vista da cidade já valeram a caminhada. O dia está deliciosamente ensolarado, tirei o casaco pela primeira vez. Até agora, esse foi o dia mais bonito dessa viagem.

Prédio do Parlamento
Descemos à colina e fomos até a Termas de Gellert. Os banhos termais são tradicionais aqui em Budapest. É uma construção muito antiga e linda. Entramos apenas para conhecer. Algumas pessoas tomavam banho em uma enorme piscina aquecida. Vimos o preço dos vários tipos de massagens. O preço até que é razoável, ficamos tentadas, mas o tempo era curto. Tínhamos programado um jantar e um passeio de barco pelo Danúbio e precisávamos voltar ao hotel para tomar banho.

Jantar e Festa Típica
À noite fomos a um restaurante com música húngara. Subimos por uma estrada sinuosa até o alto de uma colina. Estava um pouco frio lá em cima. Um grupo de música folclórica nos recebeu na entrada e deu para alguns visitantes um pequeno adereço de percussão para que participássemos da música. Em seguida nos trouxeram um cálice com uma bebida - Tokaj - parecida com licor, para que já entrássemos no clima. A casa era bem grande e com um palco onde os dançarinos se apresentavam. O restaurante estava lotado. No final do jantar subi no palco e dancei junto com outros turistas que faziam um "trenzinho" pelo salão.

A guia nos informou que a maioria dos músicos e dançarinos são ciganos. Eles são muitos por aqui e a maioria trabalha com alguma forma de manifestação artística. Acho que não são andarilhos como os que vemos no Brasil, mas também são discriminados como toda minoria.

Descemos até o rio e embarcamos para um passeio pelo Danúbio. A noite estava mais fria agora e um pouco de névoa cobria o rio. A cidade iluminada parecia cintilar na escuridão. Passamos pelo prédio do Parlamento. Vocês não fazem ideia de como é lindo esse prédio à noite. É magnífico.

06.05.2001
Estátua de Anonimus
Hoje fizemos um tour pela cidade. Começamos pela Praça dos Heróis e em seguida entramos no Parque da Cidade. O parque é enorme, com vários monumentos, museus de Belas Artes, Jardim Zoológico, Banhos Termais etc... Achei interessante a estátua do Escritor Desconhecido “Anonimus”. Ela é enorme e não tem rosto, ou melhor, o rosto fica escondido por um capuz. Parece um fantasma. O tal escritor preferia permanecer incógnito; deixou seu legado para o povo húngaro, mas não se identificou. Interessante, ou melhor, estranho. Será alguém totalmente desprovido de vaidade?
Vista do Bastião dos Pescadores

Na saída do parque, atravessando uma ponte, vimos uma pequena ilha no meio do lago com um castelo. Esse lago no inverno fica congelado e se transforma em pista de esqui. A temperatura aqui chega a 20º negativos no inverno.

Continuamos o passeio até a cidadela, ou cidade velha. A parte antiga fica em uma das colinas de Buda. Mantêm ainda algumas características de cidade medieval, mas a maior parte das construções foi destruída nos bombardeios da segunda grande guerra. É gratificante constatar o esforço para manter viva a história do país. O pouco que restou está sendo muito bem conservado. A guia nos mostrou a fachada preservada de uma igreja muito antiga. O governo permitiu que uma grande rede de hotéis construísse um hotel nesse local, mas com a seguinte condição: teria que manter a fachada da igreja e não poderia construir nada que alterasse a paisagem em volta. A rede aceitou, construiu o prédio todo em espelho e a fachada da antiga igreja ficou inserida na parede frontal do hotel. Os espelhos refletem as construções do entorno e, sendo assim, não interferem na paisagem. Ficou ótimo!!! A guia nos disse que o governo está fazendo a mesma exigência com outras grandes redes internacionais que querem se instalar no país. O Mac Donald’s teve que manter toda a fachada de uma antiga estação de trens, só o interior é que é igual as outras lanchonetes da rede.

Estátua do Anonimus
Esta é uma iniciativa louvável. Preservar a cultura de um povo, nos dias de hoje, é uma dura tarefa visto que é quase impossível resistir ao poder da mídia. A nossa guia, uma mulher alta e corpulenta, demonstra de vez em quando sua aversão aos costumes americanos. Hoje ela reclamou que o mundo está “cocalizado”.








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