23 setembro, 2001

PARIS

INFO INICIAL

Esta é minha primeira viagem à Europa. Vou com duas colegas de trabalho: Adélia e Kátia.

Eu e Adélia trabalhamos na mesma empresa e na mesma cidade e já nos conhecemos há algum tempo. Ainda não conheço a Kátia, que também trabalha na mesma empresa, porém no Rio de Janeiro.

Estou ansiosa e um pouco apreensiva. Me sinto uma "matuta", pois minhas companheiras de viagem já são bem "viajadas". Espero não gerar nenhum incômodo para as duas.

Paris sempre esteve nos meus planos mas pouco sei sobre as outras cidades. Espero me surpreender. Positivamente, é claro.

29.04.2001                                PARIS

Arco do Triunfo
Chegamos em Paris com chuva. Embarcamos em uma Van que nos deixou no centro da cidade. Chegando lá procuramos um táxi que nos levasse até ao Hotel Des Mines, na rua Boulevard Saint Michel. Enfiamos toda nossa bagagem no táxi e partimos. O motorista nos cobrou uma taxa porque o número de malas era maior que duas. Nosso hotel é simples, mas bem localizado. O quarto fica no sótão e, pelo menos para mim, é novidade. Levei uma surra do chuveiro, que é tipo ducha que corre por uma vareta. Além de ficar dentro de uma banheira - fiquei com medo de escorregar - a altura da ducha não era suficiente para que eu ficasse embaixo dela; tive que lavar minha cabeça sentada dentro da banheira. 

Fomos bater perna apesar da chuva fininha. Caminhamos pela Avenida Boulevard Saint-Michel até chegarmos ao rio Sena. Acho que o grande encanto dessa cidade está na conservação de todas essas construções antigas. Tem razão aqueles franceses que se revoltam com a construção de grandes prédios próximos ao centro da cidade. Se isso realmente acontecer melhor que fique bem distante para não desconfigurar essa arquitetura que é característica de Paris. Afinal, se alguém deseja ver prédios modernos deve ir aos Estados Unidos. 
 

Notre Dame
Passamos pela Île de La Cité, ilha que fica no Rio Sena e local onde a cidade de Paris teve sua origem. Eu nem havia percebido que era uma ilha, o rio não é tão largo e por isso a ilha não se destaca. Paramos na Catedral de Notre Dame. Ela é realmente imponente, faz jus à fama que tem. Ao lado da igreja tem um jardinzinho cheio de tulipas. È a primeira vez que vejo essa flor, só a conhecia de fotografias. É linda.



30.04.2001

Contratamos um tour para a cidade de Giverny para visitarmos o Museu de Claude Monet. O motorista da Kombi é um brasileiro que vive há 14 anos em Paris. Pelo caminho pude notar que não há um só pedaço de terra desperdiçado. Mesmo nas laterais da estrada não se vê mato. Se não plantam flores, plantam algum vegetal. Perguntei ao motorista o que era aquele campo coberto por uma planta com uma florzinha amarela que cobria uma grande extensão de terra. Ele disse que se tratava de colza, uma planta de onde se extrai um óleo vegetal usado na fabricação de diesel. Falei com ele que nós três trabalhamos em uma empresa do ramo de petróleo, mas que a nossa matéria prima, o petróleo, é extraído das profundezas do oceano atlântico. 
 
Casa de Monet
Levamos mais ou menos uma hora até chegarmos à casa de campo onde Monet viveu boa parte da sua vida. É uma casa de paredes rosadas e janelas verdes, com um jardim que ele mesmo plantou em volta de toda a propriedade. A casa conserva os objetos pessoais de Monet e alguns quadros que são réplicas dos originais famosos que encontram-se em museus do mundo todo. A cozinha é toda coberta de azulejos azuis e cheia de panelinhas de cobre dependuradas. Uma graça!!!
Jardim de Monet

O jardim é um caso à parte. Nunca vi um jardim tão lindo, com uma variedade tão grande de flores. O dia está nublado e de vez em quando cai uma garoinha. Fico imaginando o velhinho com seus pincéis e cavalete, numa manhã ensolarada, passando para a tela todo esse colorido que está a sua volta. Não é de se admirar que os quadros dele sejam uma mistura de  tons, um emaranhado de cores.
Caminhamos pelas trilhas até chegarmos à ponte japonesa que atravessa o lago coberto de ninfeias. Essa é a paisagem que vemos em tantos quadros pintados por ele. Tiramos muitas, muitas fotos.

Jardim de Monet
Ao lado da casa tem uma construção onde se pode comprar vários souvenirs com os temas dos quadros de Monet.

Retornamos a Paris. O motorista ainda nos levou em alguns pontos turísticos. Paramos primeiro na torre Eiffel e em seguida fomos à igreja do Sacré Couer (Sagrado Coração) no bairro de Montmartre. A igreja, que é belíssima, fica numa colina com uma vista privilegiada da cidade de Paris. Não há morros nessa cidade, essa colina me parece a única por aqui. Na frente da igreja tem uma imensa escadaria que cobre toda a encosta, onde os turistas sentam prá descansar e admirar a vista da cidade lá embaixo.

Sacré Couer



















Caminhamos até a feira na Place du Tertre que fica próximo à igreja. Muitos artistas pintam seus quadros ali mesmo na feira. Em volta vários barzinhos com cadeiras nas calçadas, cheio de turistas que ficam olhando o movimento na feira.

