23 setembro, 2001

VIENA

 03.05.2001

Saímos logo cedo para o aeroporto. Na véspera contratamos uma Van através da recepção do hotel. Perguntamos se poderíamos pagar com cartão de crédito pois já tínhamos poucos francos. OK, nos informou a recepcionista.

A Van passou por vários outros hotéis e quando chegou no aeroporto já estava bem próximo do nosso horário de voo. Quando mostramos o cartão para o motorista, o francês quase teve um troço. Disse que só aceitava pagamento em francos. Não dava mais tempo de trocar os dólares. Catamos todos os francos que ainda restavam, notas e moedinhas, e entregamos para o motorista. Ele pegou o dinheiro e nos xingou com todo seu repertório de palavrões.

Voando para Viena vi pela primeira vez os Alpes. Parece mentira que estou aqui, conhecendo lugares que já admirei tantas vezes através de fotos, do cinema e também através dos livros. A Áustria que vi no filme “Imperatriz Sissi” e a “Noviça Rebelde” está logo ali embaixo. Já é possível ver o rio Danúbio, que passa por outras cidades, mas Viena é que o tornou famoso. A terra que inspirou Mozart e Strauss é também o lugar onde nasceu Adolf Hitler. Vamos pular essa parte...

Nosso hotel fica bem localizado, podemos ir a pé até ao centro. Saímos logo após desfazer as malas. Desfazer é modo de dizer; como vamos mudar de hotel constantemente, só tiro da mala o essencial. Saímos caminhando em direção ao centro já preparadas para gastar alguns xelins (moeda local) com um chocolate quente.

Chegamos ao centro, uma área piatonal com ruas largas, prédios históricos, restaurantes e cafés com mesinhas na calçada, cheias de gente elegante. Notei que havia muitas senhorinhas de pele branquíssima e todas muito bem vestidas. Olhei para a minha cor morena e os meus trajes de viajante e me senti realmente uma estrangeira.

O prédio mais importante aqui no centro é a igreja Stephansdom, catedral dedicada a Santo Estevão. A igreja é linda e o teto colorido me encantou. A torre é bem alta e deve ter uma vista maravilhosa da cidade.

Resolvemos fazer um passeio de charrete. Passamos por alguns jardins, todos muito bem cuidados. Em um deles o charreteiro nos mostrou uma estátua de Mozart no Parque Stadpark. Adélia disse que fez esse passeio anos atrás, mas dormiu durante todo tour, só agora viu Mozart no centro do jardim. É gostoso ouvir o toc-toc das patas do cavalo batendo no asfalto. Não me lembro a última vez que andei de charrete, acho que ainda era criança.

Passamos pelo Palácio Imperial de Viena que foi a residência de inverno dos imperadores da dinastia de Habsburgo. É imenso, todo cercado de jardins. Hoje funciona aqui a sede da presidência da república e um museu. O guia nos falou sobre a estátua enorme de uma mulher sobre o cavalo, em frente à entrada principal. Ou será na entrada lateral ? Sei lá, o palácio é tão grande que não sei o que é lado, frente ou fundos.
A mulher sobre o cavalo é a imperatriz Maria Tereza da Áustria que governou com mão de ferro todo o império Austro-Húngaro. Mulher quando sabe mandar, manda muito bem. Passamos por outros prédios históricos e retornamos ao centro. Escolhemos um dos inúmeros cafés e nos sentamos sob o sol que não chegava a esquentar. O chocolate quente ajudava a diminuir o friozinho do final da tarde. Quando retornamos para o hotel já era noite. No caminho entrei em um pátio que ficava na parte de trás de uma construção antiga. Era um restaurante lindo e estava cheio. Alguns clientes que estavam mais próximos à entrada do pátio me olharam de um jeito um pouco estranho. Eu não estava vestida de forma apropriada, deve ter sido isso. Fiz meia volta e retornei à rua, a rua é do povo, assim como a praça. Aqui todos os trajes são permitidos.

04.05.2001
Palácio Belvedere
Começamos o dia com um tour por dois palácios. O primeiro, que é chamado de Belvedere, visitamos apenas a parte exterior. Esse era o palácio de verão do Príncipe de Savoia, e fica numa colina, no meio de um jardim belíssimo, aliás tão belo como todos os jardins daqui.

Em seguida fomos para o Palácio de Schönbrunn. Esse é lindo demais, é de “fechar quarteirão” como diria minha amiga Tânia. Foi residência de Verão dos imperadores. É um tal de palácio para o verão, outro para o inverno; ainda não sei se existe algum para a primavera, mas não é improvável. Viena foi uma das capitais mais importantes da Europa há alguns séculos, e é claro que faz questão de conservar muito bem os símbolos daquela época. Foram-se os anéis, mas ficaram os dedos.

No Palácio de Schönbrunn viveu a Imperatriz Elizabeth, ou Sissi como ficou conhecida. O interior do palácio revela o luxo em que eles, os imperadores, viviam. O quarto de banho de Sissi tem uma pequena banheira. Segundo a nossa guia, coisa rara por aqui visto que o povo daquela época não era muito chegado a esses hábitos de higiene. Para dizer a verdade, acho que nesse quesito ele não mudaram muito.

A guia explicou que Sissi costumava deitar na banheira enquanto as criadas lavavam e penteavam seus cabelos, e os cabelos iam até os joelhos. Sissi era extremamente vaidosa e linda, famosa por sua beleza. Amada pelo marido, perseguida pela sogra, um filho suicida, entre outras coisas. A nobreza também não gostava dela porque vivia viajando enquanto o marido, sozinho, governava o império. Mas o povo gostava dela porque era bonita e culta. Depois foi assassinada durante uma visita a Itália. Ehh! A Sissi não teve uma vida fácil apesar da beleza e da riqueza. Uma espécie de Lady Di daquela época. A atriz Romy Schneider que fez o papel de Sissi no cinema era tão linda como a Sissi, e também teve uma vida marcada por várias tragédias.


Parque Burggarten
Retornando ao século XXI fomos ao Parque Burggarten, perto da Biblioteca Nacional. Adélia e eu já estávamos um pouco cansadas, nos deitamos no gramado que parecia um tapete e ficamos ali, esquentando no sol. Kátia continuou andando, foi até o prédio da Biblioteca. Adélia falou que Kátia mede o sucesso da viagem por Km percorridos, de preferência a pé.

Á noite fomos a um concerto em uma sala de espetáculos, uma sala de teatro pequena. Os músicos estavam vestidos à caráter, com roupas antigas, e tocaram principalmente valsas vienenses. Deve ser um programa pra turista ver. Fora da minha condição atual de turista, já vi coisas melhores.

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