Retornamos ao hotel, tomamos banho e fomos ao Quartier Latin para jantarmos. Esse bairro fica próximo ao hotel e tem muitos restaurantes. Escolhemos um restaurante grego e pedimos uma Musaká, prato típico da Grécia. No final da noite ainda dançamos com o matrie e quebramos alguns pratos, como é costume dos gregos.

01.05.2001

Tomamos o metrô logo cedo em direção ao Museu do Louvre. Fiquei espantada com o metrô de Paris, até porque os únicos que eu conheço são os do Rio e São Paulo. Ele tem mais de 100 anos e mais de dez linhas. Algumas estações têm até três terminais, uma sobre a outra. Chegamos ao Louvre e fomos direto para as galerias que ficam numa rua ao lado, comprar alguns supérfluos. Em seguida fomos conhecer a pirâmide de vidro que fica em frente ao museu. Na realidade apenas eu fui conhecer, Adélia e Kátia já estiveram em Paris outras vezes.

O Louvre é grandioso. Não falo da coleção de obras de arte, que não vou conhecer dessa vez, mas pela própria estrutura do prédio. Ele já foi uma fortaleza, depois palácio real e finalmente um museu. É claro que cada monarca deve ter acrescentado algo, como é próprio dos poderosos deixarem sempre a sua marca, para tornar esta construção no que ela é hoje.

Notre Dame


Caminhamos até o Jardim des Tuileries, passando pelo Carrossel. O dia estava nublado e frio. Compramos um cachorro quente com uma linguiça deliciosa e mostarda idem. Sentamos numas cadeiras da praça e saboreamos nosso lanche. Fiquei com inveja do cachecol imenso que um rapaz sentado próximo estava usando. Notei que as pessoas aqui usam um cachecol bem comprido que dá muitas voltas em torno do pescoço. Achei estranho, no início, mas agora eu também quero um. Só assim pra proteger minhas orelhas do frio.

Adélia e Kátia foram bater pernas e eu fui conhecer o Teatro da Ópera de Paris (Palais Garnier). Adélia me disse que esse é o teatro mais bonito que ela já visitou. Ela tem razão, o teatro é lindo! Não sei se algum dia vou conhecer algum teatro mais bonito que esse. Pena que minha máquina fotográfica é péssima para fotos de interiores. Maquininha vagabunda essa!!! Não gosto muito de perder tempo com fotos, mas lugares como esse merecem ficar registrados no papel, além da memória, off course.

Na hora marcada nos encontramos em frente ao teatro e fomos, em seguida, para a Galeria Lafayette. É uma loja de departamentos que lembra um shopping. Parece-me que os parisienses não aderiram aos shoppings, coisa de americano. A Galeria é linda e a cúpula é um caso a parte. Pensei em experimentar uma blusa que estava com um preço acessível, coisa rara por aqui, mas desisti. Quando cheguei na área das cabines tive que prender a respiração tal era a “inhaca” que vinha lá de dentro. Os franceses usam muito perfume, mas banho que é bom, só de vez em quando.

Jardim de Luxemburgo
Adélia disse que se houver tempo vamos passear pela rua Saint-Honoré, a rua das grifes mais famosas do mundo, o templo do consumo para os endinheirados. Para nós só tem loja museu, ou seja, é só para olhar não é para comprar. Mas acho que Adélia já deve ter comprado algum “mimo” por lá.

Ficamos no centro e saímos à procura do restaurante Au P’tit Snack de um francês que foi namorado de uma amiga da Kátia. A ex-namorada pediu que entregássemos uma encomenda para o francês. Encontramos o restaurante, Kátia entregou a encomenda e aproveitamos para beliscar alguma coisa. O francês até que é bem bonitinho.

No final do dia assistimos a apresentação de uma orquestra de câmara na Igreja Saint Séverin, próximo ao nosso hotel. Ouvir música clássica em um ambiente como esse é envolvente e eu me sinto quase como parte da orquestra. Foi uma ótima opção para terminarmos a noite.

02.05.2001

Jardim de Luxemburgo
Começamos o dia pelo Jardim de Luxemburgo. Tive vontade de passar o resto do dia caminhando por ali, olhando as flores, tirando fotos. O dia está nublado e um pouco frio mas mesmo assim é muito agradável ficar nesse jardim. Imagino que quando o verão chegar deve ser muito bom estender uma toalha sob as árvores, tomar um vinho e comer esses pães deliciosos que vemos por aqui. Como seria bom se o Rio de Janeiro tivesse jardins tão bem cuidados. E tão seguros, é claro! Como não dá pra ficar parado, seguimos para outro jardim.

Place de Vosges
A Place de Vosges é a mais antiga de Paris. O jardim é bem menor que os outros que visitamos, bem diferente, porém não menos bonito. A praça tem várias estátuas e fontes e é cercada por prédios em tijolos avermelhados e com o teto em ardósia, tão comum por aqui. No térreo dos prédios tem vários cafés e galerias de arte. Dá para passar um bom tempo por aqui sem se entediar.
Place de Vosges















Jantamos no restaurante Saint Romain que fica na Avenue Saint Eliseos. No início da noite com as luzes já acesas, a avenida fica ainda mais linda. A comida estava ótima e o garçom que nos serviu, também era ótimo. A Kátia, que segundo Adélia adora o terceiro setor, começou a jogar um charme para cima do garçom argelino. Pergunta detalhes da comida, da bebida e por aí vai. Depois do jantar, na saída do restaurante, o argelino foi atrás dela na calçada e deu-lhe um beijo na boca. Nossa amiguinha ficou flutuando.

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